(TEXTO DO JORNALISTA E ESCRITOR CELSO DA SILVEIRA, PUBLICADO NO DIÁRIO DE NATAL, 1983, RECHEADO DE VERDADES, TEMOR, FICÇÃO SOBRE A BARRAGEM ARMANDO RIBEIRO GONÇALVES E O POLÊMICO E INTRANGENTE DEFENSOR DA NÃO CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM DO ASSU DA FORMA QUE SE CONTRUIA, VEREADOR ADAUTO LEGÍTIMO BARBOSA, PERSONAGEM PRINCIPAL DO ARTIGO DE CELSO DA SILVEIRA, COMO ABAIXO PODEMOS CONFERIR).
sábado, 27 de abril de 2024
(TEXTO DO JORNALISTA E ESCRITOR CELSO DA SILVEIRA, PUBLICADO NO DIÁRIO DE NATAL, 1983, RECHEADO DE VERDADES, TEMOR, FICÇÃO SOBRE A BARRAGEM ARMANDO RIBEIRO GONÇALVES E O POLÊMICO E INTRANGENTE DEFENSOR DA NÃO CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM DO ASSU DA FORMA QUE SE CONTRUIA, VEREADOR ADAUTO LEGÍTIMO BARBOSA, PERSONAGEM PRINCIPAL DO ARTIGO DE CELSO DA SILVEIRA, COMO ABAIXO PODEMOS CONFERIR).
segunda-feira, 22 de abril de 2024
UMA VEZ
Por Virgínia Victorino (1898/ 1967)
Ama-se uma vez só. Mais de um amor
de nada serve e nada o justifica.
Um só amor absolve, santifica.
Quem ama uma só vez ama melhor.
Qualquer pessoa, seja lá quem for,
se uma outra pessoa se dedica,
só com essa ternura será rica
e qualquer outra julgará pior...
Há dois amores? Qual é o verdadeiro?
Se há segundo, que é feito do primeiro?
Esta contradição quem foi que fez?
Quem ama assim julga que amou;
mas pode acreditar que se enganou
ou da primeira ou da segunda vez?
________________in, Namorados, 1938
sexta-feira, 19 de abril de 2024
Da solidão
Vicente Serejo
serejo@terra.com.br
O ser humano, desde a caverna, tem medo da solidão. Há mais de dois mil anos sonha e procura companhias no Universo. Agora mesmo, o jornalista Salvador Nogueira, especializado em temas científicos, na Folha de S. Paulo, revelou detalhes da pesquisa mais recente do Instituto de Tecnologia de Massachutts, EUA, sobre a “chance de vida nas nuvens de vênus”. É uma hipótese, mas o texto revela que as suspeitas começaram bem antes, em 1960, portanto, há mais de 60 anos.
Os cientistas, segundo o texto, não negam que Vênus é teoricamente inabitável pelo que se sabe até agora. Mas, a ciência sempre partiu de hipóteses. Se a atmosfera de Vênus é noventa vezes mais densa do que a da terra, a suspeita parte do princípio que a temperatura de Vênus no solo tem “temperatura e pressão similares à Terra, ao nível do mar, toleráveis para microorganismos terrestres”. E estão certos: as “nuvens venusianas são ricas não em água, mas em ácido sulfúrico”.
Nogueira não nega a grande diferença entre ser habitável e ser habitado. As nuvens lá de Vênus são apenas nuvens, mas, provavelmente, há bilhões de anos, foram mais hospitaleiras, além da possibilidade real de ter abrigado “oceanos de água, antes que o efeito estufa descontrolado o transformasse no inferno quente que é hoje”. Para não cair no desafio de tentar explicar, num texto para leigos, os efeitos da fosfina e de uma estranha função de absorver o seu efeito ultravioleta.
A astrofísica sabe: o planeta Vênus é o mais próximo da Terra, há 61 bilhões de distância, com vulcões, montanhas e vales. Tem a nossa velha e secular simpatia de ser a nossa Estrela Dalva, anunciadora do amanhecer, e que, para os sertanejos, é também a ‘Papa-Ceia’, que chega no lusco-fusco da tarde a encantar os poetas românticos. Ninguém desejou mais ter a Estrela da Manhã do que o poeta Manuel Bandeira: “Meus amigos, meus inimigos / procurem a estrela da manhã”.
Não sou contra, declaro, que os cientistas venham a invadir com seus telescópios as nuvens de Vênus. Mas, que o façam com certa parcimônia.
Também não é possível sobreviver na Terra sem alguns mistérios. Deve ser muito desinteressante viver sem nada de misterioso, se a própria vida é um mistério. Vão mandar uma sonda, logo já, em janeiro e 2025, com seus olhos de células da mais fina nobreza eletrônica, mas não pensem eles que Vênus será tão fácil de ser conquistada.
É real a chance da sonda, na sondagem que é seu fim, voltar de Vênus com novidades em imagens perfeitas das nuvens. Ora, não duvido da ciência.
, acho que, às vezes, mesmo sendo legítima a boa curiosidade, os cientistas passam muito do ponto. Desconfio que não deve ser bom perder os mistérios que cercam a vida humana há milhões de anos. A solidão tem sua graça. Desde que alguém fez das mãos uma concha e, pela primeira vez, apanhou a água para matar a sede…
https://tribunadonorte.com.br/
quinta-feira, 18 de abril de 2024
quarta-feira, 17 de abril de 2024
SOBRE MAJOR MONTENEGRO QUE EU CONHECI E CONVIVI
O POBRE
terça-feira, 16 de abril de 2024
Canção do Exílio, de Gonçalves Dias (análise do poema)
A Canção do Exílio, que começa com os versos "Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá", foi publicado em 1857 no livro Primeiros Cantos.
É um dos poemas líricos mais conhecidos do poeta romântico brasileiro Gonçalves Dias:
"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."
Análise do poema
Sem dúvida, a Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, é um dos mais emblemáticos poemas da fase inicial do Romantismo.
Nele, o autor expressa o nacionalismo ufanista (patriotismo exagerado) por meio da exaltação da natureza.
Composto por cinco estrofes, sendo três quartetos e dois sextetos, o autor escreveu esse poema em julho de 1843, quando estava estudando Direito na Universidade de Coimbra, em Portugal. Assim, com saudades de seu país, sentia-se exilado.
Essa saudade fica bastante evidente na última estrofe, em que o poeta expressa o seu desejo de regressar:
"Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;".
Curioso notar que dois versos da Canção do Exílio são mencionados no Hino Nacional Brasileiro, composto em 1822: “Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida, (no teu seio) mais amores”.
Intertextualidade com a Canção do Exílio
Muitos autores parodiaram ou parafrasearam a Canção do Exílio. Têm destaque as versões dos escritores modernistas Murilo Mendes, Oswald de Andrade e Carlos Drummond de Andrade.
A paródia é um gênero literário, geralmente de caráter crítico, humorístico ou irônico. Ela utiliza a intertextualidade com intuito de recriar um novo texto, com base num texto célebre já existente.
Exemplos de paródias da Canção do Exílio:
- Canção do Exílio, de Murilo Mendes
- Canto de Regresso à Pátria, de Oswald de Andrade
Da mesma maneira, a paráfrase é um tipo de intertextualidade que recria a ideia de um texto já existente, no entanto, utilizando outras palavras.
Exemplos de paródias da Canção do Exílio:
- Nova Canção do Exílio, de Carlos Drummond de Andrade
- Canção do Exílio, de Casimiro de Abreu
Canção do Exílio, de Murilo Mendes
"Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá con certidão de idade!"
Canto de Regresso à Pátria, de Oswald de Andrade
"Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase tem mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo."
Nova Canção do Exílio, de Carlos Drummond de Andrade
"Um sabiá na
palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde tudo é belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar
para onde tudo é belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe."
Canção do Exílio, de Casimiro de Abreu
"Se eu tenho de morrer na flor dos anos
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro
Respirando este ar;
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
Os gozos do meu lar!
O país estrangeiro mais belezas
Do que a pátria não tem;
E este mundo não vale um só dos beijos
Tão doces duma mãe!
Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
Lá na quadra infantil;
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
O céu do meu Brasil!"
Gonçalves Dias e o Romantismo
Gonçalves Dias (1823-1864) foi poeta, professor, advogado, teatrólogo, etnólogo e jornalista maranhense da primeira fase do romantismo (1836-1852).
A principal característica desse período foi a busca de uma identidade nacional, expressa pelo binômio nacionalismo-indianismo.
O rompimento do Brasil com Portugal provocou a Independência do Brasil, que aconteceu em 1822.
Esse seria um momento determinante para o desenvolvimento de uma arte que focasse nos aspectos brasileiros.
Por isso, o nacionalismo e o ufanismo são as principais características dessa fase inicial, unidas ao tema do índio, eleito o herói nacional.
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