terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Sem agência bancária cidade do Piauí cria banco local e moeda própria

Banco movimenta R$ 25 milhões em São João do Arraial, diz coordenador.

Piauí tem 68 cidades sem dependências bancárias, segundo o BC.

Catarina CostaDo G1 PI, em São João do Arraial

Comerciante destaca preferência pelo cocal ao invés do real (Foto: Catarina Costa/G1)Comerciante destaca preferência pelo cocal ao invés do real (Foto: Catarina Costa/G1)
Isolada dos maiores centros comerciais do Piauí, a cidade de São João do Arraial, a 253 km de Teresina, criou um banco local para contornar a falta de serviços bancários. Criado em dezembro de 2007, o "Banco dos Cocais" possibilitou o desenvolvimento econômico da região com a circulação de uma moeda própria, o "cocal".
Dados do Banco Central mostram que, dos aproximadamente 5,6 mil municípios brasileiros, 233 (68 deles no Piauí) não contam com dependências bancárias, ou seja, não têm nem mesmo lotéricas, caixas eletrônicos ou postos de atendimento. No caso das agências bancárias, 1.900 municípios do país não oferecem o serviço. O G1 esteve em cidades de três estados para mostrar as dificuldades dos moradores que sofrem com a ausência de serviços bancários. Além de São João do Arraial, repórteres do G1 foram a Lagoa de Velhos (RN) e Oliveira de Fátima (TO).
Emancipado em 1996 de Matias Olímpio, São João do Arraial não possuía agência bancária, o que obrigava os moradores a se deslocar até Esperantina, Região Norte do estado, a 20 km de distância. "Era difícil para se locomover, pagar uma conta e receber o pagamento. Sempre ficávamos dependendo de ir a outra cidade até mesmo para comprar roupa e alimentação, já que o comércio aqui era escasso", diz a moradora Maria Antônia.
Quando assumiu o cargo em 2005, o ex-prefeito Francisco das Chagas Lima disse que viu a necessidade de aumentar a circulação de dinheiro na cidade. Após consultar os moradores, a prefeitura constatou que a maioria das mercadorias consumidas era comprada e produzida fora da região, já que não havia bancos no município.
Ex-prefeito destaca importância da moeda para a cidade (Foto: Ellyo Teixeira/G1)Ex-prefeito destaca importância da moeda para a
cidade (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
"Nessa pesquisa nós percebemos também que as pessoas necessitavam de pouco capital e isso não era interessante para os grandes bancos. Criamos primeiramente um Fundo Municipal de Apoio a Economia Solidária para arrecadar 40% da receita monetária, gerando em torno de R$ 20 mil. Em seguida, tomei conhecimento do Banco de Palmas (CE), primeira agência comunitária do país. Levei a ideia à população de São João do Arraial e, em dezembro de 2007, inauguramos o Banco dos Cocais e a moeda local", explicou.
Dinheiro começou a ser distribuído em dezembro de 2007 (Foto: Catarina Costa/G1)Dinheiro começou a ser distribuído em dezembro
de 2007 (Foto: Catarina Costa/G1)
O banco é de responsabilidade da sociedade civil, mas a prefeitura e entidades locais fazem parte do Conselho. Além da distribuição da moeda, a instituição funciona para pagar os servidores da região, arrecadar taxas públicas, como de água e energia, e distribuir benefícios como o Bolsa Família.  "Ele hoje tem reconhecimento do Banco Central, desde que circule o dinheiro somente naquela cidade. As notas distribuídas vão de C$ 0,50 a C$ 20", comentou Lima.
De acordo com a prefeitura, o crescimento da economia do município coincide com a entrada em circulação do Cocal. Somente nos dois primeiros anos de implantação da nova moeda no mercado, o banco comunitário movimentou R$ 3 milhões em cocais, o que representa 25% dos R$ 12 milhões que foram movimentados em todo o município.
O coordenador do Banco Comunitário dos Cocais, Mauro Rodrigues, destaca que, além do aumento na renda da cidade, a implantação da moeda ajudou na geração de trabalho e facilitou a vida dos moradores.
Para coordenador do Banco de Cocais, moeda local fez diferença para população (Foto: Catarina Costa/G1)Para o coordenador do Banco de Cocais, moeda
fez diferença na cidade (Foto: Catarina Costa/G1)
"Hoje percebemos a movimentação de dinheiro na cidade e isso faz diferença para o comércio local, para a população. Outro fator importante é o investimento feito pela instituição nos setores produtivos, especialmente com a liberação de microcrédito para a promoção de pequenos negócios. Hoje temos a certeza de pelo menos C$ 25 milhões circulando em São João do Arraial", explicou o coordenador.
Hoje temos a certeza de pelo menos C$ 25 milhões circulando em São João do Arraial"
coordenador do Banco de Cocais, Mauro Rodrigues
Mauro Rodrigues lembra que, além de implantar o banco e a nova moeda, a Câmara de Vereadores aprovou na época uma lei estabelecendo que 25% dos servidores públicos do município recebessem seus salários em cocais. A medida foi proposta para evitar que servidores concursados, que vieram de outros municípios, gastassem seus vencimentos fora da cidade. Quem quiser trocar o cocal por real basta direciona-se ao banco.
Segundo o atual prefeito, Adriano Ramos, atualmente 25 milhões em cocais circulam emSão João do Arraial, o que equivale a mesma quantia em real. Mesmo com instalação de uma Lotérica, de outros correspondentes bancários e surgimento de pontos comerciais que aceitam cartão de crédito, o cocal continua sendo a moeda mais utilizada na cidade, e todos os estabelecimento o aceitam.
São João do Arraial adotou moeda própria para desenvolvimento da cidade (Foto: Catarina Costa/G1)São João do Arraial adotou moeda própria para
desenvolvimento da cidade (Foto: Catarina Costa/G1)
"O Banco de Cocais estimula a economia solidária e segura o dinheiro no município. Por conta dessas e outras vantagens vamos continuar utilizando o cocal, é um benefício que atinge a todos. Além disso, a instituição ajuda a arrecadar dinheiro da receita da prefeitura para o Fundo Municipal de Apoio a Economia Solidária, que é usado como microcrédito", declarou o prefeito.
A comerciante Giseia Maria dos Santos, proprietária de uma padaria local, contou que no início a moeda chegou a ser rejeitada por receio, mas, com o passar do tempo, percebeu a melhoria no comércio. "Muitos desconfiavam da ideia, mas, após insistência e ver que era para o desenvolvimento da cidade, acabaram aceitando. É bom trabalhar com o cocal, saber que isso movimenta a renda local e beneficiou todo mundo, especialmente nós comerciantes", lembrou.
Outro que comemora a circulação da moeda é Jean Santana. Dono de um pequeno armarinho, ele destacou não ter diferença entre real e cocal, e que prefere receber o dinheiro local por questão de segurança. "Como só tem valor aqui em São João do Arraial, o número de assaltos aos estabelecimentos é quase escasso", destacou.

O crescimento econômico contribuiu também para a abertura de novos pontos comerciais, como a instalação da loja de uma das maiores redes de departamento do Nordeste. O gerente Antônio Carlos conta que o cocal nunca gerou problema nas vendas e que a empresa já sabia do uso da moeda quando decidiu implantar o empreendimento na cidade.
Criação do Banco dos Cocais foi fundamental para circulação do dinheiro (Foto: Catarina Costa/G1)Criação do Banco dos Cocais foi fundamental
para circulação de renda (Foto: Catarina Costa)
O cocal
A moeda tem o mesmo valor do real, mas com maior poder de compra graças aos descontos oferecidos em todos os estabelecimentos comerciais do município. Se um produto custa R$ 10, pagando com a moeda social, custará C$ 9. O desconto é possível porque, para cada cocal emitido, há um lastro de um real garantido pela organização financeira comunitária.
As cédulas são estampadas com ícones da cultura e economia local, além possuir um selo que dificulta a sua falsificação. De acordo com o coordenador Mauro Rodrigues, o banco tem o custo de R$ 0,15 por moeda fabricada, além de arcar com o transporte desde Fortaleza, onde está a gráfica de confiança do Instituto Palmas, gestor e certificador de bancos comunitários no Brasil, e responsável pela impressão das notas.
"Hoje, para emitir dez mil cédulas, o custo chega a ser de R$ 5 mil. É um recurso bastante caro. Se a moeda fosse fabricada pela Casa da Moeda, nós teríamos redução dos custos, o material seria de maior qualidade. Caso tivéssemos este apoio, teríamos um avanço gigantesco tanto do ponto de vista institucional como financeiro", acrescentou Mauro.

Soidariedade - Show reverterá renda para tratamento de José Valdi


Será realizado sexta-feira (28), em Assú, ‘show musical, poetas e cantadores’, que terá toda a renda revertida para o tratamento de saúde do engenheiro agrônomo, músico e compositor José Valdi. 

O evento acontecerá no Oásis Balneário, a partir das 21 horas. 

Para quem ainda não sabe nos últimos dias de 2013 o engenheiro agrônomo e ex-presidente do PT/Assú, José Valdi, foi acometido por um problema de saúde. Ele está em Natal se submetendo a um dispendioso e intensivo tratamento para combater um 'tumor' detectado em sua cabeça. 

Todos os artistas que se apresentarão no show doarão integralmente os seus cachês.
Postado por Rabiscos do Samuel.
Rio Piranhas/Açu. Cheia de 1974, de "barreira a barreira".

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

EX-PREFEITO DO ASSU


JOÃO BATISTA LACERDA MONTENEGRO, na intimidade BATISTA MONTENEGRO (foto), nascido na comunidade Rural do Rosário (Assu), hoje do município de Carnaubais, no dia 10 de março de 1935, filho do casal Manuel Pessoa Montenegro e dona Marieta Lacerda Montenegro, baseado em seus próprios escritos (do próprio punho), meses antes de falecer, Batista Montenegro, sintetizou um pouco de sua vida, começando pela sua origem, e também pelos seus estudos, dizendo que:
“Iniciei meus estudos aqui em Assu, com Dona Madalena e Maroquinha, indo logo em seguida para Natal, onde fiz o primário no Ginásio Sete de Setembro, daí fui estudar interno para fazer exame de admissão no ginásio no Colégio Salesiano na cidade do Recife, depois continuei a estudar no Salesiano, mas externo na casa do meu cunhado Brigadeiro Samuel Gomes, falecido há 60 dias no Rio de Janeiro a quem aproveito para fazer-lhe uma homenagem pelo trabalho que juntamente com o meu pai e outros colegas tantos serviços prestaram ao povo de Assu, na epidemia do impaludismo no meu entender o maior serviço que meu pai prestou ao povo de minha terra. Em seguida, Samuel transferido para o Rio de janeiro, fui morar com meu outro cunhado Dr. Manoel Montenegro Junior a quem devo a complementação de minha formação cívica e moral seguindo e vendo a sua conduta e procedimento durante 8 (oito) anos que com ele morei, concluindo aí os cursos ginasial e científico e de administração privada. Em seguida fiz o vestibular para medicina exatamente quando papai faleceu e vim para o Assu onde estou até hoje”.
VIDA PÚBLICA: 

Nos seus escritos, Batista Montenegro apenas deixa tópicos de como foi sua campanha, restringindo-se tão somente em dizer que sua candidatura surgiu do entendimento de amigos, do extinto MDB (Movimento Democrático Brasileiro), em cuja campanha chegou à vitória sendo Prefeito Municipal do Assu no período de 1969 a 1972 tendo sucedido a ex- Prefeita Maria Olímpia Neves de Oliveira (Maroquinha). Fala também da sua infância citando o seu clube preferido Botafogo, do Rio de Janeiro.
Da lista de amigos destacou: Neco, Pacó, Zezito, João de Maria Bencedinho, Douglas, Maninho de Ximenes, Albertino, Junior de Anderson, Zé Ximenes- Aléxis, Detonho, Coca, Zé de Giseuda, Nilo, Dr. Ezequiel, Batista de Eduardo e Papaichina, entre outros.
        
Falando de sua administração, citou nominalmente os nomes dos seus auxiliares: João Marcolino de Vasconcelos (LOU), João de Oliveira Fonseca, Francisco Guilherme, Albany Fernandes da Penha, Cornélia Dantas e Totó. Diz de suas dificuldades para governar e relata a valorização do servidor com a escolha do funcionário do ano tendo sido escolhido o Pinheiro (Ivo Pinheiro de Macedo, de saudosa memória). Fala ainda da perseguição política, da posição da Câmara Municipal radicalmente contra o seu governo, sem contar com a ajuda do Governo, diz da intervenção sofrida no seu Governo: Diz também que não perseguiu ninguém fazendo um governo sem ódio e sem rancor. Conclui dizendo ter se aproximado de todos pela conquista e pelos atos.
OBRAS REALIZADAS:
João Batista Montenegro em seus escritos fala de obras que foram realizadas no seu governo enumerando algumas como: Torre da TV na época para a Copa do Mundo (1970); Açude do Riacho; Central de Telefone na cidade; Telefone nas comunidades Rurais de: Olho D‘água, Banguê, Bela Vista, Simão, Trapiá, Boa Vista, perfuração de poços, recuperação e construção de estradas. Calçamento, Escolas, implantação do MOBRAL, Restauração do Matadouro, compra e ambulância, transportes para carne e para a coleta do lixo, Praça Francisco Amorim, criação da Biblioteca Palmério Filho, convênio com a Fundação SESP, dava assistência em Natal, Mossoró e Areia Branca a todos que necessitavam de tratamento médico nestas cidades. No esporte “Fiz do Assu campeão Estadual de Futebol de Salão”. Relata que incentivou o futebol de poeira, recuperação e iluminação da quadra de esporte do Centro Regional de Escoteiros do Assu, inclusive na fábrica de vassoura, citando ainda muitas outras obras que foram realizadas no seu governo.
JOÃO BATISTA MONTENEGRO deixou três filhos: Manuel Pessoa Montenegro Neto, Roberta Montenegro e Daniela Montenegro. (Fragmentos do JORNAL DO VALE).
Notas do Blog: São de autoria da Professora Sinhazinha Wanderley a letra e música do Hino do Assu. O então Prefeito João Batista Lacerda Montenegro oficializou. A Bandeira e o Brasão da Cidade, desenhos de João Marcolino de Vasconcelos (Dr. Lou) foi sancionado pelo Prefeito através da Lei no. 06/69. A administração de João Batista foi iniciada em 1o de fevereiro de 1969 até 1972.
1968 Eleições Municipais – O Ex-prefeito Arcelino Costa Leitão com sua mulher e prefeita Maria Olímpia Neves de Oliveira – Maroquinha romperam com o líder Olavo Montenegro para se aliarem a Edgard Montenegro sob sua liderança que, teve de apoiá-lo (Costa) como candidato a prefeito. Desta vez, pelo partido da Aliança Renovadora Nacional – Arena Vermelha, contra João Batista Lacerda Montenegro da Arena Verde, como era chamada no Rio Grande do Norte o único partido então existente no Brasil. Batista ganhou por apenas 26 votos. 
1969/72 – Assume no dia 01 de fevereiro de 1969, como o décimo Prefeito do Município do Assu, o Sr. João Batista Lacerda Montenegro, tendo como vice-prefeito eleito pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA), o Sr. Sebastião Alves Martins. (Lima, 2001; 82).

    A gestão de João Batista amargou uma intervenção durante vários meses. Inocentado das acusações, voltou ao poder para concluir o seu mandato. Foi nomeado interventor o Capitão Tavares da Polícia Militar. (Caldas, 1998, 25).
        A Câmara Municipal era composta por 10 vereadores: Maria Glória Ferreira Pessoa, Elias Moreira, Pedro Borges de Andrade, Ormando Machado, Luiz Tavares Cavalcante, Joaquim Siqueira Furtado, José Dijon de Oliveira, Francisco Batista de Souza, João Marcolino de Vasconcelos e Arnaud Abreu. (História da Câmara do Assu – Auriceia Lima, 2001).

UMA ANTIGA FEIRA NO SERTÃO

Publicado em 22/02/2014

???????????????????????????????Estas duas interessantes fotos mostram uma típica feira, em uma pequena cidade brasileira. Com uma ótima qualidade visual, ótima cor, resolução. Sei apenas que as fotos foram feitas na década de 1940. Da localização também nada sei, mas que é um interessante registro daquele que era o momento social e econômico mais ativo e intenso das pequenas comunidades brasileiras na época.
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domingo, 23 de fevereiro de 2014

"Pastor Everaldo é destaque na primeira pesquisa Datafolha" - presidente da república

‪#‎VaiFalando‬ Pastor Everaldo é destaque na primeira pesquisa Datafolha! A primeira que incluiu seu nome. Leia mais no blog. Acesse:http://blogdoeveraldo.com.br/partido-social-cristao/item/830-destaque-na-pesquisa-datafolha


A BELA CASA DA FAZENDA BOM DESTINO E A BIOGRAFIA DE CHICÓ PINHEIRO, EXEMPLO DE TRABALHO E LUTA NO SERTÃO POTIGUAR

Publicado em 22/02/2014

Fazenda Bom Destino
Fazenda Bom Destino
Autor – Rostand Medeiros, baseado em textos dos capítulos do livro: “Nobrezas de Vida Agreste” escrito por Haroldo Pinheiro Borges e  Cláudia Bezerra Pacheco.
Sob muitos aspectos o nosso trabalho desenvolvido desde dezembro de 2010 no nosso blog TOK DE HISTÓRIA, tem chamado a atenção de muitas pessoas aqui no Rio Grande do Norte. Estas por sua vez gentilmente têm me passado informações sobre interessantes locais, pessoas e fatos da história potiguar. O que faço questão de colocar nesse nosso espaço sem nenhum problema.
Recebi recentemente do amigo Haroldo Pinheiro Borges algumas interessantes fotos de uma antiga fazenda produtora de algodão do interior potiguar e muito bem preservada. Trata-se da casa grande da fazenda Bom Destino, na zona rural do município de Lagoa de Velhos, a cerca de 90 quilômetros da capital potiguar.
Francisco Pinheiro Borges
Francisco Pinheiro Borges
Filho de Francisco Pinheiro Borges, Haroldo comentou que esta propriedade foi adquirida por seu pai ainda na década de 1920. Em nosso contato ele me passou um rico e interessante relato sobre a vida do mesmo, que muito bem exemplifica a trajetória de um homem que nasceu no início do século XX, no castigado interior do Nordeste e, vivendo e trabalhando da terra, venceu em tempos difíceis.
NAS TERRAS ONDE NASCEU FABIÃO DAS QUEIMADAS
A casa grande da fazenda Bom Destino está localizada em terras que anteriormente faziam parte de uma antiga fazenda denominada Queimadas. Esta propriedade pertenceu em tempos remotos ao coronel José Ferreira da Rocha e no ano de 1850 ali nasceu um escravo que foi batizado como Fabião Hermenegildo Ferreira da Rocha. Este ficou conhecido como Fabião das Queimadas, um dos mais importantes poetas populares do Rio Grande do Norte e que conquistou sua alforria tocando o instrumento que lhe imortalizou, a rabeca.
Francisco Pinheiro Borges, conhecido por Chicó de Ieiê, veio ao mundo no dia 05 de setembro de 1900, na fazenda Pirambu, município de São José de Mipibu. Era filho de João Batista Pinheiro Borges, conhecido como Ieiê, e de Dona Joana Ferreira de Lima. Seus avós paternos eram José Pinheiro Borges e Rosa Maria da Conceição e os maternos, Pedro Ferreira de Lima e Maria Izabel de Paiva, donos da Fazenda Japecanga, localizada no município de São José de Mipibu. Chicó de Ieiê teve quatro irmãos do primeiro casamento de seu pai: Lídio, Anália (Sinhá), Clotilde (Dona) e Joana.
Infelizmente, no dia 05 de setembro de 1905, o garoto e seus irmãos ficaram órfãos da mãe Joana Ferreira de Lima.
Chicó de Ieiê foi uma criança irrequieta, inteligente e saudável. Teve a sua criação um pouco diferente dos outros irmãos, pois começou a vida no trabalho. Com apenas dez anos veio para companhia do pai, que morava com a segunda esposa na antiga povoação de São Paulo do Juremal, então município de São Gonçalo do Amarante. Aí chegando assumiu a responsabilidade da casa, cozinhando e cuidando dos afazeres domésticos e ainda com a incumbência de tratar dos cavalos que seu Ieiê comprava para adestrá-los como bons marchadores (o que valorizava muito os animais) e vendê-los caros para a elite daquela época.
DE QUEIMADA A BOM DESTINO
Tempos depois, em 1914, seu pai adquiriu uma área que fazia parte das terras da antiga fazenda Queimadas. Esta gleba tinha uma ligação com Guarará, atual município de Lagoa de Velhos, na época pertencente ao município de Santa Cruz. Foi adquirida ao Sr. Miguel Rocha e sua mulher Izabel Ferreira da Rocha, herdeiros do coronel José Ferreira da Rocha. Chicó de Ieiê trabalhou duro na agricultura limpando a terra com a enxada, para ajudar seu pai a pagar as duas primeiras partes do sítio.
Casa de João Batista Pinheiro Borges, conhecido como Ieiê na antiga fazenda Queimadas
Casa de João Batista Pinheiro Borges, conhecido como Ieiê na antiga fazenda Queimadas
Dotado de forte dose de coragem para vencer desafios, Chicó de Ieiê adquiriu ainda muito jovem uma tropa de jumentos para transportar rapadura, que erram compradas a crédito e fabricadas nos engenhos de seus familiares em Japecanga. Ele também vendia esterco de gado para ser utilizado na adubação de canaviais.
Logo depois trocou essa tropa de jumentos por uma de burros mulos, animais maiores, mais rápidos e próprios para transportar suas cargas, que nesse estágio tomavam grandes proporções e novo rumo: o grande mercado de Natal. Para chegar a capital potiguar nesta época só através do porto do Rio Jundiaí, na cidade de Macaíba, embarcando sua mercadoria em pequenos barcos. Contava que para economizar dinheiro, ele mesmo transportava os pesados fardos no embarque e desembarque.
Era por Macaíba, aqui em uma foto antiga do acervo do amigo Anderson Tavares de Lyra, que Chicó Pinheiro transportava suas mercadorias de barco para Natal
Era por Macaíba, aqui em uma foto antiga do acervo do amigo Anderson Tavares de Lyra, que Chicó Pinheiro transportava suas mercadorias de barco para Natal
Chicó era um rapaz simpático, elegante e envolvente. Buscou aprimorar-se na arte de falar e se comunicar, sempre preservando a todo custo a lisura e o cumprimento de sua palavra. Comprar e vender tornou-se parte do seu dia a dia. Isso o fez cada dia mais conhecido e respeitado em sua região pelo desenvolvimento e importância de seu trabalho. Dizia que para ser rico se fazia necessário apenas trabalhar, economizar e gastar sempre menos do que ganhava.
A gratidão fazia parte de sua vida. Fechava o dia com “Chave de Ouro” agradecendo a Deus por mais um dia de trabalho e os resultados alcançados.
O tempo foi passando e aos 24 anos, com dinheiro adquirido do fruto do seu trabalho, Chicó de Ieiê comprou a sua primeira propriedade. Esta igualmente ficava na área da antiga fazenda Queimadas, vizinho às terras de seu pai e pertencentes aos herdeiros do coronel José Ferreira da Rocha. Consta que em quase sua totalidade o local ainda era coberto de mata virgem. Ao lugar Chicó de Ieiê denominou de Bom Destino.
Caminhão abarrotado de fardos de algodão. A plantação desta malvácea foi um grande impulsionador da economia nordestina
Caminhão abarrotado de fardos de algodão. A plantação desta malvácea foi um grande impulsionador da economia nordestina – Foto ilustrativa
Não havia trabalho que lhe afligisse. Foi ambulante das feiras livres das pequenas cidades que surgiam as margens do Rio Potengi. Logo expandiu seus negócios de compra e venda de cereais, gado, couro de boi e de miunças (pele de ovinos e caprinos), um mercado novo e promissor onde ganhou muito dinheiro. Chicó não se descuidou de plantar o algodão, o verdadeiro “Ouro Branco” que movia a economia do Rio Grande do Norte e de grande parte do Nordeste daquele época e se tornou um grande produtor desta malvácea.
Gradativamente ele foi deixando de ser Chicó de Ieiê e passou a ser conhecido como Chicó Pinheiro.
MUDANÇAS POSITIVAS
No final da década de 1920, para dar velocidade e presteza no atendimento aos seus clientes Chicó comprou um caminhão. Tinha como motorista José Germano, seguido depois de Otávio, que se tornou um grande amigo de sua família. Esse caminhão foi o primeiro a chegar à região, tendo sido recebido com muita alegria e admiração por familiares e amigos.
Contava ele que aprendeu a ler e contar sozinho, enquanto pastoreava os cavalos nas várzeas úmidas do velho Rio Potengi. Leu a cartilha do ABC, que ensinava as primeiras letras e a tabuada com as quatro operações matemáticas básicas. Sempre que contava essa história, repetia desde a primeira letra até a última operação. Terminando com a célebre frase, em letras garrafais que se encontra na última capa da sua preservada cartilha: A PREGUIÇA É A CHAVE DA POBREZA.
Apesar da pouca instrução teve suas atenções voltadas para a cultura. Gostava da boa leitura e tinha na sua coleção a Bíblia como seu livro predileto. Recebia pelo correio a revista Almanaque do Pensamento que tratava de assuntos relativos à astrologia, agricultura, pecuária, tábuas lunares e planetárias. Gostava de romances como O Conde de Monte Cristo, O Corcunda de Notre-Dame, As Profecias de Nostradamus e muitos outros.
Muito observador, Chicó Pinheiro passou a ler livros de boas maneiras e sobre etiqueta. Sabia da importância existente na sua sociedade no tocante a apresentação pessoal e como tratar as pessoas. A figura grosseira do matuto ia ficando para trás e ele foi se transformando em um homem elegante, cordial e bem-educado. Estava sempre visando boas mudanças para si mesmo.
Primeira casa da fazenda Bom Jardim
Primeira casa da fazenda Bom Jardim
Com inteligência e a bonança proporcionada pelo algodão, começa a assumir o traquejo e a postura dos empresários daquela época. Manda confeccionar seus ternos de caxemira e linho branco nos melhores alfaiates de Natal. Passa a usar gravatas finas e chapéus de ultima moda. Abandona o velho cigarro de fumo brejeiro, daqueles enrolados em papeizinhos, pelo fino charuto cubano, além de comprar fumo e cachimbos das melhores marcas.
Bom Destino (3)
Logo em seguida, em 1930, edificou uma casa grande, moderna para a época, com uma cumeeira de 6.50 metros para oferecer uma boa ventilação. A vivenda ficou situada no topo de uma pequena colina, voltada para o nascente e distante apenas de uns 350 metros casa do seu pai.
ELA VEIO DE ACARI
Alimentava um sonho recorrente de só casar com moça rica e prendada, transformando este sonho em um dos seus objetivos definidos.
Neste período Chicó Pinheiro já gozava de grande prestigio entre os políticos e homens de negócios do Rio Grande do Norte. Entre eles Dinarte Mariz, João Francisco da Mota, Florêncio Luciano, Rainel Pereira, coronel João Medeiros, José Evaristo de Araújo, José Braz de Albuquerque, Juvenal Lamartine de Faria, José Varela, Stoessel de Brito e tantos outros com os quais se encontrava nos escritórios das grandes empresas compradoras e exportadoras de algodão em Natal.
Como ele, muitos moravam no interior do estado, em suas fazendas ou cidades e como eram poucas as opções de hospedaria na capital, normalmente estes homens se albergavam nos mesmos hotéis ou pensões. Nestes ambientes as refeições eram muitas vezes compartilhadas por um grande grupo, onde sempre havia um bom momento para se fazer novas amizades, falar de negócios, preços e sobre o comportamento do mercado. Foi assim que no escritório da empresa Wharton Pedrosa, Chicó Pinheiro conheceu a mulher encantada de seus sonhos, Josepha Bezerra Araújo.
Josepha Bezerra Araújo
Josepha Bezerra Araújo
A jovem Josepha, ou Zefinha, como era conhecida, vendo aquele homem bem vestido, já de cabelos grisalhos, alvo, simpático, sorridente e conversador, mesmo a distância, sem ouvir suas conversas, imaginou estar diante de um “lord” inglês e correspondeu aos seus olhares.
Chicó Pinheiro tomou informações sobre a jovem Josepha e disse para si mesmo: “Lamberei uma rapadura e casarei com esta jovem”.
A Jovem estava acompanhada da mãe Cipriana Bezerra de Araújo, viúva do agropecuarista e industrial acariense Joaquim das Virgens Pereira. Dona Cipriana percebeu os olhares e já buscou junto ao Sr. Fernando Pedrosa, diretor geral da firma Wharton Pedrosa, informações sobre Chicó Pinheiro. Ouviu do respeitado negociante que ele era um homem direito, correto, bom pagador, comprador de algodão, seu cliente fiel e confiável.
Bom Destino (6)
Aí Chicó Pinheiro, o matuto simpático, não deu mais trégua, Frequentou um mês inteiro a tradicional igreja de São Pedro, no bairro do Alecrim, onde Zefinha, em companhia da mãe, assistia à missa todos os dias. Logo em seguida passa a frequentar a casa da futura sogra, trazendo em algumas visitas suas irmãs como demonstração de suas boas intenções.  Foi assim que Chicó conquistou a moça rica e sabida dos seus sonhos.
O “VAPOR”
No dia 16 de setembro de 1933, Chicó Pinheiro casou com Zefinha em Natal, na Rua Meira e Sá, na residência da sua sogra. O casamento católico foi celebrado pelo Padre Agostinho e o Monsenhor João da Mata Paiva ajudou. Depois da cerimônia houve comes e bebes para todos os convidados. À noite a Srta. Lourdes do Nascimento abrilhantou a festa tocando um piano que pertencia a noiva e ainda hoje está de posse da família.
Talvez tenha sido a conquista da sua esposa um dos maiores acontecimentos da vida de Chicó Pinheiro. Gostava muito de contar essa façanha, sempre em tom de brincadeira, dizendo-se um pouco decepcionado com o tamanho da fortuna da moça, pois imaginava ser muitas vezes superior a que ele havia construído em tão pouco espaço de tempo. Mas se envaidecia muito ao apresentá-la a sociedade e aos amigos, que às vezes perguntavam, se era sua filha. Ela tinha apenas 21 anos, jovem, muito bonita, elegante e letrada. Logo Zefinha assumiu a grande responsabilidade pela administração da casa e de toda a contabilidade de seu esposo.
Haroldo Pinheiro Borges e o "Vapor" que havia pertencido ao coronel Joaquim das Virgens e veio da Inglaterra para Acari em 1906
Haroldo Pinheiro Borges e o “Vapor” que havia pertencido ao coronel Joaquim das Virgens e veio da Inglaterra para Acari em 1906
Depois de seu casamento Chicó Pinheiro construiu ao lado direito de sua casa na fazenda Bom Destino um grande armazém com silos e paióis próprios para armazenar cereais, além de grandes espaços para guardar algodão em rama e pluma. Em setembro de 1934 instalou sua agroindústria, um locomóvel de marca “Ransomes, Sims & Jefferies”, de fabricação Inglesa herdado de seu sogro Joaquim das Virgens. Este tradicional maquinário agrícola, denominado tradicionalmente pelos sertanejos como “Vapor”, era  atrelado a um besouro, uma máquina de cinquenta serras, utilizadas para descaroçar algodão e a um dínamo para gerar energia elétrica. Todo o maquinário foi importado por volta de 1906, vindo no porão de um navio da cidade de Manchester, Inglaterra. Com esta máquina, da produção de sua fazenda e da compra feita aos seus clientes, chegou a beneficiar em torno de mil toneladas de algodão por ano.
Bom Destino (11)
Em 2004, o autor destas linhas teve a grata oportunidade de ver uma destas máquinas operando “a todo vapor”, em uma propriedade localizada próxima a cidade paraibana de Sousa. Foi incrível observar o seu funcionamento. Não posso deixar de comentar que  o sogro de Chicó Pinheiro, Joaquim das Virgens Pereira, era amigo do meu bisavô, o também agropecuarista Joaquim Paulino de Medeiros, conhecido como Quincó da Ramada e dono da fazenda Rajada, onde também existia uma destas máquinas a vapor. Outro fato que uniu na história do Seridó estes dois antigos produtores rurais de Acari, esta no fato deles terem recebido, em ocasiões distintas, o famoso cangaceiro Antônio Silvino.
O açude da Bom Destino sangrando
O açude da Bom Destino sangrando
Mas voltando a fazenda Bom Destino, gentilmente recebi de Haroldo outra foto de um interessante maquinário existente em sua propriedade, Trata-se de uma prensa que produzia fardos de lã, com uma media de 70 quilos e uma produção diária de aproximadamente 30 fardos.
PREOCUPAÇÃO COM A EDUCAÇÃO
Os anos vão passando. Chicó Pinheiro teve grande parte de sua vida voltada para o trabalho. Sabia administrar suas economias aplicando seu capital no momento oportuno. Dizia que o dinheiro tinha que está em movimento, havendo sempre o momento de comprar e de vender. Era só observar a tendência do mercado. Por isso tornou-se um bom empreendedor na área rural, pois, estava sempre ligado aos melhoramentos das suas propriedades, através de novas aquisições de terras, realizando quando necessário desmatamentos, aquisições de máquinas agrícolas, construções de cercas, açudes etc.
O antigo Grupo Escolar
O antigo Grupo Escolar
Mas não deixou de ajudar aqueles que lhe ajudaram.
Construiu na fazenda Bom Destino o “Grupo Escolar Francisco Pinheiro Borges”, com salas de aula e um apartamento anexo para servir de residência para uma professora. O Grupo Escolar foi inaugurado no dia 24 de setembro de 1965, em meio a uma grande festa. Entre os convidados estiveram presentes Monsenhor Walfredo Gurgel, que estava em plena campanha como candidato ao governo do Estado e o então governador Aluízio Alves, por quem Chicó Pinheiro tinha grande estima e admiração. Repetia sempre uma célebre frase às crianças e estudantes “O estudo é a única riqueza do mundo que não é roubada, acompanha o homem até o túmulo”.
Educou seus filhos nos melhores colégios de Natal e Recife. Ajudou na construção do Colégio São José na cidade de São Paulo do Potengi, que tinha na sua administração a Irmã Dominicia, da Ordem da Divina Providência.
Bom Destino (1)
No censo de 1960, foi cadastrada a casa grande com os armazéns e mais cinquenta e uma casas destinada aos moradores da fazenda Bom Destino, todas de tijolo e telha. A propriedade abrigava trezentas e vinte e oito pessoas,
UMA VIDA DIGNA
Certo dia, se sentindo muito cansado foi a Natal e depois de uma consulta ao seu médico e amigo Dr. Hellen Costa, foi por ele aconselhado para vir morar em Natal, pois seu coração estava muito crescido e não suportava mais os aborrecimentos próprios de um administrador na sua idade. Ele prontamente lhe respondeu “que seria uma grande dádiva de Deus se lá morresse subitamente, sem dar trabalho aos seus familiares”.
Ao se aproximar dos 80 anos comentava com seus familiares e amigos mais próximos que se fazia necessário realizar uma grande festa, pois sabia que ela seria a última.  Assim convidou seu velho amigo, o Monsenhor Expedito de Medeiros para rezar uma missa onde ele pudesse agradecer de público a Deus pelas benções recebidas durante toda sua vida. A missa foi rezada no Grupo Escolar Francisco Pinheiro Borges, localizado na sede da Fazenda Bom Destino onde compareceu em torno de 500 convidados. Chicó Pinheiro agradeceu pessoalmente pela presença e o prazer de receber com seus familiares, em sua casa, os seus melhores amigos.
Chicó Pinheiro e Dona Zefinha ao piano
Chicó Pinheiro e Dona Zefinha ao piano
No dia 22 de abril de 1981 faleceu no hospital Dr. Luís Soares em Natal, rodeado de seus familiares e assistido por um dos seus melhores amigos, o médico Ernani Rosado.
O Casal Chicó Pinheiro e Zefinha tiveram dezenove filhos, dos quais onze sobreviveram. Aqui estão nominados do primogênito ao caçula, todos com o sobrenome Pinheiro Borges: Maria das Dores casada com Ivo Ferreira Neto, Jarbas (falecido) casado com Sonia Azevedo Pinheiro, Haroldo casado com Mônica Maria Augusta de V. P. Borges; Rafael com Joana D’arc Marques de Araújo, Edda com Raimundo Dagmar Fernandes, Ana Maria com Manoel Alves Irmão (já falecido), Cosme com Maria Sonia de Azevedo Cabral, divorciado e casado em segunda núpcia com Jailda Barreto Carneiro, Eleenete casada com Pacífico de Medeiros Neto (falecido), Franklin com Vera Lopes, Maria José com Francisco Paulo e Vilma com Edvaldo Cursino Dias.
FINAL
Tenho muita preocupação com o desaparecimento gradual das antigas casas de fazenda no nosso estado. Elas são caras e difíceis de serem preservadas e muitas estão se transformando rapidamente em ruínas. Quando estas são vendidas para outras pessoas, fora dos núcleos familiares que as criou, normalmente a história do lugar cai para segundo plano e muito deste passado é esquecido. Por isso é sempre bom conhecer um pouco da história destas antigas vivendas e de quem as edificou.
Bom Destino (1)
Concordo com Haroldo quando ele comenta que a casa grande da Fazenda Bom Destino, pela sua beleza e pujança, serve como símbolo da época do coronelismo e da implantação da agroindústria algodoeira. Mas uma casa, qualquer casa, é apenas uma casa quando nada sabemos da história de quem ali viveu.
Por isso sou muito agradecido pela gentileza de Haroldo Pinheiro Borges, pai dos meus amigos Kacá e Eduardo (o Dado) Borges, companheiros dos bons tempos do Colégio Marista e do Tirol, por trazer para nosso espaço a biografia de Chicó Pinheiro e as fotos da bela Bom Destino.
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