sábado, 24 de dezembro de 2016


Renascer em Maria 

ESSA ORAÇÃO É PODEROSA, CREIA !!!

Maria passa na frente e
vai abrindo estradas e caminhos.
Abrindo portas e portões.
Abrindo casas e corações.
A Mãe vai na frente e os filhos
protegidos seguem seus passos.
Maria, passa na frente
e resolve tudo aquilo que
somos incapazes de resolver.
Mãe, cuida de tudo o que
não está ao nosso alcance.
Tu tens poder para isso!
Mãe,vai acalmando,
serenando e tranquilizando
os corações.
Termina com o ódio,
os rancores, as mágoas e
as maldições.
Tira teus filhos da perdição!
Maria, tu és Mãe e também a porteira.
Vai abrindo o coração das
pessoas e as portas pelo caminho.
Maria, eu te peço:
PASSA NA FRENTE!
Vai conduzindo, ajudando e
curando os filhos que
necessitam de ti.
Ninguém foi decepcionado
por ti depois de ter te invocado e
pedido a tua proteção.
Só tu, com o poder de teu Filho,
podes resolver as coisas
difíceis e impossíveis.
Amém !!!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

CORAÇÂO
É o coração pequeno apartamento,
Que costuma viver sempre alugado,
Parque que tem como divertimento
Dar alegria e ficar fechado.
É porta-voz que vive sempre atento,
Transmitindo notícias aos ouvintes;
Fortificante que oferece alento
aos mais pobres como aos de mais requintes.
É um frágil barquinho que navega
No mar das ilusões e só carrega,
No vão do bôjo, as lágrimas e a dor.
Passarinho que está sempre a cantar,
É o sol risonho que volta a brilhar,
Forte cadeia que acorrenta o amor.
Walma de Azevedo Dantas, poetisa potiguar de Caicó

Em 1984, Tancredo Neves foi o escolhido para representar a coligação dos partidos de oposição que formava a Aliança Democrática. Em 15 de janeiro de 1985 (última eleição indireta) Tancredo vencera Paulo Maluf do PDS, na disputa para presidente da república. Era o fim do regime militar. Pois bem, a propósito da vitória de Neves, o irreverente poeta assuense Renato Caldas escreveu a trovinha que transcrevo abaixo:

A vitória de Tancredo
Na minha compreensão,
O povo meteu o dedo
No C_ da Revolução.

Fernando Caldas

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Ninguém como ELE...

Ninguém NASCEU como Ele...
Seu nascimento há centenas de anos foi fartamente anunciado
Pois o Espírito de Deus a homens santos inspirados
Anunciou local, condições, ascendência, nomes e sua missão
Sem falhas ou mesmo erros, mas com fantástica exatidão.
Ninguém VIVEU como Ele...
Nada tendo como seu
No entanto, para servir aos outros Ele viveu.
Embora de humilde ofício de sua carpintaria
Para multidões que a Ele acorreram discursaria
Nos caminhos e cidades da Judéia
Ou mesmo por montes e mares da Galileia
Não foram poucos os que queriam ao menos vê-Lo
E ouvi-Lo falar do Pai com tanto zelo.
E o evangelista relatando descrevia
Somente “Fazendo o bem, ele vivia”.
Ninguém AMOU como Ele...
Cercado por discípulos, crianças, jovens e anciãos
Pessoas ricas, pobres, doentes e também os sãos
A todos igualmente Ele tratava
Declarando a quem quer que O procurava
Com autoridade de que domina a situação
Sua identidade, seu propósito, sua missão.
Sendo de Deus, o Enviado
O Amor encarnado
Jamais limitou do sentimento a extensão
Amando sem medidas, foi assim
Que os discípulos “amou-os até o fim”.
Ninguém MORREU como Ele...
De seus trinta e três anos de vida que aqui se registrou
Em pouco mais de três seu ministério concretizou
Não lhe esperava, no entanto, uma morte honrosa
Para cumprir a profecia e salvar o homem
Estava destinado a si a cruz ignominiosa.
Sofreu a dor da rejeição, do escárnio e do desprezo
Nada alegou e não reagiu quando foi preso.
De seus discípulos, outrora inseparáveis do meigo e bom Pastor,
Exceto João, se foram todos, vendo de longe padecer o Salvador.
Expirou com um brado de vitória
Suportando os pecados da humanidade
Ao Pai Seu espírito entregou
Respondendo aos algozes Ele provou
Com Sua Vida, o sentido da Verdade.
Ninguém RESSUSCITOU como Ele...
Foi no alvorecer do terceiro dia
Que o maior milagre de toda história se realizou
As três Marias, indo ao túmulo, entristecidas
Estupefatas, descobriram que a pedra alguém rolou.
Não tinha sido o jardineiro
E muito menos a escolta do poder romano
Certamente o que ali se passara
Acima estava do entender do ser humano.
Entre lágrimas de singela dor e de saudade
Foi do anjo que ouviram a novidade:
“Não está mais aqui Aquele
Que a morte venceu e a profecia cumpriu.
Anunciai a todo mundo que o Rei dos Reis,
Príncipe da Paz, Conselheiro,
Pai da Eternidade, Maravilhoso, ressurgiu! ”
Ninguém VIRÁ como Ele...
Quase dois mil anos se passaram
Desde aquela manhã tão gloriosa.
Decorreram vinte séculos que neste mundo
A presença do Santo Espírito o homem goza
Mas o tempo do fim não tarda a se cumprir
E ao homem pouco tempo lhe resta prá se decidir
Eis que vindo o Filho do Homem lá nas nuvens
Como havia antes sido profetizado
Da Salvação a porta será fechada
E da decisão a oportunidade estará encerrada.
É sua hoje a escolha, leitor amigo
Não desprezes nem rejeites este convite
Salve sua vida e viva seus dias descansado
Tenha certeza de que Ele nunca o deixará
Suas promessas fielmente cumprirá
E para sempre ao seu lado Ele estará!
Ninguém É como Ele...
Nosso amado Redentor Onipotente
Nosso Salvador suficiente
Supremo Pastor, Sol da Justiça, SENHOR JESUS!!!

Clênio Falcão Lins Caldas
(em setembro de 1994 fui inspirado pelo Espírito Santo do Senhor a redigir este poema em louvor ao Natal do Senhor e Salvador Jesus Cristo!)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

RN quer provar que Brasil foi descoberto aqui. Entenda


                                                                  Marco de Touros

por Antonio Roberto Rocha 

21 de dezembro de 2016 
O descobrimento do Brasil se deu pelo Rio Grande do Norte, precisamente na Praia do Marco, município de Touros. Pelo menos é esta a tese de alguns escritores, e que os responsáveis pelo turismo potiguar pretendem aprofundar. Para tentar reescrever a História, uma série de seminários para discutir o tema está sendo organizada para o primeiro semestre de 2017, em Natal.
A ideia de levantar o debate em torno da História do Brasil partiu da Secretaria de Turismo do RN e da Empresa Potiguar de Promoção Turística do RN (Emprotur). Certamente, tal tentativa contará com a participação de importantes pesquisadores do assunto.
“Essa discussão merece ser aprofundada. Outros equívocos históricos já foram corrigidos e este pode ser mais um. Vamos dar a César o que é de César. Evidências mostram que o descobrimento se deu no litoral potiguar”, comenta o secretário estadual de Turismo, Ruy Gaspar.
A presidente da Emprotur, Aninha Costa, acredita no fato como uma nova possibilidade de projetar o turismo histórico-cultural potiguar. “Além da discussão em torno de um tema importante, também teremos a chance de divulgar nosso Estado na mídia, para além do Sol e Mar”.
A professora-doutora Rosana Mazaro, do Departamento de Turismo da UFRN, tem dado o suporte teórico à empreitada. Ela é velejadora e une conhecimentos científicos e práticos para embasar cinco evidências para provar que o Brasil começou pelo RN. São elas:
1 – A primeira é pelas correntes marítimas que direcionariam as caravelas naturalmente ao RN. Há uma dificuldade imensa para se chegar da Europa à Bahia e, em contraponto, facilidade para o RN. Há navegadores, sem exagero, que vão até Dakar (na África) para se aproximar do Brasil, tamanha a força das correntes”.
2 – A segunda evidência apontada pela professora é o monte avistado pelos portugueses ser o Pico do Cabugi, na região central do RN. Pescadores nativos até hoje tomam o Pico como referência para voltar à terra. Enquanto o Monte Pascal, na Bahia, sequer é um “monte”, mas uma torre, cortada e sem “pico”.
3 – A presença de “aguada” no litoral, conforme consta na carta do descobrimento. Aguada seria água doce, presente nas proximidades do Marco de Touros e inexistente em Porto Seguro, na Bahia.
4 – A penúltima evidência seria o Marco de Touros, diferente do fincado na Bahia. O daqui é esculpido com símbolos e brasões semelhantes ao marco chantado no município de Cananéia, em São Paulo, que seria o segundo marco português no Brasil.
5 – Por último, consta no mapa português que eles navegaram duas mil léguas ao Sul do país para fincar o segundo marco. Essa distância corresponde exatamentea o percurso do Estado potiguar a São Paulo. Caso partisse da Bahia, o segundo marco estaria fincado na Argentina.


FESTIVAL LITERÁRIO DE NATAL

No sábado, 17 de dezembro do corrente ano, a Academia Assuense de Letras - AAL se fez representada por três dos seus 11 membros efetivos no Primeiro Encontro de Academias do Rio Grande do Norte, realizado durante o Festival Literário de Natal - FLIN.
 
 
Na fotografia: Dácio Galvão - secretário municipal de cultura do Natal, Carlos Eduardo - prefeito do município do Natal, Ivan Pinheiro Bezerra - presidente da Academia Assuense de Letras, Diógenes da Cunha Lima - presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras, Fernando Caldas - segundo secretário da AAL, Auricéia Antunes de Letras - vice-presidente da AAL e escritor Marcos Cavalcante.
 
Foto: Rosa Regis.

DUAS GLOSAS

Os poetas do Assu, principalmente aqueles glosadores (alguns ainda usam o pseudônimo de Poeta da Rua), não perdem as oportunidades para versejar, principalmente em época de eleições municipais. Essas duas glosas transcritas abaixo, ainda das antigas, que encontrei entre meus guardados é referente a Edgard Montenegro e Ronaldo Soares. Edgard fora candidato nas eleições de 1948 obtendo sucesso, e Ronaldo candidato nas eleições de 1982 obtendo vitória. Fica esse registro, para enriquecer a história e estória das campanhas políticas da terra assuense.Vejamos:

MOTE

Dê seu voto a Edgard
Sem temer decepção

GLOSA

Quando você for votar
Ao cumprir o seu dever,
Não tem outro parecer:
Dê seu voto a Edgard.
Na urna quando botar
A cédula de votação,
Praticou alta função
Sua vontade exercendo
Um candidato escolhendo
Sem temer decepção

MOTE

Ronaldo e José Wilson
Vão direto à Prefeitura

GLOSA

Eu digo alto e bom som
Sem temer contestação,
Terão grande votação
Ronaldo e José Wilson
Sem alterar o meu tom
Já percebo a esta altura
Ser a vitória segura
Pois tudo está a mostrar,
Pelo voto popular
Vão direto à Prefeitura

Postado por Fernando Caldas

PECADO

Se o desejo que a carne traz consigo,
Percorrendo meu corpo, avidamente,
Se a ânsia de ser tua, meu amigo,
For um pecado, verdadeiramente;


Se for impuro o pensamento ardente,
Que nos meus sonhos quase sempre abrigo,
De abandonar o simbolismo crente
E meu amor realizar contigo;

Se for pecado amar desta maneira
E certo for guardar prisioneira
A vontade febril de te abraçar,

Pecadora serei reconhecida
E em pecado estarei por toda a vida:
Se for pecado tanto assim te amar!

(Dinorah Pinto Varela, poetisa potiguar)

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O TEMPO VOA: COMO ERAM OS AVIÕES DE ANTIGAMENTE




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Foto: Panam.org/Paleofuture / Divulgação

Fumar era permitido
Os males do cigarro não eram tão divulgados, e era permitido fumar durante os voos. Lá fora, as primeiras proibições ocorreram a partir de meados dos anos 1980. No Brasil, a partir de meados dos 1990.

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Foto: Panam.org/Paleofuture / Divulgação

Banheiros espaçosos
Por muito tempo, os aviões, que eram bem menores, tiveram apenas uma classe, semelhante à executiva atual. Os banheiros, por exemplo, eram bem mais amplos e podiam até ser frequentados por mais de uma pessoa ao mesmo tempo.

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Foto: Panam.org/Paleofuture / Divulgação

Espaço de convivência
Até a década de 1980, voar era luxo para muito poucos. Com a popularização dos voos, alguns serviços deixaram de ser oferecidos. Embora hoje seja possível encontrar espaços de convivência em algumas primeiras classes, na época bares eram local de entretenimento a bordo.

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Foto: Panam.org/Paleofuture / Divulgação

Comida farta
Comer a bordo, até a década de 1970, era muito diferente. Nada das refeições padronizadas, industrializadas, e os lanchinhos de hoje em dia. Na época, a oferta de pratos e bebidas era bem maior. Além disso, como o espaço entre as poltronas era mais amplo, comer também ficava muito mais fácil.

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Foto: Panam.org/Paleofuture / Divulgação

Conexões frequentes
Além dos preços bem mais altos, no passado as aeronaves precisavam fazer mais escalas durante as viagens. Alguns voos, como de Londres para a África do Sul, chegavam a ter 22 paradas. O barulho do motor também era bem mais alto, e os acidentes muito mais frequentes.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

“Até o Natal teremos pancadas de chuva em qualquer ponto do RN”, diz Emparn




Volume total de chuvas que caíram no último final de semana em todo estado será divulgado ainda nesta segunda-feira (19)

Arena das Dunas em dia de chuvaFoto: Elias MedeirosElias Medeiros
A volta das chuvas no Rio Grande do Norte irá durar, pelo menos, até o dia do Natal. Quem confirmou a informação foi o meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), Gilmar Bistrot, em entrevista ao Portal Agora RN.
“Pelo menos até o período natalino teremos pancadas de chuvas que podem acontecer em qualquer ponto do estado. Ainda não temos lugares específicos, pode acontecer em qualquer região. Não serão chuvas fortes, apenas algumas pancadas”, explicou.
“O último final de semana foi de registro de chuvas em diversas regiões. Choveu bem na região da chapada do Apodi, Vale do Açu e na região do Alto Oeste. As chuvas voltaram a cair, no geral, em todo o RN, sempre com chuvas de maneira isolada”, detalhou.
A previsão para os próximos dias em Natal é de pancadas de chuvas que podem acontecer em qualquer ponto. “Como eu disse, não serão chuvas fortes. Por enquanto não temos garantias de chuvas maiores”, finalizou.
A Emparn irá divulgar ainda nesta segunda-feira (19) o volume total de chuvas no último final de semana.            

domingo, 18 de dezembro de 2016

FESTIVAL LITERÁRIO DE NATAL

Ontem, participando do Primeiro Seminário de Academias do Rio Grande do Norte, realizado num dos estande da FLIN - Festival de Livros de Natal.Na fotografia: Fernando Caldas (editor deste blog), Caarlos Eduardo (prefeito de Natal), além do presidente da Academia Norte-Riograndense de Letras Diógenes da Cunha Lima, presidente da Academia Assuense de Letras Ivan Pinheiro Bezerra, dentre outros.



FLOR DO ASSU

Cumplicidade
De sabores e especiarias
Erva-doce misturada na farinha de trigo,
Deixando tomado
O gosto fofo do biscoito
Forma de estrela ou de flor.

Café da manhã ou lanche da tarde
A massa leve, amorenada no forno
Requinta o paladar,
Para sorver na grossa xícara o café espesso.

Sensações vêm à tona, confortantes.

Na mesa farta, nos rostos
O bem-estar amolda feições animadas.

Lembranças doces do sabor da infância.

Saudades da vida que se foi.

Autora: 
Maria do Perpétuo Socorro Wanderley de Castro
(Dra. Perpétua) - Poetisa assuense.
Memorial do meu velho Assu - 2000. 
 
 

sábado, 17 de dezembro de 2016

PAI NOSSO DA 'CANA'

 cachaça, aguardente, pinga serra grande antiga



Santa 'cana' que estás no copo, santificado seja o vosso líquido, assim no boteco como em qualquer lugar

O garrafão de cada dia nos dai hoje, perdoe por às vezes que bebemos muito e não nos deixei cair em tentação, e livrai-me  da Rádio Patrulha amém.

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I

Aguardente é moça branca
filha do senhor de engenho,
quem puxa muito pro ela
não pode juntar vintém.

II

Se cachaça fosse água
era só o que bebia
se velho fosse gravata
no meu pescoço não ia
se cachaça fosse água
era só o que bebia.

(Autor desconhecido)



sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

· MEUS MORTOS QUERIDOS


Washington Araújo

Maria Eugenia. Se o encanto tivesse forma humana essa forma seria a da dona Gena. Culta, muito culta, era escritora, pintora, poeta, dramaturga, biógrafa. E foi prefeita de Ipanguassu. Tinha a alma pura da criança que irrompeu um dia em Lavras, nas Minas Gerais, e seguiu sendo até o último suspiro, em Natal, já beirando os 90 anos. Se dependesse de mim ela daria nome a tudo de bom que surgisse na cidade que seu coração adotou. Teria a Praça dona Gena, o Museu dona Gena, a Universidade dona Gena, vários bairros dona Gena, I, II, III e IV, o Hospital dona Gena, o Sobrado dona Gena e o Viveiro dona Gena. É que ela era a joia oculta do Assu. Faz falta.

Renato. Quem nunca leu Renato Caldas está muito longe de conhecer o Assu profundo, aquele dos Lins e dos Caldas. E quem não conhece um verso sequer de Fulô do Mato é um forasteiro no Assu nesmo que lá tenha vivido século e meio. O lirismo de Renato, seu generosíssimo bom humor, sua forma peculiar de versejar deram um colorido único à velha Atenas norteriograndense. Renato é um ser mitológico, atemporal.

Desconfio que todo legítimo assuense traz consigo por dádiva divina o DNA de tio Renato. Faz falta.

Oswaldo. Vinha de uma das mais antigas dinastias do Vale do Assu: os Amorim. Oswaldo conhecia tudo do Vale. Sabia de cor seu passado e era o grande profeta da cidade. Ele acreditava de todo o coração que o Assu era tipo uma Terra Prometida, uma Canaã nordestina, de onde um dia desceria o maná do leite e do mel. Defendia a agricultura familiar, o cooperativismo, a agropecuária do Assu. Se fosse nome de um tipo de carnaúba não faria feio. Partiu novo, mas deixou na terra as marcas de um Matusalém - marcas eternas, duradouras, inamovíveis que a revolução dos tempos jamais apagarão. Faz falta.

Os dois Nelsons. Um bem mais velho, camarada, amigo. Sempre o via caminhar em seu velho casarão, na esquina da Getulio Vargas, assoviando alguma velha canção, dessas de apenas duas ou três notas e nada mais. Era alguém que a felicidade bem podia ter escolhido para ser amigo de toda a vida. O outro Nelson era médico, sempre boa praça, amigo de todas as situações, irreverente e desses que quando falava com a gente nos olhava nos olhos. O primeiro, um legítimo Montenegro não teve filhos, adotou o sobrinho da mulher, mas sua casa tinha um viveiro com os mais variados cantos de pássaros. O segundo, de sobrenome Santos, teve logo seis filhos. Faziam da casa um viveiro humano, todos muito falantes, divertidos e eram a simpatia em forma de gente. Fazem falta.

Walter. Parecia saído de livro de anedotas. Tinha um senso humor precioso e em qualquer roda de conversa pontificava como faz o papa no Vaticano. Leal, amigo, irreverente e desses homens honrados que parecem surgir somente de cem em cem anos. Foi prefeito de Assu. E dos mais operosos, trouxe a universidade à cidade. Faz falta.

Os dois João Batista. Ambos Montenegros, mas de galhos bem diferentes. O primeiro, gente muito boa, desses de cara arejada e eterno semblante de menino. Foi prefeito de Assu e deu a cidade a sua mais elegante primeira dama. Era conhecido como Dandan. E nunca esqueceu da praça da Carnaubinha. O segundo era festeiro e parecia viver de carnaval a carnaval e de São João a São João. Tinha sete irmãos formados em boas faculdades, do Recife a Natal e de Natal a Lavras. Costumava dizer que seu pai tivera oito filhos: sete doutores e um homem. Ele. Viveu feliz em sua eterna alegria e mesmo sendo o caçula foi o primeiro a partir. Fazem falta.

Zé Dias. Esse nome bem poderia ser sinônimo para bom caráter e então quando alguém dissesse: "Fulano tem um bom caráter!" Bastaria dizer de forma mais simples: "Fulano é um Zé Dias!" Pessoa simples, afável, sereno. Zé Dias teve um filho e duas filhas, mas tratava a todos como se fossem seus filhos: com correção e generosidade. Está para o Assu assim como os pés de fícus estão para a praça Getúlio Vargas. Faz falta.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...