sexta-feira, 21 de julho de 2017

Por André Madureira

Cartão postal da ainda desativada Maternidade de Natal
André Madureira

Após a II guerra, período em que no prédio foi instalado o Hospital Militar, a Sociedade de Assistência Hospitalar pleiteou do governo federal a indispensável indenização pelos estragos feitos. 
Ofícios, telegramas, entendimentos pessoais, enfim, a eterna burocracia brasileira fez retardar a readaptação do prédio para, nele, instalar e fazer funcionar a Maternidade.
Somente em 12 de fevereiro de 1950, passados pouco mais de 10 anos da conclusão do prédio, a Maternidade de Natal foi inaugurada.
O interessante nesse postal, em fins dos anos 40, foi a descrição dos principais compartimentos do prédio, colocados aqui provavelmente por uma pessoa que o conhecia muito bem.
Na frente do postal essa pessoa numerou quase por completo todos os cômodos da maternidade.
No verso ela descreveu o que funcionava na época em cada um deles.
A descrição foi a seguinte:
1 - Capela
2 - Secretaria
3 - Heliotrópio (Bosc) gestantes
4 - Malvão (Bosc) puérperas
5 - Salão nobre
6 - Médicos e pensionistas
7 - Sala de partos (pensionistas)
8 - Sala de partos (pensionistas)
9 - Sala de partos (pensionistas)
10- Sala de partos (não contribuintes)
11- Dentista
12- Sala de costuras
13- Lavanderia
14- Necrotério
15- Gabinete do diretor
16- Berçário
De toda a descrição feita por essa pessoa, a que achei mais interessante foi as de número 3 e 4.
Esses dois compartimentos, localizados nas laterais do prédio, são aqui duas enfermarias que receberam nomes de duas plantas.
A que fica na lateral direita do prédio(a de número 3) é a enfermaria heliotrópio, destinada à gestantes. É destinada ao ensino de Toco-Ginecologia
A que fica na lateral esquerda do prédio(a de número 4) é a enfermaria do malvão, destinada à puérperas(mulheres que acabaram de dar à luz).
Obs:
Heliotrópio é o nome vulgar de uma planta, o mesmo que flor-de-baunilha. https://cdn.pixabay.com/…/44/vanilla-flower-8105_960_720.jpg
Malvão é uma espécie de erva medicinal.
Flor do malvão http://cdn.olhares.pt/client/files/foto/big/206/2067478.jpg
Fotógrafo: Jorge Mário
Ano: Fim dos anos 40

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Hoje, Dia do Futebol, homenageio antigos presidentes da Federação Norte Riograndense de Desportos, FND, depois FNF. Na primeira foto, em jogos nas tarde dos sábados (jogos da 2ª Divisão), no Juvenal Lamartine: João Machado, Humberto Nesi, Cícero Almeida e Rui Soares. Na segunda foto, no então Castelão: Cícero Almeida e José Veiga. Ao lado Luiz Maria Alves e Cleanto Siqueira. Cícero Almeida foi o último presidente da FND e o primeiro da FNF.

Marcos Lacerda Almeida





PARABÉNS, CANGUARETAMA 159 ANOS DE FUNDAÇÃO (CIDADE CULTURAL DO RIO GRANDE DO NORTE)

o seu lado estavam o capitão Anacleto José de Matos, seu irmão, e Galdino Álvares Pragana, tabelião local.
A primeira tentativa de transferência ocorreu em 1857, mas o projeto foi devolvido por não conter boas razões. Como o padre era membro destacado do Partido Liberal, que dominava a província, aproveitou a ausência do presidente Antônio Machado da Costa Dória e enviou o projeto para seu substituto, Antônio Marcelino Nunes Gonçalves.

Desta forma, o projeto foi votado pela Assembléia Provincial, que aprovou a lei nº 367 de 19 de julho de 1858, segundo a qual, foi Uruá elevado à categoria de Vila de Canguaretama, passando Vila Flor a um povoado subordinado ao novo município criado. Na época, em Uruá não havia sequer uma igreja e as celebrações religiosas passaram a funcionar em um armazém.

Aparentemente essa transferência teria ocorrido apenas pela vontade de um sacerdote político e não há notícia sobre o apoio popular, mesmo sabendo-se, que não era co
mum o envolvimento do povo nos assuntos da política. Só Sebastião Policarpo fez oposição, nada mais.

Entretanto, foi o desenvolvimento comercial da província do Rio Grande do Norte, a partir da segunda metade do século XIX, que propiciou o surgimento do novo município. Nessa mesma época ocorreu o surgimentos de novos engenhos e um rápido desenvolvimento da atividade comercial no povoado do Uruá. Essas mudanças são reflexos da autonomia econômica da província, conquistada em 1818.

A população da província sofreu um crescimento substancial movido pela produção açucareira. Em 1854 havia 173 engenhos no Rio Grande do Norte e a produção só aumentava. Em 1854 já eram mais de 12000 toneladas exportadas e ultrapassou as 5000 em 1859. 

Em 1854 havia 11 engenhos em Canguaretama e 23 entre Goianinha e Arês. O açúcar desses 34 engenhos era exportado através do porto que existia no pequeno povoado do Uruá e favoreceu a transferência da sede administrativa de Vila Flor.
Comentários

Francisco Galvão http://historiarn.blogspot.com.br/.../a-fundacao-de...
A CRIAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CANGUARETAMA OCORREU EM 19 DE JULHO DE 1858 A fundação do município de Canguaretama ocorreu, segundo a histor...
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Francisco Galvão http://vereadorelvis.blogspot.com.br/.../historia-de...
HISTÓRIA Do livro Povo dessa terra Francisco Alves Galvão Neto Páginas 11 á 17. O NOME URUÁ Em…
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Francisco Galvão http://museudoagreste.blogspot.com.br/.../fundacao-da...
FUNDAÇÃO DE CANGUARETAMA Canguaretama é…
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Cartão postal com vista para a praia da Montagem em por volta de 1928.
O que era conhecido por praia da Montagem era um pedaço de areia entre o setor conhecido por Rampa e o Canto do Mangue. 
Na Montagem, local também conhecido por "canteiro de obras do porto", foi onde se instalou, no final da década de 1920, as oficinas de Fiscalização do Porto.
Era ai, nessas oficinas, que eram construidas, entre outras embarcações, um tipo muito utilizadas nas proximidades dos portos marítimos. Eram essas utilizadas para transporte de cargas não muito grandes e em águas rasas. Segundo Cascudo, foi a montagem dessas grandes alvarengas de ferro que deram o nome ao local. O lugar ficou então sendo um espécie de estaleiro, usado pra construção e reparo de pequenas embarcações. 
Pouco tempo depois foi construída, nessa mesma praia, a residência oficial do chefe do Porto, o eng. Décio Fonseca.
Foi para esse local que, com ajuda de um batelão pertencente ao porto, chegou transportado o avião Savoia-Marchetti S.64, avariado durante aterrissagem na praia de Touros. Esse aparelho foi utilizados pelos pilotos italianos, Arturo Ferrarin e Carlos del Prete, durante o Raid aéreo entre a Itália e o Brasil.
Após esse desembarque, que aconteceu em 13 de julho de 1928, o aparelho foi levado para um hangar construído provisoriamente para realizar os reparos. Esse hangar, localizado em terreno pertencente á Fiscalização do Porto, ficava na praia da Montagem.
Passados cerca de 13 dias, as oficinas de Fiscalização do Porto concluíram o conserto da peças avariadas do avião.
Na foto ainda se vê o inicio da construção do cais acostável e, mais a direita, a cábrea flutuante pertencente ao porto.
Fotógrafo: Não informado(editado pela Agencia Pernambucana)
Ano: Por volta de 1928
A imagem pode conter: árvore, céu e atividades ao ar livre

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Vingt Rosado e Laire Rosado, eleições de 1986

Nas eleições gerais de 1986, o político mossoroense Jerônimo Vingt Rosado Maia, candidatou-se ao cargo de Deputado Federal do Rio Grande do Norte pelo PMDB(Partido do Movimento Democrático Brasileiro). Vingt Rosado foi eleito com 38.837 votos para exercer o sétimo mandato de deputado federal, na legislatura 1987-1991.

Ao seu lado, o médico mossoroense Laire Rosado Filho disputou uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, também pelo PMDB, conseguindo eleger-se. Neste pleito apoiavam o nome do peemedebista Geraldo Melo ao Governo do Estado.

Governador discute sobre transposição em reunião com grupo de trabalho

O governador Robinson Faria se reuniu hoje com o grupo de trabalho do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) para discutir sobre a chegada das águas ao Rio Grande do Norte.

“É importante que as secretarias estejam integradas e preparadas para quando as águas chegarem ao Rio Grande do Norte. Para isso, estamos nos reunindo constantemente para acompanhar o que precisa ser feito pelo Estado e o andamento do projeto”.

Os temas abordados hoje serão discutidos na reunião do conselho do PISF, composto pelos quatro estados beneficiados com a transposição e pelo governo federal.

A previsão é que a transposição chegue ao RN em meados de 2018, pelo ramal do Apodi e deverá alimentar os rios Mossoró-Apodi e Piranhas-Açu.


A imagem pode conter: planta
Martha Salem, pintora de Assu/Rn.

MORTE DE CASTELO BRANCO: MISTÉRIO QUE DURA MEIO SÉCULO


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Soldado carrega nas costas o irmão de Castelo Branco – Fonte – http://mobile.opovo.com.br/jornal/dom/2017/07/morte-de-castelo-branco-misterio-que-dura-meio-seculo.html

Autor – Thiago Paiva
Jornal O POVO – Fortaleza-CE
Em 18 de julho de 1967, dois aviões se tocaram no céu e deixaram no ar um rastro de mistério que perdura há 50 anos. Foi numa terça-feira de tempo bom, visibilidade praticamente ilimitada e nebulosidade insignificante. Retornando de Quixadá para Fortaleza, a bordo de um bimotor Piper Aztec e acompanhado de outros três passageiros, além do piloto e copiloto, estava o ex-presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, único cearense a ter cumprido um mandato presidencial (1964-1967).

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Bimotor Piper Aztec, similar ao avião em que morreu Castelo Branco – Fonte – https://br.pinterest.com/pin/570972058984992062/

O primeiro governante da ditadura militar (1964-1985) tinha perfil considerado “moderado” entre os altos escalões das Forças Armadas. Em seu discurso de posse, em 15 de abril de 1964, o cearense falava de “eleições em 1965”. Quando do acidente, havia deixado o poder em um momento de ascensão do grupo chamado “linha dura”, cuja liderança foi também exercida por seu sucessor, Arthur da Costa e Silva. Era a primeira vez que Castelo visitava o Ceará desde sua saída da presidência. Na noite anterior, havia visitado a escritora Rachel de Queiroz, sua amiga.

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Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco (trajes civis) junto a oficiais generais do Exército Brasileiro – Fonte – http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/a-democracia-ultrajada/277962

Na viagem de volta, depois de aproximadamente 40 minutos de voo, ocorreu o incidente que dividiria os brasileiros. De um lado, aqueles que acreditavam (e ainda acreditam) em conspiração seguida de assassinato. Do outro, os que creem em fatalidade.
Vários fatores e imprevistos ocorridos, como atrasos de passageiros e alterações no horário da viagem, tornam improvável que o choque tenha sido intencional. Porém, a falta de transparência na condução das investigações e perguntas até hoje sem respostas alimentam especulações de crime com motivação política. Unanimidade, o caso se tornou uma das maiores tragédias da aviação cearense e é a mais controversa morte de um ex-presidente brasileiro.

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Desenho do Lockheed TF-33A, prefixo 4325 da FAB, que abalroou o avião de Castello Branco – Fonte – http://culturaaeronautica.blogspot.com.br/2009/09/o-estranho-acidente-que-matou-o.html

A queda
Enquanto se aproximava do aeroporto, já sobrevoando o bairro Mondubim, o avião cedido pelo Governo do Ceará foi subitamente colhido por um jato TF-33A, da Força Aérea Brasileira (FAB). O caça compunha esquadrilha de quatro aeronaves e bateu “com precisão cirúrgica” com a ponta da asa esquerda no leme de direção e quilha do piper, arrancando parte da cauda da aeronave civil.
Do choque até o solo, a queda em giros de parafuso chato foi acompanhada por uma agonia que durou aproximadamente 1 minuto e 30 segundos. Desfecho mortal para o ex-presidente, a educadora Alba Frota, o major Manuel Nepomuceno, o irmão do marechal — Cândido Castelo Branco, e o comandante Celso Tinoco Chagas. Somente o copiloto Emílio Celso Chagas, filho do piloto, sobreviveu.

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Manchete do jornal Folha de São Paulo em 20 de julho de 1967 – Fonte – http://www.desastresaereos.net/ac_br_1967.htm

Enquanto isso, o caça retornou ao aeroporto, onde pousou normalmente, sem os tip-tanques, que ficavam nas pontas das asas da aeronave. Um dos equipamentos foi arrancado na colisão e o outro automaticamente ejetado, para evitar o desequilíbrio do TF-33A.
Em seguida, vieram as investigações e conclusões duvidosas que atravessaram meio século sem que ninguém fosse responsabilizado pelo episódio. As apurações da Aeronáutica e órgão correlatos apontam para acidente. Testemunhos de familiares e amigos das vítimas também. Mas as teorias da conspiração ainda pairam sobre aquilo que não foi dito e sobre o que ainda permanece oculto, sob a guarda dos militares.

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O Aztec PP-ETT parcialmente restaurado e sem a deriva, preservado em Fortaleza Foto: culturaaeronautica.blogspot.com.br – Fonte – http://www.desastresaereos.net/ac_br_1967.htm

Fatos que alimentam teoria da conspiração
A tripulação do piper alertou à torre de controle quando estava a dez minutos da área de pouso. Desceriam na pista 13. Minutos depois, torre autorizou passagem dos jatos da FAB sobre a pista 31, informando que não havia “tráfego conhecido ou à vista que interferisse com a passagem solicitada”.
Em 20 de junho de 2004, O POVO mostrou, com base na Carta de Tráfego dos Aeródromos Pinto Martins e do Alto da Balança e Publicação de informação Aeronáutica, que os jatos deveriam virar à direita. Em 21 de junho de 2004, O POVO publicou entrevista com Emílio Celso de Moura, copiloto e único sobrevivente do acidente, após as revelações. Ele culpou à FAB e ao Controle do Tráfego pelo acidente. Antes, no O POVO de 18 de julho de 1997, ele havia dito que não invadiu a área dos jatos, mas tinha descartado a possibilidade de atentado, justificando que ocorreram pequenos atrasos que influenciaram nos horários de voo.

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Morte de Castelo Branco noticiada no Diário de Natal.

Manuel Cunha, do O POVO, fotografou Castelo Branco sendo socorrido. O filme foi recolhido pelos militares e jamais devolvido.
Indícios que corroboram tese de acidente
Na ida a Quixadá, Castelo usou um trole (pequeno carro que anda sobre a linha férrea), mas ficou com dores na coluna e alguém deu a ideia de solicitar o avião do Estado. A viagem aérea, portanto, não era planejada.
A saída do voo de Quixadá atrasou cerca de 30 minutos. Eventual atendado poderia ser atrapalhado pela mudança de cronograma.

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Castelo Branco (de terno escuro) no Rio Grande do Norte, tendo a sua direita o então governador potiguar Monsenhor Walfredo Gurgel.

Em 1997, o copiloto confirmou que voava em condições visuais e que somente os jatos poderiam tê-los avistado. E queixou-se da torre não ter os alertado da presença dos caças, mas declarou que nada havia a ser esclarecido.
Após a passagem, a esquadrilha fez curva à esquerda para também pousar na pista 13, que possuía tráfego pelo sul destinado às aeronaves de caça, e norte para os demais aviões. A manobra, conforme o Cenipa, foi correta, tendo o piper invadido a área dos jatos. (Em 2004, com base na Carta de Tráfego, O POVO mostrou que ocorreu o contrário).

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O jato Lockheed TF-33A, prefixo 4325 da FAB, também foi restaurado e preservado – Foto: Escuta Aérea Fortaleza – Fonte – http://www.desastresaereos.net/ac_br_1967.htm

O piloto que colidiu no piper era o primeiro-tenente Alfredo Malan D’Angrogne, hoje coronel aviador, filho do general Alfredo Malan, grande amigo de Castelo. Conhecia o piloto Celso, que morreu na mesa em que seria operado. Ele também foi entrevistado pelo O POVO. Disse que o acidente o “chocou muito” e refutou a possibilidade de choque intencional. “Existem maneiras menos complicadas de derrubar um avião que se chocar contra ele”.

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Infográfico do jornal O POVO, de Fortaleza, Ceará – Fonte – http://mobile.opovo.com.br/jornal/dom/2017/07/morte-de-castelo-branco-misterio-que-dura-meio-seculo.html

História. Aeronáutica não disponibilizou material sobre queda de avião
Com base na lei nº 12.527/2011, a chamada Lei de Acesso à Informação ou Lei da Transparência, no último dia 22 de março, O POVO requereu ao Ministério da Defesa (MD) todos os documentos relacionados à investigação do acidente aéreo. Foram solicitadas fotografias, laudos periciais, resultado de inquérito, investigações adicionais, conteúdo de depoimentos colhidos e conclusões de órgãos correlatos, como o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
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No mesmo dia, a demanda foi direcionada pelo MD ao Comando da Aeronáutica (Comaer), apontado como órgão detentor das informações. Em 11 de abril, a solicitação foi respondida. Os militares encaminharam ao O POVO apenas um relatório, de dez páginas, com selo de “Reservado”, feito à época pela Inspetoria Geral da Aeronáutica.
O documento é o mesmo encaminhado ao procurador da República Alessander Sales, em agosto de 2004. Após a publicação de uma série de matérias do O POVO, em junho daquele ano, apontando a possibilidade de ter havido falha de comunicação por parte da torre de controle, o procurador resolveu verificar e tornar públicas as causas do acidente.

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Fonte – http://www.desastresaereos.net/ac_br_1967.htm

Alessander, assim como O POVO, solicitou cópias do inquérito militar que apurou as causas da colisão entre o caça TF-33 e o piper PP-ETT, além do detalhamento do relatório final sobre o acidente. Mas o documento enviado não contém informações relevantes e não responsabiliza ninguém pela colisão. O relatório é apontado como única peça existente sobre a investigação, realizada há 50 anos.
No dia seguinte, 12 de abril, O POVO encaminhou recurso ao Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante de Esquadra Ademir Sobrinho, alegando que as informações estavam incompletas e eram insuficientes.
A reportagem questionou onde foram parar os depoimentos de testemunhas ouvidas na fase do inquérito (pilotos e até jornalista afirmam que foram ouvidos), bem como o rolo de filme de um dos nossos fotógrafos à época, Manuel Cunha. A equipe do O POVO foi a primeira a chegar ao local do acidente.

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Castelo Branco ao volante do seu carro no Rio em 1967.

É de Cunha o registro em que o então soldado Francisco Uchôa Cavalcante aparece carregando nas costas o corpo de Cândido Castelo Branco, irmão do ex-presidente, também morto no acidente. Na ocasião, Cunha também fotografou o momento em que o próprio Castelo era carregado, mas foi obrigado, pelos militares, a entregar o filme. As fotografias estavam divididas em dois rolos. Involuntariamente, Cunha entregou justamente aquele que continha as fotos do ex-presidente.
O material foi recolhido pela Aeronáutica como parte da investigação e jamais foi devolvido. Além disso, o relatório não revela quem eram os demais pilotos que compunham a esquadrilha da qual o caça fazia parte, se houve falha de algum funcionário da torre de controle, quem era o controlador, na ocasião, ou se alguém foi punido.
Entretanto, no dia 17 de abril, o pedido foi analisado e as informações prestadas anteriormente pelo órgão foram ratificadas. O Chefe do Estado-Maior reafirmou que “todos os documentos relativos ao acidente, disponíveis no Comando da Aeronáutica, foram encaminhados juntamente com a resposta formulada”. Não respondeu, porém, o que aconteceu com o restante do material.

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