Já pode ir se preparando! O ano de 2022 terá apenas um feriado nacional prolongado: a Paixão de Cristo, dia 15 de abril, que tradicionalmente cai em uma sexta-feira, podendo ser emendado com o fim de semana.
“No início do século, os cafés eram o lugar de sociabilidade por excelência”, lembrou a historiadora Marissa Gorberg, doutora em história, política e bens culturais pelo CPDOC da Fundação Getulio Vargas. “Era onde os intelectuais e artistas se encontravam para o fomento das ideias. Com as reformas de Pereira Passos, o Centro espelhava esse modelo de progresso que deveria ser uma vitrine para o resto do país”, disse a historiadora. Entre tantos cafés do Centro, o Gaúcho se diferenciava por sua diversidade, observou Gorberg.
Provavelmente por causa de sua localização, era um melting-pot capaz de receber tanto os pintores rebeldes do Núcleo Bernardelli quanto os católicos conservadores que fundaram a revista A ordem. Ou ainda músicos do grupo Oito Batutas, formado por Pixinguinha e Donga, entre outros, e intelectuais negros como Abdias do Nascimento. “Não era um lugar fechado para brancos, onde negros se sentiam intimidados”, disse Gorberg. “Para quem chegava de fora da cidade, seja para procurar emprego ou para se enturmar com os intelectuais, o lugar era ali.”
O fenômeno não se restringia ao Rio. Em São Paulo, a turma de 1922, capitaneada por Oswald de Andrade, frequentava as mesas do Café Guarany, na Rua XV de Novembro, perto do antigo Largo do Rosário, do lado esquerdo de quem vai para a Praça da Sé. Também compunha o roteiro da intelectualidade paulista o Bar Viaduto, ao lado do que hoje é o Largo Santa Ifigênia. Ambos surgiram ainda no século XIX, mas, diferentemente do Gaúcho, não sobreviveram ao fim do modernismo. O primeiro fechou na década de 1930 e o segundo na de 1950.
O Gaúcho tem duas datas de fundação. A administração crava 1935, ano em que a família do atual proprietário o comprou. Os jornais antigos, porém, guardam uma trajetória amputada da versão oficial. No dia 26 de março de 1921, nesse mesmíssimo número 86 da Rua São José, os sócios M. Soares e R. Carvalho inauguravam o café com “farto lunch e chopps”, como lembra a revista Careta da época. As ofertas do “lunch gaúcho” incluíam comidas como pastéis de carne, camarões recheados, empadas, croquetes e canjica de milho verde. Nada muito diferente das atrações da casa atual, que tem como carro-chefe o cachorro-quente com linguiça e uma nababesca milanesa com pão francês.
“Foi lá, por exemplo, que Candido Portinari fez de tudo para retratar a bailarina Eros Volúsia, filha dos poetas Gilka Machado e Rodolfo de Melo Machado. Também foi lá que nasceu um dos principais mecanismos de divulgação do modernismo carioca, a revista ‘Festa’”
O que mudou mesmo, para além da decoração, é o conceito do negócio. Relatos e fotos antigas mostram um espaço para se sentar e papear noite adentro. Hoje, porém, o Gaúcho serve cafés e lanches rápidos nos três balcões da casa, com os clientes em pé — uma mudança introduzida nos anos 1950, e que faz muita gente chamar o lugar de “bisavô das lanchonetes”. E fecha às 21 horas.
“Sem saber nada sobre ele, tomei muito cafezinho no Café Gaúcho nos anos 1960 e 1970, quando a Livraria São José ainda ficava na própria São José e, na Rua Rodrigo Silva, havia a Motodiscos, insuperável sebo de discos do Carlinhos”, contou Ruy Castro, que cita diversas vezes o estabelecimento em seu livro Metrópole à beira-mar, um painel do Rio moderno dos anos 1920. “Tem balcão de metal, ficha de plástico, açucareiro de vidro e café de verdade. Que maravilha.”
Desde a sua fundação, o café podia não ter o glamour das confeitarias Colombo, Cavé ou Alvear, frequentadas por Rui Barbosa, Chiquinha Gonzaga e Olavo Bilac, nem a fama boêmio-folclórica do Lamas, preferido por Emílio de Meneses. Mas havia um diferencial: encontrava-se em uma rua com muitas pensões de estudantes (incluindo a de Gilka Machado) e de livrarias tradicionais, como a São José, frequentada por Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. Assim, virou o ponto de encontro das grandes cabeças da cidade: “Pintores com velhos plastrons desbotados e poetas e críticos e alfarrabistas”, como lembrou uma reportagem de 1950.
Em sua mocidade, Schmidt saía todas as noites de Copacabana para a “cidade”, pronto para “excursões noturnas, perfeitamente líricas e inocentes, e que duravam até depois da madrugada”. Ele recorda: “Passava eu de pince-nez e bengala, à procura da vida literária que se desenrolava em alguns cafés da cidade, notadamente no Gaúcho”. Há referências ao estabelecimento como um espaço afetivo na obra de diversos escritores do período. Os lendários relatórios que fizeram a fama do prefeito Graciliano Ramos (que governou a alagoana Palmeira dos Índios de 1928 a 1930) no Rio começaram a circular pela primeira vez entre as mesinhas do Gaúcho. Um dos embasbacados com a descoberta do manuscrito foi o autor Marques Rebelo. “Depois de Manuel Antônio de Almeida e Machado de Assis, nada encontrara até então em prosa do Brasil que tanto me satisfizesse”, escreveu ele.
Em um texto memorialístico, o mestre do romance urbano José Geraldo Vieira descreveu o clima das noites do Gaúcho em sua juventude. Nos anos 1920, o futuro autor de A quadragésima porta lembra de esperar nas mesas o esfomeado amigo dadaísta Maneco Nunes Pereira. “Assim que João Castelo Branco ou João Lins Caldas começavam a querer ler-lhe poesias que haviam escrito em caixas de cigarro ou na orla de jornais, (Maneco) segurava um deles pelo gasganete e berrava: ‘Eu quero é média com pão e manteiga! Arrebento a cara do primeiro safado que ousar me ler um soneto!’.”
O café fundado logo após a Gripe Espanhola agora tenta manter-se em pé na pandemia de coronavírus. A crise sanitária foi especialmente dura com o comércio do Centro do Rio. Lugares tradicionais nas imediações, como a Casa Ulrich e a Leiteria Mineira resistem como podem. Depois de fechar por 90 dias entre março e junho, o Gaúcho reabriu, mas com o movimento muito abaixo do que estava acostumado. Com tantos funcionários públicos da área fazendo home office, acabaram-se as happy hours lotadas. “Vendíamos 800 cafés por dia, agora não chegamos a 200. Barril de chope vão dois ou três. Antigamente, iam até 12 nas sextas-feiras”, disse João Tavares, que chegou ao Gaúcho em 1961 como funcionário e hoje é sócio.
Tavares contou que veio do Ceará e foi praticamente adotado pelo então dono do café, o Seu Cunha (avô dos outros dois sócios da casa, Claudio e Marcos Cunha). Naquela época, já não havia mais pintores ou escritores modernistas, embora Tavares se lembre de ter visto os músicos Luiz Gonzaga e João Nogueira no Gaúcho. Mas o passado é o passado. Agora, como os outros bares e restaurantes da redondeza, o mais velho funcionário da casa pensa no futuro, enquanto aguarda ansiosamente a prometida ida das novas repartições da prefeitura para o edifício da Procuradoria da República, na Rua México, a poucos metros dali. “Todos os comércios estão vendo como a salvação”, disse.
Confira aqui a lista completa de feriados e pontos facultativos
Já pode ir se preparando! O ano de 2022 terá apenas um feriado nacional prolongado: a Paixão de Cristo, dia 15 de abril, que tradicionalmente cai em uma sexta-feira, podendo ser emendado com o fim de semana.
O calendário não considera os feriados estaduais e municipais e festejos como o carnaval, que é ponto facultativo e vai de segunda a quarta-feira, dias 28 de fevereiro, 1º e 2 de março.
A portaria do Ministério da Economia que estabelece os dias de descanso no âmbito da administração pública federal foi publicada nesta quarta-feira (22) no Diário Oficial da União.
Três feriados nacionais serão celebrados nos fins de semana, começando com 1º de janeiro, dia da Confraternização Universal e celebração do Ano-Novo, que será sábado. Dias 1º de maio (Dia Mundial do Trabalho) e 25 de dezembro (Natal) serão no domingo.
Além desses, também são considerados feriados nacionais os dias 21 de abril (Tiradentes), 7 de setembro (Independência do Brasil), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro (Finados) e 15 de novembro (Proclamação da República). Na lista da pasta também estão os pontos facultativos de 16 de junho (Corpus Christi) e 28 de outubro (Dia do Servidor Público).
Publicado: 18:50:00 - 20/12/2021 Atualizado: 18:50:27 - 20/12/2021
Rochas formadas entre 2,38 a 2,45 bilhões de anos atrás, durante o período Sidérico, foram identificadas por pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) no interior do Rio Grande do Norte (RN). A descoberta ajudará a entender a história geológica desta região ainda pouco compreendida e de grande interesse para a comunidade científica mundial.
Por Luís
da Câmara Cascudo
Um
"Leitor do Alecrim" pergunta por que a rua Coronel Estevão tem este
nome.
O coronel
Estevão José Barbosa de Moura (1810-1891) abriu aquela estrada, caminho da
povoação da
Macaíba, antiga COITÉ.
“Há meio século
a Intendência do Natal, pela resolução n”. 120, à 10 de agosto de 1908,
denominou Coronel
Estevão a via pública.
Assim diziam os Intendentes, Joaquim Manuel Teixeira de Moura, Presidente, Teodósio Ribeiro de Paiva, Padre José de Calasans Pinheiro, Dr. Pedro Soares de Amorim e Miguel Augusto Seabra de Meio: "Considerando que é um dever cívico prestar homenagem ao cidadão que, à sua custa, abriu a primeira estrada que pôs esta Capital em comunicação terrestre com a Cidade de Macaíba, o qual foi o Coronel Estêvão José Barbosa de Moura, resolve:
Art. 1°:
O perímetro da área urbana do lado do sul, será limitado por uma linha que
parta do Refoles, até a Avenida Oitava, que constitui a nova Avenida
"Almirante Alexandrino".
Art. 2°:
A antiga Rua do Alecrim passará de ora avante a denominar-se Rua Coronel
Estêvão".
Macaíba
foi Vila em 1877 e Cidade no ano da proclamação da República, 1889. O Coronel
Estevão rasgou a
estrada do fins de 1859 a princípio de 1861. Recebeu um conto de réis (Lei 571,
22 de dezembro de
1864),
Foi um
trabalho teimoso e difícil mas o traçado é o mesmo que os nossos automóveis
percorrem com
rapidez e
conforto.
Exigia-se
muita força de vontade e experiência para manter as turmas de trabalhadores,
especialmente escravos pagos a jornal, isto é, diariamente, na disciplina dos
dias ao relento, roçando mato, derrubando árvores,
aterrando grotas, acompanhando o risco ideal mais próximo das retas ao pé dos
monos de areia solta.
Foi uma personalidade sugestiva de sua época. Seu pai governou a Capitania e ele presidiu a Província.
Foi
deputado influente, meio chefe de Partido.
Em uma
das maiores fortunas da Província. Não sabia o número das fazendas que possuía
e as milhares e milhares de cabeças de gado que engordavam para o seu fausto.
Sítios, propriedades rurais, eram incontáveis.
Podia viajar' a cavalo de Natal até a cidade de Lajes sem sair de dentro dos
seus domínios.
Para
Macaíba, S. Paulo do Potengi, terras do velho S, Gonçalo, Serra Caiada, rodeios
de Santa Cruz, estiravam-se
suas "posses", escravos, cavalos, bois de engorda, feitores,
agregados.
Armava um
exército à sua custa e com os homens que trabalhavam e viviam para ele.
Apenas,
nunca trabalhou. Herdou a riqueza que lhe escorregou dentre os dedos como água
viva, Não sabia poupar, prever e, acima de tudo, desconfiar. Toda a gente lhe
devia e ninguém lhe pagava. Acreditava em todos
e todos fiavam nele enquanto o viram cheio de ouro, rodeado de escravaria,
montando os melhores
cavalos
da Província.
O ex-Vice Presidente que governara o Rio Grande do Norte três vezes, aderiu ao Partido Republicano em janeiro de 1889. Estava velho, pobre, ignorado, desconhecido.
A
farru1ia, como grande árvore, espalhou-se na fecundidade e na força vital.
Coronel Estevão, nome que fazia estacar e arrancar' a chapéu da cabeça, passou
como uma sombra.
Para viver na memória popular há seu nome na rua do Alecrim e uma
presença, poderosa e simpática, na
história do Rio Grande do Norte.
Fonte: CÂMARA CASCUDO, Luís. Em, “O Livro das Velhas Figuras”, Câmara
Cascudo, páginas 162 a 164.
A
REPÚBLICA – 24/07/1959
A Prefeitura do Assú, através da Secretaria de Obras Públicas, está atuando em mais uma ação de conservação e valorização da cultura e história do povo assuense, com a estruturação dos prédios públicos municipais.
Estão sendo revitalizados (com pintura das fachadas), os casarões da cidade que conservam a arquitetura colonial do município. Com a ação, que recebe investimento de recursos próprios do município, é possível enriquecer o ambiente, dar mais vida, fortalecimento e ligação ao passado histórico do Assú.
Também estão sendo revitalizados o Cine Teatro Dr. Pedro Amorim, o Anfiteatro Arcelino Costa Leitão, o Palácio Francisco Augusto Caldas de Amorim (antigo prédio da prefeitura) e a Secretaria Municipal de Educação.
As edificações antigas fazem parte do patrimônio histórico e cultural de todo o vale do Açu, que marcam as raízes, a história e a cultura local do povo.
Postado por Aluizio Lacerda às 04:42
Por Rejane Regio
Boas pessoas perdoam mil vezes, mas quando vão embora, nunca mais voltam.
Em um mundo cada vez mais distorcido em seus valores e princípios, fica mais difícil saber em quem confiar, onde colocar nossas esperanças, já que as máscaras fazem parte da roupa de muitas pessoas. Muitas vezes, acabamos enfrentando a parede, simplesmente julgando o coração dos outros com base no nosso.
Infelizmente, ser bom demais se tornou perigoso.
No contexto atual, há necessidade de se fazer bem em todos os setores, até para obter vantagens indevidas, de formas duvidosas, como se os fins justificassem alguns meios.
Nesse mundo, a lealdade e o comprometimento com os outros acabam sendo algo que não deve parar, porque o que importa mesmo é subir os degraus da ascensão social, no trabalho e na vida.
Mesmo assim, muitas pessoas ainda querem acreditar na humanidade, na verdadeira amizade, no amor e no carinho sincero.
Muitas pessoas ainda persistem em ser felizes sem machucar ninguém, sem trair, sem xingar, sem machucar o outro, se colocando no lugar das pessoas com quem convivem. E é assim que arruinamos relacionamentos, simplesmente porque muitas pessoas vão acabar confundindo nossa preocupação com a escravidão, abusando do que temos a oferecer.
No entanto, sempre haverá aqueles que não apreciam o perdão que recebem, como se todos devessem perdoar a cada vez, em vez de hesitar. Muitos não refletem e nunca vão mudar, afinal, para eles é o mundo que está errado, não eles.
Uma coisa é certa: não há ninguém que abuse da bondade do outro o tempo que quiser, porque chega um momento em que acaba a força e a paciência, mesmo que haja amor e carinho.
Pessoas boas perdoam inúmeras vezes, mas quando se cansam, desistem completamente.
E não haverá retorno, nem perdão, nem chance de recuperação!
FONTE diapordiamesupero
De: https://educadoreslive.com
JÓ
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