segunda-feira, 14 de setembro de 2009
POESIA MATUTA
LUA CHEIA
Logo de noite,
Quando vórto do trabáio,
Pégo a vióla e me espáio.
Coméço logo a cantá.
Enquanto a lua
Tá no céo dipindurada
Ouvindo a minha toáda
Com vontade de chorá.
Oh! Lua cheia, oh! Lua cheia.
Não óie nas teia
da casa de meu amô.
Pruquê se oiá,
Se espiá,
Cabô-se lua cheia
O teu furgô.
Eu tenho raiva
quando vejo a lua cheia,
Espiando pelas teia
Da casinha de meu bem!
Eu penso inté
Qu'essa lua tão marvada,
Qué levá a minha amada
Pra uma casa que ela tem.
Mas, se eu pegasse
A lua pelas guéla,
Dava tanta tápa nela
Qui nem é bom se falá...
Que me importava
Que o mundão escurecesse,
Ou que ela se escondesse,
Só com mêdo de apanhá.
Se Deus deixasse,
Se Deus aconsentisse,
Que pro céo eu assubisse
E fosse lua tambem...
Passava a noite,
Lá no céo dipindurado,
Oiando pulo teiádo
Da casinha de meu bem.
Renato Caldas
blogdofernandocaldas.blogspot.com
fernando.caldas@bol.com.br
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Para Martha Salem, minha mãe. (Minervino Wanderley*) A raça humana, por sua própria multiplicidade, guarda significativas diferenças ent...
Nenhum comentário:
Postar um comentário