MODESTA
Ela ia ao baile. E o seu colar mais fino
Sobre a neve sutil de seus vestidos
Fazia ressoar a seus ouvidos
Este grito gentil: " - Corpo divino! - "
E o cinto leve, lirial, fransino,
Mordendo-lhe os contornos tão queridos,
Dizia no seu todo ver perdidos
Mundos de aroma, sonhar azulino...
Tudo a cercando era orgulhoso dela.
Pois, vendo a sombra de seu vulto nobre,
Um espelho lhe disse: " - És a mais bela! - "
E no entanto, meu Deus, foi tão modesta
Que apesar de ser rica e ver-me pobre
Fui a criatura a quem sorriu na festa.
João Lins Caldas
blogdofernandocaldas.blogspot.com
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