quarta-feira, 12 de maio de 2010
ASSU EM VERSOS III
ASSU
Por Antonio Soares de Araújo
Do Cabugi além, na sertaneja plaga
Que a estiagem flagela e a chuva enche de vida,
Onde a terra o Nordeste acaricia, afaga,
Do verde carnaubal a copa ao alto erguida,
Está, florente e bela, a cidade querida
Que é o meu berço natal. Por mais singela e vaga
A memória conserva, em saudade envolvida,
A impressão infantil que o tempo não apaga.
Recordo a várzea, o rio... aspectos que vi,
A lagoa Piató, na enchente e na vazante,
O parque e o laranjal da casa em que nasci.
Recordo a voz do sino em vibração feliz
E o cordeirinho branco, esguio e vigilante,
Solitário, girar, na torre da matriz.
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