Arte de Wagner, artista plastico açuense
Meu patrão, sô sertanejo.
Eu nasci neste torrão!
Fui tarvez o mais andêjo
Dos cantadô do sertão...
Fui cachaceiro chapado
Fui cantadô macriado
No martelo e no rojão.
Conheço o Brasí, todinho: -
Agreste, mata e sertão.
Arrastei pelos caminho
Muita alegria e afrição!
Eu tive a felicidade:
De quage in toda cidade
Causá admiração.
Eu era desempenado,
No braço do violão.
Fazia um tarrabufado
Da prima para o bordão.
E naquele remeleixo,
A nega caía o queixo,
E eu, entrava de cão.
Tive umas mi namorada
De todo tipo e padrão.
Céga, muda e aleijada
Tudo entrava no arrastão
Toda muié me servia...
E a todas eu prometia
Um lugá no coração.
Namorei uma maluca
No Estado do Maranhão
Chamavam ela, Pupúca
A doida era um peixão.
- Por essa fui enbeiçado -
Se não fosse o Delegado
Tinha feito a arrumação.
...Porém, o tempo marchando
Sem dó, nem contempração
Foi pouco, a pouco matando
A minha reputação...
Hôje tô veio, cançado
Tristeza e rescordação.
Num tenho mais alegria,
Morreu minha inspiração!
Num faço mais poesia
Num tóco mais violão,
Só uma coisa me cutúca
É a sodade da maluca
Que deixei no Maranhão.
Por Renato Caldas, poeta matuto (um dos maires do Brasil) potiguar do Açu, falecido em 1991
Postado por Fernando Caldas
Meu patrão, sô sertanejo.
Eu nasci neste torrão!
Fui tarvez o mais andêjo
Dos cantadô do sertão...
Fui cachaceiro chapado
Fui cantadô macriado
No martelo e no rojão.
Conheço o Brasí, todinho: -
Agreste, mata e sertão.
Arrastei pelos caminho
Muita alegria e afrição!
Eu tive a felicidade:
De quage in toda cidade
Causá admiração.
Eu era desempenado,
No braço do violão.
Fazia um tarrabufado
Da prima para o bordão.
E naquele remeleixo,
A nega caía o queixo,
E eu, entrava de cão.
Tive umas mi namorada
De todo tipo e padrão.
Céga, muda e aleijada
Tudo entrava no arrastão
Toda muié me servia...
E a todas eu prometia
Um lugá no coração.
Namorei uma maluca
No Estado do Maranhão
Chamavam ela, Pupúca
A doida era um peixão.
- Por essa fui enbeiçado -
Se não fosse o Delegado
Tinha feito a arrumação.
...Porém, o tempo marchando
Sem dó, nem contempração
Foi pouco, a pouco matando
A minha reputação...
Hôje tô veio, cançado
Tristeza e rescordação.
Num tenho mais alegria,
Morreu minha inspiração!
Num faço mais poesia
Num tóco mais violão,
Só uma coisa me cutúca
É a sodade da maluca
Que deixei no Maranhão.
Por Renato Caldas, poeta matuto (um dos maires do Brasil) potiguar do Açu, falecido em 1991
Postado por Fernando Caldas
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