sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

VIAGE BÊSTA

Os terém tão arrumado.
Já engraxei o carçado
Qui ganhei nas inleição.
E fui comprá no *Polista
Duas camisas de lista
E uma carça de azulão.


Comprei na venda um caixote
Eu mesmo fiz um malote
E botei um cadeiado
Tenho medo do sabido,
Pra eles, tô prevenido
E vivo sempre acordado.


Pra mostrá minha cachola:
Encordoei a viola

E enfeitei o maracá.
Quero mostrá as polista
O tutano do nortista
E cuma nós sabe amá. 

Já fiz a matalotagem,
Já acertei a passage
Em riba do caminhão.
A buléia é muito cara
Tenho que sê "pau de arara"...
O pió é a mangação.

Já vasei minha peixeira,
Se essa cambada instrangeira,
Intendê de me xinga...
Pois dizem que o taliano
In São Paulo dá de cano
E gostam de matratá.

Adeus moçal desta terra,
"Morenas véia de guerra"
Que eu levo no coração!...
Agora digo um relaxo:
Num me dispeço de macho,
Macho num dá produção.

(* Polista que se refere o poeta Renato Caldas no referenciado poema de sua autoria era uma antiga loja de tecidos (Lojas Paulista que depois veio a ser Casas Pernanbucanas, do grupo Ludgreen tecidos, de Pernambuco).

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