sábado, 25 de junho de 2011



EM CARNE

Por João Lins Cadas [1888-1967]

Ai! Quando um dia eu te cingir, cativa
...De meus afetos, desmaiada e nua,
Tu rolarás como uma chama viva,
Quando eu morder-te a fina carne crua...

Tu'alma branca, que ilusões flutua,
Que à amargura e ao desprazer se priva,
- Gás dessa chama que o meu peito atua
Irá rolando loucamente, esquiva...

E sobre a nave desse leito branco,
Bem enlaçado, num aperto franco,
Os nossos corpos rolarão, querida.

Então verei do teu olhar fogoso:
A viva chama que alimenta o gozo,
A viva chama que alimenta a vida.

Escrito em 31.8.1907

 

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Que eu seja eternamente eterno louco e nunca deixe de sonhar na vida. (João Lins Caldas, pensador potiguar).