quarta-feira, 22 de junho de 2011


UMA VEZ

Ama-se uma vez só. Mais de um amor
de nada serve e nada o justifica.
Um só amor absolve, santifica.

Quem ama uma só vez ama melhor.

Qualquer pessoa, seja lá quem for,
se a uma outra pessoa se dedica,
só com essa ternura será rica
e qualquer outra julgará pior...

Há dois amores? Qual é o verdadeiro?
Se há segundo, que é feito do primeiro?
Esta contradição quem foi que fez?

Quem ama assim julga que amou;
mas pode acreditar que se enganou
ou da primeira ou da segunda vez?

[Por Virgínia Vitorino, poetisa potuguesa do século XX]

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