Aos 93 anos de idade partiu hoje, 9, o poeta cordelista Zé Saldanha. Ele era natural de Santana do Matos e residia, salvo engano, em Natal. O poeta com saudade da sua mocidade, escreveu com irreverència:
Na minha época passada
A moça num edifício
E pelo pai vigiada
Pra poder ser namorada
Pedia licença aos pais
Hoje a moça e o rapaz
Vão se abraçar, se beijar
O mundo só veio prestar
Quando eu não prestava mais.
tempo foi diferente
Digo porque me convém;As moças queriam bem
Mas tinham medo da gente
Todo pai era valente
Hoje perderam o cartaz
A filha sai com um rapaz
Beber, namorar, farrar
O mundo só veio prestar
Quando eu não prestava mais.
A lembrança ainda tenho
Dos vestidos do passado,
Hoje é curto e ligado
Que só manjarra de engenho
Mostrando todo desenho
Do corpo na frente e atrás
Tudo que a moderna faz
Eu só falto morrer de olhar
O mundo só veio prestar
Quando eu não prestava mais
Hoje nada mais é certo
Amor nem religião;
A moderna, a corrupçãoCom seu mundanismo esperto
Deixando tudo em alerto
Olhando a novela o que fazMulheres, moças e rapaz
Semi nus a se beijar
O mundo só veio prestar
Quando eu não prestava mais
Postado por Fernando Caldas
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