sexta-feira, 19 de agosto de 2011

NO PAÍS DE MOSSORÓ

Agnelo Alves [ Jornalista  ]
 
Vilegiei o "País de Mossoró" e arredores, como se costuma chamar carinhosamente e com respeito a capital oestana. Não sei se é porque procedia de Natal, mas a sensação que colhi, logo na estrada, nas proximidades da Cidade, é a de que estava numa sala de visita. O chão limpo. A grama bem cuidada, como se fosse um tapete. A iluminação pública perfeita, sem excessos e sem escassez. O trânsito fluindo normalmente. As pessoas andando tranquilas, sem medo, me acudindo a curiosidade de repórter: "Ué, que cidade é esta?" Logo alguém no carro respondeu: "Não é apenas uma cidade, é o País de Mossoró". 
 
Não conheço nenhuma pesquisa sobre a avaliação da administração da prefeita Fafá Rosado. Já estava concluindo com meus próprios botões, quando cheguei à Feira do Livro na sua sétima edição anual, numa iniciativa dos confrades Osni Damásio e Rilder Medeiros. Supunha uma coisa mais íntima, reunindo apenas e suficientemente a colônia dos intelectuais e leitores mais ávidos. Como se questiona popularmente: "Qual o quê?" Uma multidão com informação corrente de oito mil a dez mil pessoas, visitando a Feira diariamente, desde as primeiras horas da manhã, até a noite.
 
Começo, então, a entender as coisas, a geografia da capital oestana, o estado de espírito dos mossoroenses, a nítida vocação política, como fatores que impulsionam e dão sustentabilidade à cidade, o seu desenvolvimento retumbante. Todo um estado de espírito, diria ufanista, dos mossoroenses e que se transmite e se incorpora aos visitantes como eu, que praticamente assisti ao seu surgimento mais efervescente, quando o angicano Aluízio Alves empolgou Mossoró, fazendo nascer um movimento entre as mulheres, logo chamadas de "Senadoras".

Não cheguei a estar com Edith Souto e Soutinho. Lamento. Mas lá estavam Ester e Rose, inquebrantáveis. Quantas vezes nos antecederam nas viagens. As grandes passeatas. A praça do Codó. Três dias e noites, rua a rua, o empate técnico, a leitura da última pesquisa que levei no minuto final da campanha com a interpretação correta do empate. O desempate só seria possível com a conquista de setores da área rural. Mas, como? Se a partir daquele instante estava encerrado o prazo legal? Contrariando todos os médicos, além de todos os amigos e familiares, menos a mim que o entendia, Aluízio disse e cumpriu: "Vou lá, de casa em casa". E foi na área rural que a eleição foi decidida, voto a voto, até a última urna.

Chegando ao hotel, já tarde da noite, quase pela madrugada, o sono se mantendo à distância, o pensamento trepidando por um instante com recordações do que vira e até participara. A cidade bem cuidada, na visita à casa de Fafá e Leonardo, o primeiro pensamento novamente me ocorrendo, as ruas como sala de visita, sem sequer uma ponta de cigarro jogada no chão. Os estudantes, durante o dia e a sociedade em geral, no horário da noite, frequentando a "Feira do Livro".

Parabéns à prefeita Fafá Rosado por Mossoró.

Fonte: Tribuna do Norte, 14.8.11

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