Palmério Filho [1874-1958] descendia das familias Caldas e Soares de Amorim, do Assu. Vocacionado para o jornalismo fundou em 1897, o.jornal A Semana. Pouco tempos depois o jornal intitulado A Cidade, em 1901 que circulou durante pouco mais de vinte anos noticiando a literatura, o humor, o cotidiano. Cujos jornais eram impressos na tipografia de sua propriedade. Palmério dava-se também o gosto de versejar que começou ainda na sua adolescência. Brilhante orador. Como poeta escreveu sonetos de boa qualidade. Pena que seu nome deixou de estampar em letras vivas num parque infantiu [que Costa Leitão construiu quando prefeito da terra assuense, desativado no começo da década de setenta] onde hoje está assentado o Banco do Nordeste, além de uma biblioteca pública. O certo é que aquela figura ilustre está esquecida na terra onde nasceu e de onde nunca saiu. Palmério Amorim morreu aos 84 anos de idade. É de sua autoria o amoroso soneto seguinte:
Quando sozinho contemplei ardente
Estes teus lábios virginais, risonhos,
Minha alma, às juras de amor, descrente
Viu-se enlevada num pomar de sonhos
Uma esperança, uma ilusão fagueira
Que al homem inculte natural ardor
Veio hostimente pela vez primeira
Dentro em meu peito - semear amor.
E desde então um sentimento sério
Uma paixão descomedida e ardente
Veio alterar o meu viver sidério
E hoje ausente de teu seio amado
Meu ser tristonho, pesaroso sente
Quando padece um coração magoado.
Postado por Fernando Caldas
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