O RIO
Vem de longe, potente, magestoso,
Inunda o leito branco das areias;
Seus possantes canais as suas veias
Serpejam num marulho rumoroso.
Suas margens de um todo grandioso,
De arvoredos robustos, todas cheias,
Parasitas formando lindas teias,
No tronco da oiticica, alto, rugoso.
Os cavaletes, balsas e canoas
Velejando, defendem-se das croas,
Indo aportar à entrada do Cipó.
Carnaúbas na várzea, enfileiradas,
Parecem contemplar, extasiadas,
O rio, a despejar no Piató.
Sinhazinha Wanderley, poetisa potiguar de Assu
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