segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Glosa Glosarum, de Celso da Silveira





Glosa Glosarum -
Fesceninos
RENATO CALDASServentuário da Justiça aposentadoaçuense - 08.10.1902MOTE*Levando dedo no fundoPara poder melhorar.GLOSAVejam a desgraça do mundo!Depois de velho e cansadovou recordar o passadolevando dedo no fundo.O doutor Pedro Segundoé quem vai aproveitar.Eu terei de suportar esse enfadonho suplício: por o fundo em sacrifício para poder melhorar.
* Apud "Uns Fesceninos", OsvaldoLamartine de Faria – Artenova, pág. 99/80
MOTE*Eu tenho um olho escondido,é cego e também não vê.GLOSAJoão Machado distraído, para ilustrar comentários,disse entre assuntos vários:Eu tenho um olho escondido.Fez bem não ter exibido,Machado, sabe por quê?vou avisar a você,tenha cuidado com eleque o bicho que gosta deleé cego e também não vê.
* Idem
MOTESim, depois de aposentadoTenho que estender a mãoGLOSAVelho, doente, cansado,Além de doente, cego,mais sofrimentos carrego,sim, depois de aposentado.Vivo até mal humorado buscando uma solução,tenho que ganhar o pãoe zelar pelo meu nome; para não morrer de fometenho que estender a mão.MOTE Não se cospe para cimaQue pode cair na caraGLOSAPara provar minha estimanão devo o caso falar,mas quero lhe avisar não se cospe para cima.Um pobre outro pobre anima,o bastão nasce da vara,a vaidade é ignara,ouça o grande ensinamento – ninguém cospe contra o ventoque pode cair na cara.19


Um comentário:

Roberto Adolpho disse...

Muito obrigado, Fernando! Grandes composições!

EU...TU Eu sou doçura, Mas o mel és tu A imagem é minha, Mas a cor é dada por ti A flor sou eu, Mas tu és a fragrância Eu sou felicidade, Ma...