Imagens do livro Eu Conheci Sesyon de Fracisco Amorim.
Moysés Lopes Sesyom (1883-1932), nasceu no dia 28 de julho de 1883, no sítio Baixa Verde, Caicó (RN). Sesyom (Moysés ao contrário), viveu grande parte da sua vida na cidade de Assu, onde chegou por volta de 1905, aos 17 anos de idade. Não foi difícil para ele, Moiysés, conquistar amizades influentes do Assu. Naquela terra assuense, já adulto, aos 30 anos de idade começou a produzir versos satíricos, chistosos, fesceninos, que lhe fez poeta consagrado. Ficou conhecido como "O Bocage Riograndense". Câmara Cascudo em seu livro intitulado "O Livro das Velhas Figuras, volume 4, depõe que Sesyom, "sem saber, era poeta verdadeiro, espontâneo, inesgotável, imaginoso, original".
Certa dia, bebendo num botequim qualquer da cidade de Assu, alguém lhe dera o seguinte mote: "Bebo, fumo, jogo e danço / Sou perdido por mulher". Aí aquele bardo boêmia, escreveu na hora, a décima que se tornou célebre, conforme adiante transcrita:
Vida longa não alcanço
Na orgia ou no prazer,
Mas, enquanto eu não morrer
- Bebo, fumo, jogo e danço!
Brinco, farreio, não canço,
Me censure quem quiser...
Enquanto eu vida tiver
Cumprindo essa sina venho,
Além dos vícios que tenho,
Sou perdido por mulher!...
Sesiom se fez poeta na cidade de Açu/RN onde conviveu com grandes figuras abastarda da cidade. Seus versos populares/fesceninos estão espalhados país a fora. Ele está citado em diversas antologias dos poetas potiguares, na literatura popular brasileira como "O Bocage Norte-rio-grandense".
Câmara Cascudo sobre Moysés Sesiom, escreveu "poeta querido, de vida atribulada, de existência dura, de morte cruel. Vezes, horas e horas ouvi recitar versos de Sesiom, recordando a boemia, vivendo o anedotário, rico de episódios chistosos".
Sesiom imortalizou-se no filme intitulado "O Homem Que Desafiou o Diabo", 2007, baseado no romance sob o título "As pelejas de Ojuara", do escritor potiguar Ney Leandro de Castro. O referenciado romance conta a história de Zé Araujo (Marcos Palmeira), um cacheiro viajante que foi obrigado a casar com um proprietário de uma mercearia e trabalhar com o sogro (por quem foi muito humilhado). Zé ao chegar num certo bar da cidade conheceu no balcão daquele botequim um senhor cujo nome é Sesiom. Aí, Zé fica sabendo que Sesiom é Moisés ao contrário. Logo teve a ideia de inverter o seu nome passando a se chamar Ojuara.
Sesiom imortalizou-se no filme intitulado "O Homem Que Desafiou o Diabo", 2007, baseado no romance sob o título "As pelejas de Ojuara", do escritor potiguar Ney Leandro de Castro. O referenciado romance conta a história de Zé Araujo (Marcos Palmeira), um cacheiro viajante que foi obrigado a casar com um proprietário de uma mercearia e trabalhar com o sogro (por quem foi muito humilhado). Zé ao chegar num certo bar da cidade conheceu no balcão daquele botequim um senhor cujo nome é Sesiom. Aí, Zé fica sabendo que Sesiom é Moisés ao contrário. Logo teve a ideia de inverter o seu nome passando a se chamar Ojuara.
E declama aquele ator encarnado em Araujo, os seguintes versos:
Vida longa não alcanço
Na orgia ou no prazer,
Mas, enquanto eu não morrer,
Bebo, fumo, jogo e danço!
Brinco, farreio, não canso,
Me censure quem quizer!
Enquanto eu vida tiver,
Cumprindo essa sina venho,
E, além dos vícios que tenho,
Sou perdido por mulher!
A glosa abaixo, é uma das mais notórias que Sesyom produziu. Vamos conferir:
Isto ontem aconteceu
Debaixo da gameleira.
Foi um tiro de ronqueira,
O peido que a doida deu.
A terra toda tremeu,
Abalou todo o Assu,
Ela mexendo o angú,
Puxou a perna de lado.
Deu um peido tão danado
Quase não cabe no cu.
De outra feita, Sesyom embriagado pelas ruas da cidade de Assu, fora convidado por um sargento da então Guarda Nacional, hoje Polícia Militar, para dormir na cadeia. Naquela hora vinha chegando o delegado. Logo mandou relaxar a prisão, pois se tratava de uma pessoa muito conhecida e estimada por todos da terra assuense. Sesiom ali mesmo glosou:
Sargento as suas divisas
Deus terá de protegê-las
Dos braços irão para os ombros
E aí serão estrelas.
E Deus há de me dar vida
Para que eu possa vê-las
O Cabo que aí está
Nunca será um tenente.
O galão que ele terá
É um galão diferente:
È um pau com duas latas,
- Uma atrás, outra na frente.
Em tempo: Os versos acima, se não me engano, é também atribuído ao poeta João de Papai, membro da família Soares de Macedo, do Assu!
Na orgia ou no prazer,
Mas, enquanto eu não morrer,
Bebo, fumo, jogo e danço!
Brinco, farreio, não canso,
Me censure quem quizer!
Enquanto eu vida tiver,
Cumprindo essa sina venho,
E, além dos vícios que tenho,
Sou perdido por mulher!
A glosa abaixo, é uma das mais notórias que Sesyom produziu. Vamos conferir:
Isto ontem aconteceu
Debaixo da gameleira.
Foi um tiro de ronqueira,
O peido que a doida deu.
A terra toda tremeu,
Abalou todo o Assu,
Ela mexendo o angú,
Puxou a perna de lado.
Deu um peido tão danado
Quase não cabe no cu.
De outra feita, Sesyom embriagado pelas ruas da cidade de Assu, fora convidado por um sargento da então Guarda Nacional, hoje Polícia Militar, para dormir na cadeia. Naquela hora vinha chegando o delegado. Logo mandou relaxar a prisão, pois se tratava de uma pessoa muito conhecida e estimada por todos da terra assuense. Sesiom ali mesmo glosou:
Sargento as suas divisas
Deus terá de protegê-las
Dos braços irão para os ombros
E aí serão estrelas.
E Deus há de me dar vida
Para que eu possa vê-las
O Cabo que aí está
Nunca será um tenente.
O galão que ele terá
É um galão diferente:
È um pau com duas latas,
- Uma atrás, outra na frente.
Em tempo: Os versos acima, se não me engano, é também atribuído ao poeta João de Papai, membro da família Soares de Macedo, do Assu!
A glosa transcrita abaixo, Sesyom produziu logo que recebeu o mote de um amigo quando tomava umas e outras no bar do Hotel Pátria, da cidade de Assu, que diz assim:
A sua raça é safada
Desde a quinta geração
Seu avô foi um cabrão
Sua avó, puta de estrada
Sua filha, amasiada
Prostituta uma netinha
Uma irmã que você tinha
Esta pariu de um criado
Seu pai foi corno chapado
Sua mãe foi fêmea minha.
Sesyom morreu no dia 9 de março de 1932, e está sepultado no Cemitério São João Batista, na cidade de Assu.
(Fernando Caldas)
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