Quando te vi
A manhã era clara,
refulgente.
Uma manhã dourada.
Tu passaste.
Abriu mais uma flor
em cada haste.
Teve mais brilho o
sol, fez-se mais quente.
E eu inundei-me
dessa luz ardente.
Depois não sei mais
nada. Olhei... Olhaste...
E nunca mais te vi.
. . - Raro contraste! –
A madrugada
transformou-se em poente.
Luz que nasceu e
apenas cintilou!
Deixou-me triste
assim que se apagou,
às vezes fecho os
olhos; vejo-a ainda...
E há tanto sol
dourando esses trigais!
Olhaste, olhei,
fugiste... Ai, nunca mais,
nunca mais tive
outra manhã tão linda!
Virgínia Vitorino
1895-1967
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