quinta-feira, 7 de março de 2013


CHÁVEZ MORREU, E AGORA?

Se eu hoje não fosse uma estudante do curso de comunicação, eu deixaria esse assunto pra lá… Mas como hoje sei que é preciso ter opinião pra tudo (o que é meio infeliz de vez em quando),  dei uma estudadinha em Hugo Chávez e vim nesse post falar da trajetória desse ditador que divide opiniões, além de expressar minha opinião no final, me baseando no que li.
Hugo subiu ao poder em 1988 (assumindo em 99) e mudou as diretrizes governamentais na Venezuela, impondo um governo de esquerda e nada liberal.  O que ele chamou de Revolução Bolivariana foi interpretado por “socialismo do século XXI”, que mantinha uma relação  nada amigável com as nações desenvolvidas, principalmente com os Estados Unidos. Chávez era contra o capitalismo e polemizou em suas desavenças. Ele se inspirava, principalmente, no líder cubano Fidel Castro e sua ideologia tinha  como objetivo “unir a democracia participativa com um partido civil-militar de esquerda”. Bem inteligente.  chavezzz
Uma de duas primeiras medidas ditatoriais foi a criação de uma lei que permitia ao presidente governar o país por um ano e criasse decretos sem intervenção da Assembleia. Huguinho usou e abusou do seu poder e criou, logo de cara decretos radicais e nacionalistas que deixaram a sociedade venezuelana bolada. Outra mudança na Constituição foi a possibilidade dele poder ser reeleito, além do aumento do mandato, que antes era de 5, para 6 lindos anos de puro amor.
Teve gente que tentou mudar isso. Em uma tentativa de golpe de Estado, Chávez foi sequestrado por aproximadamente dois dias. Quando foi solto, voltou mais “bonzinho” ainda e intensificou a força da sua ditadura, o que fez com que a insatisfação aumentasse e que greves surgissem com o intuito de interromper seu mandato. O que não deu certo. Em 2002, pelo menos 15 pessoas morreram nos embates entre as frentes políticas. Uma nova tentativa de Golpe de Estado foi feita, também fracassada. Foi até anunciado que Chávez, no momento preso, renunciaria o cargo. Mas no outro dia a mensagem foi desmentida e ele voltou para assumir o comando. (Posso até ter me enrolado, mas o importante é saber que o governo do camarada foi cheio de idas e vindas nada agradáveis).
Em 2003, fez-se uma consulta popular sobre sua permanência no poder e mais de 50% concordou que o Hugo administrasse a Venezuela até o fim do mandato. As eleições chegaram e Huguinho foi reeleito.  [O incrível é analisar o grau de insatisfação e perceber que o cara foi reeleito. Era estranho até eu achar isso nas internets da vida http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=b7o780KbHWM e ler que o adversário Manuel Rosales foi processado por enriquecimento ilícito].
O seu terceiro mandato, 2007, foi mais tranquilo porquê não havia oposição no Congresso. Chávez conseguiu ampliar seus poderes e seus decretos até que uma reforma (sobre esses poderes) na Constituição  foi proposta e submetida ao veredicto da população. Os venezuelanos se posicionaram contra e Chávez foi pra frente da TV anunciar que acatava a decisão da galera.  Por falar em veículos de comunicação, devo dizer que Huguinho não foi nada gentil com a imprensa. É só lembrar da ditadura no Brasil e pensar em algo semelhante. “O governo expandiu drasticamente sua capacidade de controlar o conteúdo das transmissões e da cobertura de notícias no país. Ele (Chávez) ampliou e reforçou as multas por discursos que “ofendam” funcionários do governo, proibindo a transmissão de mensagens que “gerem ansiedade no público” e permitindo a suspensão arbitrária de canais de TV, emissoras de rádio e websites”. Massa.
Para terminar essa aula de história, é válido lembrar que em 2009 a “Venê” passou por uma crise energética onde Chavinho propôs que a população tomasse menos banho para economizar água e energia (imagina isso no Brasil?!) e que ano passado, saudoso 2012, o falecido – que já estava com câncer há pelo menos 1 ano e meio – ganhou as eleições “mais acirradas dos últimos tempos”. Todos sabem que ele não conseguiu tomar posse por já estar debilitado, e que ele morreu com 58 anos devido ao câncer (óbvio) e a umas complicações das cirurgias. Enfim. Para quem não sabia nada de Chávez, esse texto deve ter ajudado. Mas vamos lá!
          O que vou falar de Chávez quando me perguntarem sobre isso tudo?
recalque Primeiro vou agradecer por não ter nascido na Venezuela. Segundo tenho que dizer que procurei pela internet “elogios ao governo de Hugo Chávez” e só encontrei  que ele foi importante nas negociações de paz entre o governo colombiano e as Farc (ajudou a mediar a libertação de seis reféns).  Em terceiro, vou dizer que não sou venezuelana pra falar com convicção sobre, mas que percebi que, se Hugo tinha algum propósito bom por trás disso tudo, eu não consegui reconhecer e ele não soube fazer da maneira que era pra fazer. Sou contra a ditadura, principalmente quando se fala da falta da liberdade de expressão (qual a graça de ser jornalista nesses lugares?). Acho que esse estilo de governo se torna ultrapassado quando começa a desandar a relação da sociedade dentro de seu próprio território. A Venezuela pode ter ganhado pontos bons com esses anos, mas também perdeu muitos. E, mesmo com a morte do ditador, fala-se que o país não mudará muito. E essa é a parte que vou custar a entender. Parte da população reclama por anos e quando tem a oportunidade de virar o jogo, ainda ficam nessa? Agora o que se tem a fazer é esperar pelo sucessor e torcer para que a Venê cresça e recupere o que se perdeu. Quem sabe eu vá passar uma temporada na Venezuela. Só que não. E é nessas horas que  a gente agradece pelo Brasil-sil-sil que temos. Oh pátria amada, idolatrada, salve salve! s2
Vale lembrar que nunca tinha pesquisado nada sobre Chavinho e que se falei algo erroneamente não tive intenção. Beijos.
Fonte: Tok de História, Rostand Medeiros

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