quinta-feira, 7 de março de 2013

UM POETA ASSUENSE

Antônio de Oliveira Souto era poeta assuense, funcionário público em Natal. Por sinal a sua família Souto, é uma das mais antigas do Assu. Conheci aquela figura e ainda "tomei umas e outras com ele", na cidade de Assu, no início da década de oitenta, quando ali esteve a trabalho prestando serviços a prefeitura daquela terra assuense. Souto morreu em Natal. Bom glosador e trovador. Ele está antologiado por Celso da Silveira, em seu livro "Glosa Glosarum" [coletânea de décimas fesceninas], editado pela Clima, de Natal, em 1979, dentre outras da terra potifuar. Para o nosso deleite, eis adiante algumas das suas produções:

Faço segredo e não digo
pra ninguém, se tu deixares
por um dia os meus olhares
debaixo do teu umbigo.
sabes que sou bom amigo,
e ti jamais trairia,
pois a ninguém pederia
com tanta insistência assim,
sendo o teu corpo um jardim;
tem a flor que eu beijaria.

E essa outra também publicada naquela referida antologia, que diz assim:

Quase sem perder o tom
eu falei pra minha nega
para comer com manteiga
feijão verde é muito bom.
foi dito por um garçon
num hotel de Moçoró:
"Com carne do seridó
aumenta mais o sabor!"
Mas pra comer com amor
mulher madura é melhor.

Ainda, para o nosso bem estar essa outra glosa de Souto, publicada no "Jornal da Colônia Assuense, pagina 4, edição de outubro, 1994, conforme adiante:

A negrinha Passeeira
que vagueia a noite inteira
pela rua da ilusão
anda sempre displicente
procurando alegremente
a quem dá seu coração.
A negrinha Passeeieira
é baixinha, é faceira
no seu jeito de andar
faz parada em cada esquina
toda noite essa menina
tem vontade de amar...
- Se é baixinha e faceira
quem me impede de lhe amar!...


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