sábado, 6 de abril de 2013


VOLÚPIA 

No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frêmito vibrante de ansiedade,
Dou-te meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
-- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...

Florbela Espanca

Imagem de: Recorda Florbela Espanca
VOLÚPIA 

No divino impudor da mocidade, 
Nesse êxtase pagão que vence a sorte, 
Num frêmito vibrante de ansiedade, 
Dou-te meu corpo prometido à morte! 

A sombra entre a mentira e a verdade... 
A nuvem que arrastou o vento norte... 
-- Meu corpo! Trago nele um vinho forte: 
Meus beijos de volúpia e de maldade! 

Trago dálias vermelhas no regaço... 
São os dedos do sol quando te abraço, 
Cravados no teu peito como lanças! 

E do meu corpo os leves arabescos 
Vão-te envolvendo em círculos dantescos 
Felinamente, em voluptuosas danças... 

Florbela Espanca

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