domingo, 16 de junho de 2013

HISTÓRIA

JOSÉ MEDEIROS - O EMPREENDEDOR

O poeta Pedro Ezequiel lá de Ipanguaçu, me presenteou com uma cópia do livro de João Moacir de Medeiros com o título de: José Medeiros - Quase uma biografia de Ipanguaçu. Levo ao leitor algumas informações sobre o capítulo: Ipanguaçu – Um sonho do “Plantador de Cidades”.

A vinda de José Medeiros para Sacramento (atualmente Ipanguaçu), mudou a vida do pequeno povoado, que se formara ao longo de muitos anos a partir de duas modestas fileiras de casas, (só três de tijolo e telha e quatro de taipa) à margem da estrada que ainda hoje liga Macau a Assu, ocupando terras da família Lins Caldas de um lado, e de proprietários menores, de outro lado.
Carro de boi em Ipanguaçu
      
Essa estrada era a via de escoamento do sal de Macau, transportado em carros de boi, geralmente à noite e na madrugada, e posteriormente dos demais produtos e outros alimentos de subsistência.

José Medeiros logo percebeu que Sacramento reunia todas as condições para se tornar um centro de desenvolvimento, de comércio e de concentração humana. E começou a alimentar o sonho de ver o vilarejo crescer e de um dia vir a construir um Mercado Público.

A posição geográfica do povoado colocava-o no centro de várias rotas que se cruzavam, entre as lagoas da Ponta Grande e do Piató, equidistante do rio Pataxó e do rio Assu, com suas vazantes, que ao longo dos anos sempre funcionaram como um seguro contra as secas, garantindo a produção de alimento para o homem, tanto quanto a rama e a bebida para os animais. Tinha ainda, carnaubal abundante, que fornecia a madeira, o talo e as folhas que permitiam ao homem a construção de moradias, mesmo modesta, bem como a criação dos animais de serviço – a vaca e o cavalo dos mais “arrecursados”, o jumento e a cabra dos mais pobres, garantia da carne, do queijo, da coalhada e também do leite das crianças.

José Medeiros, no ano de 1919 mudou-se de Assu para o pequeno povoado de Sacramento, atual Ipanguaçu, passando a residir numa propriedade cuja frente ocupa, ainda hoje, parte da rua que leva o seu nome, local onde ele introduziu, em 1929, a eletrificação rural, que lhe permitiu irrigar o seu famoso sítio com água de cacimbões, colhida através de possantes bombas, para cultivar e produzir em grande escala as mais variadas frutas, tais como: banana, manga, pinha, mamão, graviola, goiaba e até uvas deliciosas, na época desconhecidas no Vale do Assu, mudando futuristicamente os destinos daquele povoado.

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