segunda-feira, 8 de julho de 2013

RUA DO ASSU

RUA MOYSÉS SOARES


Da série “Ruas do Assu” apresentamos um pouco da Rua Moysés Soares - outrora denominada de Rua das Hortas. Esta Rua tem como principal edificação o sobrado pertencente ao patrimônio de São João Batista onde, nas últimas décadas funcionou: o Grupo de Escoteiros Olavo Bilac, Seminário Vocacional do Assu, Pastoral da Criança e Sobrado das Artes. Atualmente sedia a Secretaria Administrativa da Paróquia de São João Batista.
Sobrado da Paróquia de São João

Pessoas de famílias tradicionais residem nesta rua que foi uma das primeiras da cidade. Borges, Sá Leitão, Simonetti, Caldas, Tavares, Soares, Macedo, Oliveira, entre outras, são algumas das genealogias ali encontradas. Esta, interligada com a Rua Aureliano Lôpo, é a única via de acesso do Centro a comunidade de Entre-Rios e Rio Açu - para quem se destina a Ipanguaçu pela velha estiva.
Uma das últimas enchentes que atingiu
a Rua Moysés Soares  

Mas, quem foi Moysés Soares para ser homenageado como patrono desta artéria da cidade? Moysés Soares de Araújo – nasceu no dia 02 de maio de 1885. Seus pais: Pedro Soares de Araújo e dona Ana Senhorinha de Araújo, os quais, indo residir em natal, ali Moysés recebeu as primeiras letras, por algum tempo, pois aos 12 anos, já era auxiliar da casa comercial de dona Maria Leocádia de Araújo Medeiros, estabelecida em Assu. No ano de 1901, juntamente com Palmério filho, publicado o “Almanach Literário e Histórico do Município do Assu”. Cursou o segundo grau no Atheneu Norte-Riograndense, fazendo em seguida, o seu ingresso na faculdade Livre de Direito do Ceará até o terceiro ano, concluindo na faculdade de direito da Capital Federal, à época, Rio de Janeiro, no dia 24 de dezembro de 1904. 

Fez sua aprendizagem no campo jornalístico, escrevendo em sua terra berço, Assu, nos jornais da época, sob o pseudônimo de “Rosa Beatriz”. Em Natal, ocupou os cargos de Amanuense, Secretário da Junta Comercial, lente Catedrático de Direito do Ateneu Norte-Rio-Grandense, Fiscal Federal junto ao referido Ateneu, Fiscal do Governo Estadual junto ao Colégio da Imaculada Conceição e secretário do Governo do Estado. Entrando na vida pública pelo seu merecimento, foi eleito Deputado Estadual em várias legislaturas, sendo em algumas, líder do Governo, fazendo, também, parte do Congresso Constituinte de 1915. 

Foi redator e Diretor da “A República” órgão oficial do Estado. Fundou e dirigiu o “Jornal da Manhã” (1913), diário exclusivamente político. Presidiu o Natal Club, o Centro Náutico Esportivo e o Tiro de Guerra 18. Foi diretor da Escola de Comércio de Natal. Membro honorário do Centro Acadêmico e primeiro presidente de honra do Centro “Frei Miguelinho”. 

Em 1917 foi membro da Liga de Defesa Nacional do Rio Grande do Norte e delegado da Confederação Brasileira de Desportos, neste Estado e professor de Direito Usual, Civismo e Noções de economia no Ateneu Norte-Rio-Grandense. Publicou duas Monografias: “Natal Club e a sua primeira Década”- (1916) e a “O que foi a dissolução do Tiro de Guerra 18” - (1919). 

Na advocacia, o seu nome recebeu notável destaque nos meios forenses, como defensor dos humildes. Jornalista de vários recursos, orador de mão cheia, foi Moysés um a das mais expressivas e uma das mais atuantes inteligências do seu tempo. O seu desaparecimento verificou-se, em Natal, no dia 06 de agosto de 1922. Poeta. Deixou várias produções poéticas. 

Em Natal também existe no bairro das Quintas, sob o CEP. 59.037-145, uma rua cujo patrono é o assuense Moysés Soares de Araújo.

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