terça-feira, 24 de setembro de 2013

História

Monumento (centro) da Praça da Matriz 
(Por volta dos anos 40 ou 50)

01 de janeiro de 1901 – MONUMENTO – O Assú, euforicamente, homenageia a entrada do último século do milênio. No centro da Praça, ao lado da Matriz, foi edificada uma coluna de nove metros de altura. O Projeto Gráfico do Munumento foi do artista decorador José Severo, dono do Atelier J. Severo. “À uma hora da manhã do dia primeiro de janeiro de mil novecentos e hum, anno do nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo e treze da república, no antigo ‘Alto do Império’, reunido grande número de povo de todas as classes, entre o qual sobresahiam duas alas de excellentíssimas senhoras, para assistir ao acto inaugural do Monumento commemorativo erigido por uma distincta pleiade de assuenses, em homenagem à Jesus Christo Redemptor, no fim do século que se ultima e no princípio do que vae começar, e sendo acclamado Presidente o reverendíssimo Vigário da Freguesia, illustre Conego Estevam José Dantas, este chamou para servir de secretário dos respectivos trabalhos o cidadão Afonso Soares de Macedo. Constituida assim a meza, o alludido Presidente declarou achar-se aberta a sessão, depois do que discorreu lucida e satisfatoriamente sobre os fins da presente reunião, enaltecendo os sentimentos religiosos do povo assuense, que acabava de provar seu sincero apoio às públicas e fervorosas demonstrações de reconhecimento e de amor filial, de gratidão e respeito, em homenagem ao Chefe invisível da nossa regeneração – Jesus Christo, - feitas em todo o orbe catholico; e terminou por acrescentar que a comissão encarregada da erecção do Monumento, que se acabava de inaugurar, pelo pouco tempo de que dispoz para empregar os meios necessários, aguardava-se com a pretenção de, em opportuna quadra, promover a consecução da Imagem de Christo Redemptor, afim de ser collocada no alto do mesmo Monumento para maior realce do seu objectivo; manifestando que, para a realização da referida idéa, elle mesmo prestaria a sua mais franca e sincera adhesão, o seu mais vivo interesse.

Foi unanimimente applaudido em sua allecução, finda a qual ouviu-se os sons da música na execução do hymno nacional. Tomou, em seguida, a palavra o orador oficial, representando na pessoa do digno Juiz de Direito da Comarca, Doutor Luiz de Oliveira, que proferiu um agradável discurso, no qual teve de levantar merecidos elogios aos factores e realisadores da grandiosa idéa. Eneas Caldas, João de Macedo e Palmério Filho, que, a custa de penosos sacrifícios, conseguiram que fosse legado à posteridade um testemunho solemne dos sentimentos religiosos e do genio progressista dos assuenses. Fallou mais sobre o desenvolvimento patente de diversos ramos de progressos no decurso do século dezenove, fazendo, por ultimo, apresentação do ancião de nome Fellipe Barbosa da Fonsêca, que tendo visto o raiar do século que findou, ainda esperto e no gozo de todas as suas faculdades, achava-se entre nós presenciando também o surgir do que vae começar, pelo que a commissão, acima já alludida lembrara-se de, em nome do mesmo ancião, offerecer o presente Monummento ao religioso e patrioco povo assuense. As suas últimas palavras seguiram-se os applausos do auditório. Foi neste interim distribuída à mesa o hebdomadário “A Semana” que se publica nesta cidade, sob a hábil e criteriosa redação do nosso sympathico conterrâneo Palmério Filho. Pelo cidadão Antonio Soares de Macêdo foram carolosamente erguidos diversos vivas, nos quases o auditorio com enthusiasmo o acompanhou. Occuparam ainda a tribuna o illustre cidadão Doutor Angelo Caetano de Souza Cousseiro, que, em breves, mas significativas phrases, satisfez os assistentes sobre o assumpto em questão, e os moços Américo de Macedo, Palmério Filho, Abdon Soares de Macedo, João Gomes de Amorim e Affonso Soares de Macedo, sendo todos applaudidos em suas exibições, findas as quaes secundaram sempre os sons do hymno nacional.

Não havendo então quem mais pedisse, a palavra, foi incerrada a sessão. E para que tudo isso contasse, lavrei eu, Affonso Soares de Macedo, servindo de secretário, a presente acta, que fica pelo Presidente, por mim e por diversos assistentes assignada. 
Conego Estevam José Dantas.
Affonso Soares de Macedo.

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