domingo, 27 de outubro de 2013

Pecado”

As minhas mãos percorrem-te,
Afagam-te, acordam em ti
Todos os secretos desejos,
Que saboreio nessa boca
Quente que me ofereces,
Enquanto os teus seios
Se aninham no meu peito,
As tuas pernas envolvem
A minha cintura,
E os corpos se juntam,
Se abraçam, se aconchegam,
Se tornam apenas um,
Unidos, penetrando-se,
Sentindo-se
Na dança que os ventres
Entoam, ao ritmo alucinante
De um tango gritado
Por nós.

Nenhum deus,
Nenhum credo,
Se atreverá a dizer
Que é “Pecado”,
Mesmo que escrito esteja
No seu livro sagrado,
Porque é amor,
Apenas amor,
Toda esta sofreguidão.

In: "Eu não sou ninguém "
 

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