sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O imortal assuense Rômulo Chaves Wanderley


Rômulo Wanderley (1910-1971) era assuense da gema. Escreveu uma das primeiras antologias dos poetas potiguares, intitulada "Panorama da Poesia Norte-Rio-Grandense", 1965. Rômulo estudou no Grupo Escolar Ten. Coronel José Correia, de Assu, Colégio Santo Antônio e no Atheneu Norte-Rio-Grandense (da rua Junqueira Aires), de Natal, bem como no Colégio Osvaldo Cruz, do Recife e depois fez o curso de direito pela importante Faculdade de Direito, daquela capital pernambucana. Foi promotor público. Teve o privilégio de ter sido contemporâneo de Demócrito de Souza, que tombou morto numa concentração política, na cidade do Recife. Ainda nos seus tempos de Assu, fundou o jornal "O Bentivi". Em Natal foi professor, exerceu a profissão de jornalista, bem como foi auxiliar dos governadores José Varela e Aluízio Alves. Junto com Câmara Cascudo fundou a Academia de Trovas do Rio Grande do Norte. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Wanderley colaborou literariamente no jornal Tribuna do Norte, de Natal (coluna intitulada Crônica da Manhã). Antes, teria sido redator dos jornais A República, O Diário e depois Diário de Natal, além de A Notícia, daquela terra natalense. Por sinal, a escritora assuense de Lavras Maria Eugênia, já falecida, primeira mulher a assumir a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras foi quem assumiu a cadeira deixada por ele, Rômulo Wanderley, em 1971. Ezequiel Fonseca Filho no seu livro Poetas e Boêmios do Açu, 1984, depõe que em 1950 aquele vate assuense se encontrava no Rio de Janeiro, onde escreveu o amoroso poema adiante:

Seria para mim uma ventura rara
Se o Destino, ficando mais amigo,
Deixasse-me contigo
Viver tranquilamente, o nosso amor
Sob e edênico esplendor
Do céu da Guanabara.

Céu azul, que recorda o Norte do Brasil,
E, às vezes, as manhãs da fria Escandinávia...
E como um artista apaixonado, eu traçaria
O teu gracioso perfil
Junto a pedra da Gávea.

Depois,
Bem felizes os dois,
Inebriados diante da paisagem,
E ardendo ao calor deste profundo amor,
Cairíamos febris, em frente ao mar,
Para amar...
Para amar...

Fernando Caldas
(Fonte: Poetas e Boêmios do Assu)

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