(Título do blog)
Entrevista com Everaldo Pereira: “Eu não tenho procuração de evangélico”
Neste sábado chega a Uberlândia, no triângulo mineiro, um dos mais polêmicos pré-candidatos à presidência da República. Everaldo Pereira, do PSC, é vice-presidente do partido e herda do correligionário Marco Feliciano uma visibilidade inédita da legenda. Embora o partido já estivesse em franco crescimento quando Feliciano assumiu a Comissão de Direitos Humanos, no ano passado, foi depois da gestão dele como presidente que o PSC atingiu a visibilidade que tem hoje.
Mais moderado que o colega, mas afinado com o discurso dele, Everaldo Pereira, que também é pastor, promete não fazer uma campanha para evangélicos. “Eu não tenho procuração de evangélico”, afirmou, durante uma entrevista exclusiva ao Brasil Poder.
Com a certeza absoluta de que vai chegar ao segundo turno, Everaldo expõe seu posicionamento sobre casamento homossexual, reforma política e educação.
Brasil Poder: Já está definido quem será o vice na chapa encabeçada pelo senhor?
Everaldo Pereira: Não, isso só vai ocorrer a partir de maio. Por enquanto nós estamos trabalhando para consolidar a nossa candidatura.
BP: O voto facultativo é uma das principais bandeiras do PSC. Qual é o posicionamento da legenda sobre outros pontos da Reforma Política?
Everaldo: Nós já defendemos na Câmara Federal o voto facultativo e o fim das colições proporcionais. Os demais tópicos precisam ser discutidos aos poucos. O financiamento público, por exemplo. Para ter financiamento público precisa ter lista fechada, a pessoa vota no partido, não em pessoas. Tem que mudar radicalmente, e nosso entendimento é que a reforma tem que ser feita aos poucos. Eu sempre faço uma comparação: ninguém fica gordinho, fica obeso, de uma hora pra outra. Tem que ir acumulando gordura. Então, as operações radicais criam um trauma terrível. Então nós temos que ir fazendo as reformas para vigorar aos poucos. Por exemplo, voto facultativo, fim das coligações a partir da próxima eleição. Aí vai mudar o sistema disso ou daquilo na outra. Isso tudo tem que ser colocado paulatinamente. Não temos condições de fazer uma reforma radical.
BP: O senhor afirmou recentemente que não é um candidato de evangélicos, e que o PSC não é um partido religioso. Durante a sua campanha, o senhor vai tentar se livrar desse rótulo? De que forma?
Everaldo: Não, eu jamais quero me livrar desse rótulo.Eu sou evangélico, da raiz, não nego isso nunca. Só que eu não sou um candidato dos evangélicos, sou um candidato do partido social cristão – hoje um pré-candidato. Evangélico não tem partido.
BP: Mas o senhor acredita que vai conseguir concentrar o voto da maioria deles?
Everaldo: Eu não tenho procuração de evangélico, para dizer em nome dos evangélicos. Assim como já votei em muita gente que não é evangélica, muito evangélico vai votar em mim. Isso é normal em uma democracia.
BP: Qual é a perspectiva do PSC para Marco Feliciano nestas eleições?
Everaldo: Ele vai ser candidato à reeleição de Deputado Federal.
BP: O PSC rompeu com o governo Dilma. Num eventual segundo turno entre ela e outro candidato, quem o senhor apoiaria?
Everaldo: Eu estarei no segundo turno.
BP: Certamente?
Everaldo: Com toda certeza estarei no segundo turno, então não dá para discutir isso.
BP: Qual será a área chave da sua campanha?
Everaldo: Não dá para dizer um ponto específico. Não tem como ser música de uma nota só. São vários pontos, mas há um que para mim é essencial e eu não vou abrir mão dele, que é Educação. Eu sou fruto da escola pública, menino humilde, de família humilde, nascido na favela do Acarí, no Rio de Janeiro, estudei o primário, ginásio e científico na escola pública. E com o que eu aprendi, pude ir para a faculdade. E mesmo sendo camelô na feira, servente de pedreiro, com o que eu aprendi na escola pública eu pude aproveitar as oportunidades para competir no mercado com os filhos dos ricos, com os que podiam pagar. Para mim é fundamental que haja uma escola pública de qualidade. Hoje no Brasil estão faltando mais de 300 mil professores de matemática no ensino básico. Isso é inadmissível. Estão faltando mais de 250 mil professores de português no ensino básico. Enquanto o município tem que aplicar mais de 25% do orçamento em educação, o governo federal, por exemplo, no ano passado, destinou apenas 3,47% do orçamento. Educação é básico. Mas não é só educação, nós precisamos de uma reforma tributária de verdade. Hoje, a grande maioria dos muncípios não conseguiram fechar as contas porque diminuiu a participação no fundo dos municípios. Todo mundo tem que estar de pires na mão para conseguir as coisas no governo federal. Tem que ter um pacto federativo, uma reforma tributária de verdade, para que haja equilíbrio. Para se ter um país de primeiro mundo, tem que ter uma educação de qualidade.
BP: Membros do PSC afirmam que não são homofóbicos, mas que são contra a manifestação do homossexualismo. Como seria possível unir estes dois posicionamentos na lei?
Everaldo: A gente não é contra a manifestação do homossexualismo. O partido defende a vida do ser humano desde sua concepção. Defende as tartarugas, defende a floresta, mas defende a vida humana desde a sua concepção. E defendemos a família como está na Constituição brasileira. Na Constituição, o casamento é entre homem e mulher. Então nós defendemos isso. Agora, o cara mais liberal é Deus, deu livre arbítrio, cada um faz o que bem entende. Eu não posso proibir manifestação de ninguém, cada um tem o direito de se manifestar. Agora, eu também tenho o direito de me manifestar. Nós estamos em uma democracia, o Brasil é uma democracia. Então eu tenho que respeitar as pessoas, eu não posso obrigá-las a ser o que que penso, mas elas têm que me respeitar.
BP: Mas em termos de legislação, o senhor é contra o casamento homoafetivo?
Everaldo: Olha só, a hora que dois homens juntos procriarem eu sou obrigado a aceitar. Enquanto não houver, eu não posso aceitar o casamento. Se eu boto dois homens numa ilha, vai acabar com a espécie humana.
BP: No ano passado o PSC indicou o nome para a Comissão de Direitos Humanos. Qual comissão o partido quer presidir em 2014?
Everaldo: Aí tem que esperar o congresso votar no recesso. A hora que chegar na nossa bancada, se tiver direitos humanos, nós vamos querer para a gente. Mas parece que os partidos que sempre usaram ela, usaram, usaram e desdenharam da comissão, e aí sobrou para a gente, vão querer essa de novo. A verdade é que os partidos sempre usaram a comissão para defender apenas um segmento da sociedade, e não direitos humanos na sua totalidade. Aí ano passado não quiseram mais usar, a gente pegou, e defendemos os direitos humanos na totalidade. Esse ano, se deixarem novamente, nós vamos pegar. Mas estão falando que não vão abrir mão dela esse ano. Então a gente tem que esperar para ver o que vai pegar.
BP: O PSC planeja lançar candidatura própria nos Estados?
Everaldo: Estamos discutindo candidatura própria em vários estados. No Rio de Janeiro teremos, na Paraíba, no Sergipe teremos o senador Amorim, na Bahia teremos também candidatura própria no Senado, estamos trabalhando no país todo.
BP: Há algum nome em Minas?
Everaldo: Em Minas eu estarei no dia 14 de fevereiro, costurando possibilidades aí, porque existe a perspectiva de ter uma candidatura própria no Estado. Vamos ouvir a nossa base para discutir sobre isso. Mas ainda não temos o nome.
Neste sábado chega a Uberlândia, no triângulo mineiro, um dos mais polêmicos pré-candidatos à presidência da República. Everaldo Pereira, do PSC, é vice-presidente do partido e herda do correligionário Marco Feliciano uma visibilidade inédita da legenda. Embora o partido já estivesse em franco crescimento quando Feliciano assumiu a Comissão de Direitos Humanos, no ano passado, foi depois da gestão dele como presidente que o PSC atingiu a visibilidade que tem hoje.
Mais moderado que o colega, mas afinado com o discurso dele, Everaldo Pereira, que também é pastor, promete não fazer uma campanha para evangélicos. “Eu não tenho procuração de evangélico”, afirmou, durante uma entrevista exclusiva ao Brasil Poder.
Com a certeza absoluta de que vai chegar ao segundo turno, Everaldo expõe seu posicionamento sobre casamento homossexual, reforma política e educação.
Brasil Poder: Já está definido quem será o vice na chapa encabeçada pelo senhor?
Everaldo Pereira: Não, isso só vai ocorrer a partir de maio. Por enquanto nós estamos trabalhando para consolidar a nossa candidatura.
BP: O voto facultativo é uma das principais bandeiras do PSC. Qual é o posicionamento da legenda sobre outros pontos da Reforma Política?
Everaldo: Nós já defendemos na Câmara Federal o voto facultativo e o fim das colições proporcionais. Os demais tópicos precisam ser discutidos aos poucos. O financiamento público, por exemplo. Para ter financiamento público precisa ter lista fechada, a pessoa vota no partido, não em pessoas. Tem que mudar radicalmente, e nosso entendimento é que a reforma tem que ser feita aos poucos. Eu sempre faço uma comparação: ninguém fica gordinho, fica obeso, de uma hora pra outra. Tem que ir acumulando gordura. Então, as operações radicais criam um trauma terrível. Então nós temos que ir fazendo as reformas para vigorar aos poucos. Por exemplo, voto facultativo, fim das coligações a partir da próxima eleição. Aí vai mudar o sistema disso ou daquilo na outra. Isso tudo tem que ser colocado paulatinamente. Não temos condições de fazer uma reforma radical.
BP: O senhor afirmou recentemente que não é um candidato de evangélicos, e que o PSC não é um partido religioso. Durante a sua campanha, o senhor vai tentar se livrar desse rótulo? De que forma?
Everaldo: Não, eu jamais quero me livrar desse rótulo.Eu sou evangélico, da raiz, não nego isso nunca. Só que eu não sou um candidato dos evangélicos, sou um candidato do partido social cristão – hoje um pré-candidato. Evangélico não tem partido.
BP: Mas o senhor acredita que vai conseguir concentrar o voto da maioria deles?
Everaldo: Eu não tenho procuração de evangélico, para dizer em nome dos evangélicos. Assim como já votei em muita gente que não é evangélica, muito evangélico vai votar em mim. Isso é normal em uma democracia.
BP: Qual é a perspectiva do PSC para Marco Feliciano nestas eleições?
Everaldo: Ele vai ser candidato à reeleição de Deputado Federal.
BP: O PSC rompeu com o governo Dilma. Num eventual segundo turno entre ela e outro candidato, quem o senhor apoiaria?
Everaldo: Eu estarei no segundo turno.
BP: Certamente?
Everaldo: Com toda certeza estarei no segundo turno, então não dá para discutir isso.
BP: Qual será a área chave da sua campanha?
Everaldo: Não dá para dizer um ponto específico. Não tem como ser música de uma nota só. São vários pontos, mas há um que para mim é essencial e eu não vou abrir mão dele, que é Educação. Eu sou fruto da escola pública, menino humilde, de família humilde, nascido na favela do Acarí, no Rio de Janeiro, estudei o primário, ginásio e científico na escola pública. E com o que eu aprendi, pude ir para a faculdade. E mesmo sendo camelô na feira, servente de pedreiro, com o que eu aprendi na escola pública eu pude aproveitar as oportunidades para competir no mercado com os filhos dos ricos, com os que podiam pagar. Para mim é fundamental que haja uma escola pública de qualidade. Hoje no Brasil estão faltando mais de 300 mil professores de matemática no ensino básico. Isso é inadmissível. Estão faltando mais de 250 mil professores de português no ensino básico. Enquanto o município tem que aplicar mais de 25% do orçamento em educação, o governo federal, por exemplo, no ano passado, destinou apenas 3,47% do orçamento. Educação é básico. Mas não é só educação, nós precisamos de uma reforma tributária de verdade. Hoje, a grande maioria dos muncípios não conseguiram fechar as contas porque diminuiu a participação no fundo dos municípios. Todo mundo tem que estar de pires na mão para conseguir as coisas no governo federal. Tem que ter um pacto federativo, uma reforma tributária de verdade, para que haja equilíbrio. Para se ter um país de primeiro mundo, tem que ter uma educação de qualidade.
BP: Membros do PSC afirmam que não são homofóbicos, mas que são contra a manifestação do homossexualismo. Como seria possível unir estes dois posicionamentos na lei?
Everaldo: A gente não é contra a manifestação do homossexualismo. O partido defende a vida do ser humano desde sua concepção. Defende as tartarugas, defende a floresta, mas defende a vida humana desde a sua concepção. E defendemos a família como está na Constituição brasileira. Na Constituição, o casamento é entre homem e mulher. Então nós defendemos isso. Agora, o cara mais liberal é Deus, deu livre arbítrio, cada um faz o que bem entende. Eu não posso proibir manifestação de ninguém, cada um tem o direito de se manifestar. Agora, eu também tenho o direito de me manifestar. Nós estamos em uma democracia, o Brasil é uma democracia. Então eu tenho que respeitar as pessoas, eu não posso obrigá-las a ser o que que penso, mas elas têm que me respeitar.
BP: Mas em termos de legislação, o senhor é contra o casamento homoafetivo?
Everaldo: Olha só, a hora que dois homens juntos procriarem eu sou obrigado a aceitar. Enquanto não houver, eu não posso aceitar o casamento. Se eu boto dois homens numa ilha, vai acabar com a espécie humana.
BP: No ano passado o PSC indicou o nome para a Comissão de Direitos Humanos. Qual comissão o partido quer presidir em 2014?
Everaldo: Aí tem que esperar o congresso votar no recesso. A hora que chegar na nossa bancada, se tiver direitos humanos, nós vamos querer para a gente. Mas parece que os partidos que sempre usaram ela, usaram, usaram e desdenharam da comissão, e aí sobrou para a gente, vão querer essa de novo. A verdade é que os partidos sempre usaram a comissão para defender apenas um segmento da sociedade, e não direitos humanos na sua totalidade. Aí ano passado não quiseram mais usar, a gente pegou, e defendemos os direitos humanos na totalidade. Esse ano, se deixarem novamente, nós vamos pegar. Mas estão falando que não vão abrir mão dela esse ano. Então a gente tem que esperar para ver o que vai pegar.
BP: O PSC planeja lançar candidatura própria nos Estados?
Everaldo: Estamos discutindo candidatura própria em vários estados. No Rio de Janeiro teremos, na Paraíba, no Sergipe teremos o senador Amorim, na Bahia teremos também candidatura própria no Senado, estamos trabalhando no país todo.
BP: Há algum nome em Minas?
Everaldo: Em Minas eu estarei no dia 14 de fevereiro, costurando possibilidades aí, porque existe a perspectiva de ter uma candidatura própria no Estado. Vamos ouvir a nossa base para discutir sobre isso. Mas ainda não temos o nome.
Nenhum comentário:
Postar um comentário