A FLOR DO MARACUJÁ
Encontrando-me com um sertanejo,
perto de um pé de maracujá,
eu lhe perguntei:
Diga-me caro sertanejo...
Porque razão nasce roxa
A flor do maracujá?
Ah, pois então eu lhi conto,
a istória que ouvi contá...
A razão pru que nasci roxa,
a frô do maracujá.
Maracujá já foi branco,
eu posso inté lhe ajurá...
Mais branco qui caridadi,
mais branco do que o lua...
Quando a frô brotava nele,
lá pros cunfim do sertão,
maracujá inté parecia
um ninho de argodão
Mais um dia, há muito tempo,
num meis que inté num mi alembro,
si foi maio, si foi junho,
si foi janero ou dezembro...
Nosso sinhô Jesus Cristo,
foi condenado a morrê...
Numa cruis crucificado,
longe daqui como o quê...
Pregaro Cristo a martelo...
E ao vê tamanha crueza,
a natureza inteirinha,
Poisse a chorá di tristeza...
Chorava us campu,
as foia, as ribera...
Sabiá também chorava
Nus gaio da laranjera...
E havia junto da cruis,
um pé de maracujá...
Carregadinho di frô,
aos pé de nosso Sinhô...
I o sangui de Jesus Cristo,
sangui pisado di dô,
nus pé du maracujá,
tingia todas frô...
Eis aqui seu moço,
a istoria que eu vi contá,
a razão pruque nasce roxa...
A frô do maracujá.
Catulo da Paixão Cearense, poeta maranhense
Encontrando-me com um sertanejo,
perto de um pé de maracujá,
eu lhe perguntei:
Diga-me caro sertanejo...
Porque razão nasce roxa
A flor do maracujá?
Ah, pois então eu lhi conto,
a istória que ouvi contá...
A razão pru que nasci roxa,
a frô do maracujá.
Maracujá já foi branco,
eu posso inté lhe ajurá...
Mais branco qui caridadi,
mais branco do que o lua...
Quando a frô brotava nele,
lá pros cunfim do sertão,
maracujá inté parecia
um ninho de argodão
Mais um dia, há muito tempo,
num meis que inté num mi alembro,
si foi maio, si foi junho,
si foi janero ou dezembro...
Nosso sinhô Jesus Cristo,
foi condenado a morrê...
Numa cruis crucificado,
longe daqui como o quê...
Pregaro Cristo a martelo...
E ao vê tamanha crueza,
a natureza inteirinha,
Poisse a chorá di tristeza...
Chorava us campu,
as foia, as ribera...
Sabiá também chorava
Nus gaio da laranjera...
E havia junto da cruis,
um pé de maracujá...
Carregadinho di frô,
aos pé de nosso Sinhô...
I o sangui de Jesus Cristo,
sangui pisado di dô,
nus pé du maracujá,
tingia todas frô...
Eis aqui seu moço,
a istoria que eu vi contá,
a razão pruque nasce roxa...
A frô do maracujá.
Catulo da Paixão Cearense, poeta maranhense
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