domingo, 14 de dezembro de 2014

Pulso, entre dores e prazeres,
à história, à minha história.
Carrego no semblante o valor de tudo quanto ousei,
sem qualquer desconto do nada que retraí.
Vejo-me e percebo-me,
carrego-me sem culpas e sem pesos.
Sinto, não arrependimento, escolhas duras,
em verdadeiras amputações ao que sonhei,
ao que desejei.
Percebo derredores em imensas quedas,
compreendo, ainda que nunca entendida,
escutando confissões, sem me confessar.
Tudo é fugaz e momentâneo,
o silêncio preenche os vazios,
desenvencilho-me do meu pesadelo.
Não há como ignorar os sentimentos
que tomam de assalto o frágil coração,
em meio ás tempestades,
minutos infindáveis, temerosos.
Uma lágrima acompanha o meu sorriso,
por tempestuosas ou calmas enseadas,
onde o mar da vida estende suas claras águas.
Quando tive, do sonho, consciência,
sonhei estar livre das tempestades.



Cristina Costa

 

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