sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Desenho um círculo com os braços.
Tu e eu, numa esfera.
E no espaço deste círculo
com as mãos em concha
enleio-te pelo pescoço.
Esférico casulo fechado
incluso, só nosso.
Onde cabem todas as possibilidades
e todas as metamorfoses.
Onde o céu é o limite da nossa imaginação.
Este círculo perfeito
sem princípio nem fim
que começa e termina
para novamente recomeçar.
Sempre que com os meus braços
enlaço docemente o teu pescoço.
Enquadramento perfeito.
Se é que se pode encontrar perfeição
numa forma geométrica.
O ponto donde parte o círculo nunca é um fim
por isso, não me importa a perspectiva
o que me importa és sempre tu.


Cristina Costa, poetisa portuguesa

 

Nenhum comentário:

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...