O motorista de um dos taxis que tomei estes dias, no Distrito Federal,
me falou da lealdade de voto para o governador que lhe havia dado um
lote para morar. Pouco antes, uma atendente comercial me disse de sua
lealdade ao Presidente que tinha dado um diploma a seu filho,graças ao
PROUNI. Estes são dois de dezenas de milhões de votos de uma política
privatizada, em que a lealdade é ao político que teria feito um favor,
não ao País que precisa de bons dirigentes.
Isto é uma privatização da política.
O eleitor ignora seus direitos. O lote recebido pelo taxista não era do governador, aliás, um latifundiário, era do Estado e ele, taxista, tinha direito de receber, (sem esquecer o papel governador em agilizar o direito do cidadão). O diploma do filho da atendente foi conquistado pelo próprio filho, mesmo beneficiado por uma lei feita pelo presidente. E tanto o lote quanto o diploma são fatos de interesses nacionais. Mas não têm sido vistos assim.
O programa Ciências sem Fronteiras, claramente de interesse nacional, para criar uma base científica no País, tem sido visto como um programa de interesse privado para o aluno que recebe a bolsa, e não para o País que vai se beneficiar do trabalho do novo cientista. ela interessa ao futuro do País. A bolsa família foi criada para servir ao País, garantindo condições para as crianças pobres irem estudar, no lugar de trabalhar, mas hoje é apresentada como um programa de interesse apenas privado à família que a recebe e fica em débito eleitoral, como o taxista e a atendente e milhões de outros eleitores.
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