Minha Terra Minha Gente
Treze anos já se foram desde o dia 1º de março de 2002, quando aconteceu nas dependências do Bar Dida.Tom, o lançamento do livro do poeta assuense Andiere Abreu - Majó (foto). A participação da seleta platéia dignificou o lançamento, numa demonstração de prestígio aos valores culturais da Terra da Poesia.
“Minha Terra Minha Gente” foi o nome do livro publicado naquele ano que trouxe apresentação de Ubirajara Macêdo e foi prefaciado pelo grande escritor Luís Carlos Guimarães. A poesia que dá o nome ao livro é uma belíssima homenagem ao Assu. Vejamos:
Minha terra é boa, nobre,
Uma grande área cobre
Para ao verso dar morada.
E a alta tecnologia
Mostra a parte da euforia
Na agricultura irrigada.
Dos conterrâneos antigos
Onde tinha bons amigos
Aos que se foram lamento,
Deles sinto muita falta,
Com as memórias em alta,
Este é o meu julgamento.
E tudo em mim se embaralha,
O raciocínio falha
Ao lembrar Anderson Abreu,
Sempre ao chegar no Assu
Penso no grande Guru
Que vida e tudo me deu.
E respiro triste ares
Por não ver um João Soares
E o nosso Chico Germano,
Melé, Purueca, Barão,
Dói fundo no coração
Traz tristeza e desengano.
E não me impeçam que fale
Do grande líder do Vale
Primo e amigo Arnóbio Abreu,
Ele ainda está presente
Pois do Vale toda gente
Ainda não o esqueceu.
Aí a memória estira
Pois vem Alves e Traíra
Todos dois Sebastião,
Manoel Rodrigues de fé
Um irmão que bebia em pé
Só que, no pé do balcão.
Também saíram de cena
O amigo Batista Sena
E outro Batista o Nogueira,
Homens simples e corretos,
Bons companheiros, completos
Desses para a vida inteira.
Quero lembrar o “Baixinho”
O meu mestre Francisquinho
E o amigo violão,
Que mostra ter sete vidas
Vencendo todas bebidas
Tornando-se um campeão.
Só não fico mais tristonho
Por ter ainda um Detonho*
Pra eu rezar nos seus altares,
E também me dá prazer
Um bom Mel Borges beber
Com Mariano Tavares.
Com Dedé Caldas jantar
Na Acauã conversar
Sentindo aquele ventinho
É algo maravilhoso,
Mas também é bem gostoso
Dialogar com Zé Pretinho.
Tem gente que é um achado:
Nibinha, Carlos Machado
Ao chegar vou procurá-los,
Têm o cheiro da boêmia,
Só dão prazer e alegria,
É bom poder encontra-los.
Praças, Rio, Piató,
Muitos amigos, Chicó,
Ver o Cônsul da cidade,
O Vale a carnaubeira,
Risos, o culto à besteira,
A velhice, a mocidade.
Assu é a que nós conhecemos,
A ela todos nós demos
Valor, Orgulho, Riqueza,
Terra plena de valores
Cultuando versos, amores
É dádiva da natureza.
* Na época da poesia seu amigo Detonho era vivo.
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