João Fábio Cabral e um passo atrás para seguir em frente: “andar ao contrário é, por vezes, necessário”
João Fábio Cabral: o drama “Um Passo Atrás” volta ao cartaz no dia 4 (Foto: Divulgação)
O dramaturgo potiguar João Fábio Cabral, de 43 anos, anda pelo mundo dando tempo ao tempo. Na quarta (25), estava em Madri, mas o final de semana já seria em Lisboa para retornar na segunda semana de dezembro à capital espanhola. Tem sido assim desde 2013, mais na Europa que no Brasil, enfrentando a perda de uma pessoa amada, indo e voltando para algum trabalho.
O autor de “Delicadeza”, “Rosa de Vidro” e “Um Verão Familiar” tem uma nova peça prestes a ganhar o cartaz. Depois de uma curta temporada no Instituto Capobianco, o drama “Um Passo Atrás” reestreia no Top Teatro na sexta-feira, dia 4.
Sob a direção de Fabiana Carlucci, a montagem é protagonizada por Camila Graziano e Zemanuel Piñero e mostra uma mulher que, após a morte da mãe, volta à casa de sua infância e descobre segredos do passado. Por e-mail, de Madri, João Fábio Cabral falou, falou, falou…
O reencontro com o passado através de seus fantasmas é um tema recorrente em sua obra. Existe alguma motivação pessoal ou simplesmente é um interesse artístico em abordar o tempo e a transformação das pessoas?
É como um manifesto, um desabafo por ter memória. É através da memória que existo e os fantasmas também. Nunca fui de olhar apenas para os meus sapatos. Os dos outros, sejam eles os desconhecidos, os estrangeiros e, depois novamente os meus, sempre foram minha maior referência. Gosto das coisas que acontecem na casa do vizinho, no bar e até na nossa casa, algumas vezes como lapsos, outras vezes com começo, meio e fim, não apenas de memória, mas de tudo que se constrói através dela. Gosto de me perder e me encontrar na memória, nos fantasmas que se apresentam diariamente no mundo.
Esse olhar é vital para mim, memória como vida para não me esquecer da vida. Existe um lugar como artista que não me permite esquecer, inclusive o meu novo texto que estou escrevendo é um tema presente durante toda obra.
Fonte Blog do Dirceu na plateia,
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