sábado, 23 de abril de 2016

ROGACIANO LEITE X CEGO ADERALDO

Rogaciano Leite
Cego Aderaldo 

O poeta, jornalista e advogado Rogaciano Leite (n. Itapetim, Pernambuco, 1920 – m. Rio de Janeiro, 1969) era filho dos agricultores chamados Manoel Francisco Bezerra e Maria Rita Serqueira Leite, iniciou a carreira de poeta-violeiro aos 15 anos de idade, quando desafiou na cidade de Patos, Paraíba, o o poeta repentista Amaro Bernadino.

Rogaciano Leite não foi apenas um poeta popular, não. Escrevia versos eruditos, sonetista da maior grandeza. Conta-se que até mesmo o soneto ele improvisava. Foi amigo do poeta recifense Manuel Bandeira, morou no Rio Grande do Norte, Ceará e Rio de Janeiro. Rogaciano é o autor da canção "Cabelos cor de prata", interpretada por grande músicos brasileiros como Sílvio Caldas.

O músico Sílvio, em História da Música Popular Brasileira (LP), 1984,conta que certa feita, Rogaciano cantava com o conhecido e afamado poeta-violeiro chamado Cego Aderaldo (Aderaldo Ferreira de Araújo, n. Crato, 1888 - m. Fortaleza, 1967) numa feira livre da cidade do Recife. Rogaciano ao ver o cantor seresteiro Sílvio Caldas se aproximando,  abriu o verbo a título de debochar com Aderaldo, dizendo assim: - "Estou cantando com este velho, este velho que não serve pra mais nada, que já devia está deitado numa rede todo enferrujado...”. - Aderaldo não se fez de rogado, improvisou a sextilha conforme transcrita adiante:

Andei procurando um besta 

Um besta que fosse capaz
E de tanto procurar um besta
Encontrei esse rapaz
Que nem serve pra ser besta 
Porque é besta demais.

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ALICE WANDERLEY poetisa de ilustre familia do Assu poético. Tipo baixa, olhos negros, se não me engano. Conheci dona Alice já usando bengala...