quinta-feira, 20 de abril de 2017

FRANSCICO AMORIM, O POETA DA SERIEMA

Na fotografia: Francisco Amorim ladeado a esquerda pelo seu filho Tarcísio Amorim e a direita pelos sobrinho Fernando Fonseca.

Francisco Augusto Caldas de Amorim (Chisquisto) como era chamado carinhosamente, era servidor público federal da antiga Controladoria de Renda (atual Receita Federal), poeta, escritor, jornalista, memorialista, fundador de jornais como "A Cidade" - o jornal mais antigo do interior do Rio Grande do Norte, que circulou durante 25 anos consecutivos sob a organização dele, Chisquito, além dos seus irmãos Otávio e Palmério Amorim.

Franklin Jorge depõe que "aos nove anos Chisquito escrevia o seu primeiro jornal, significativamente chamado "O Trabalho", pois aprendera a manejar o compunidor e dispunha os tipos sem atrapalhar-se e sem cometer gralhas na página impressa."

Amorim era membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, da Academia Potiguar de Trovas, entre outras instituições culturais do Estado Norte-rio-grandense e do Brasil. Foi prefeito do Assu (1953-58), presidiu durante muito tempo o Banco Rural do Assu, que depois veio a ser Cooperativa Agropecuária do Vale do Açu Ltda - COAPEVAL.. Ele, com muita justiça, empresta ou emprestava o seu nome a sede do poder executivo da terra assuense, uma homenagem de José Maria Macedo Medeiros quando prefeito daquele município.

Chisquito publicou diversos livros que engrandece as letras potiguares como, por exemplo, A Eucaristia e a Questão Social, 1944 (conferência), Discurso de Saudação aos Prefeitos, 1961, Eu Conheci Sesióm, 1961, Seriema e Outros Versos, 1965, Galeria do Lions, 1969, História do Teatro no Assu, 1972, Colégio Nossa Senhora das Vitórias, 1977, As Vantagens da Eletrificação Rural (cordel), 1978, Titulados do Assu, 1982, O Assu No Roteiro das Glosas, 1983, Nos Tempos de Cristo, além de Assu da Minha Meninice, 1982, Trovas à Toa, 1991, Forrobodó, 1984, História da Imprensa do Assu, 1965, Teu Livro (versos), 1965, O Homem e as Cooperativas, 1965, A Reforma Agrária e o Trabalhador Rural, 1988 e Essências, 1991.

Francisco Amorim ficou conhecido nos meios culturais do estado como "O Poeta da Seriema". Vejamos o seu célebre soneto:

Na doce evocação do seu ledo passado,
A sriema vê, como num sonho lindo,
O riacho correndo, o Mofumbo ensombrado,
O cipoal a crescer, para o alto subindo.

E belo o panasco, o amplo campo rasgado,
As expansões febris do juremal florindo,
A sombra da oiticica o tresmalho do gado,
A alva flor do cardeiro alvas rosas abrindo.

A lembrança lhe vem dos tempos seus ditosos,
Correrias na mata, os êrmos pedregosos,
Verde vegetação desabrochando a terra,

E na concentração ascética de um monge,
A pernalta desperta, olhando e vendo longe,
O panorama azul, belíssimo da terra.

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