A revista "Para Todos", do Rio de Janeiro, circulou na década de 20 e 30. Era dirigida pelo designer e caricaturista J. Carlos. Periódico que focava o cinema, noticiava as expressões artísticas e culturais. Na edição de 27 de outubro de 1923 podemos conferir um poema (página intitulada "Pequenos Poemas") de autoria do poeta Norte rio-grandense, do Assu, João Lins Caldas (um dos poetas ainda esquecido e injustiçado das letras brasileiras), intitulado "Árvore Irmã". Aquela revista, também, publicava composições dos grandes poetas nacionais daquela época como Álvaro Moreira e o próprio Caldas, que apresentava a sua grande poesia.
(Clique na segunda imagem abaixo, para uma melhor visualizar o referido poema).
Fonte: Biblioteca Nacional.
(Clique na segunda imagem abaixo, para uma melhor visualizar o referido poema).
Fonte: Biblioteca Nacional.
ÁRVORE IRMÃ
Aquela árvore despida,
Verde e irmã da minha vida,
Foi minha vida...
Deu-me seus frutos,
Deu-me seus galhos...
- Eu, entre os brutos,
Tive seus frutos...
Não para mim que a ingratidão brilhasse,
Não para mim que a ingratidão nascesse...
Eu falaria amor, si ela falasse,
Eu morreria amor, si ela morresse...
Árvore desajeitada,
Desconjuntada,
Irmã ou mãe como eu nasci no mundo...
Quando um dia tocarem-se afinados,
Sejamos igualados,
- Eu mergulhado no teu cerne fundo...
Sejamos como bons dois irmãos enterrados...
João Lins Caldas
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