Coração malsinado das torturas,
Coração de mulher sem amor ter,
Goza um pouco a ventura de querer
Que este gozo é maior que outras venturas.
Coração de mulher sem amor ter,
Goza um pouco a ventura de querer
Que este gozo é maior que outras venturas.
Tens, como as dores que hoje tens seguras,
Do amor a porta sem poder se erguer.
Ah! Que ventura se ilusões, das puras.
Hoje pudesse coração, conter!
Do amor a porta sem poder se erguer.
Ah! Que ventura se ilusões, das puras.
Hoje pudesse coração, conter!
Mas não! Que o gelo que dá vida à morte
É o mesmo gelo que campeia forte
Nesse teu seio onde batalha a dor...
É o mesmo gelo que campeia forte
Nesse teu seio onde batalha a dor...
És para o tédio e para o mal nascido...
Muda essa sorte, coração ferido,
Abra essa porta para o meu amor!...
Muda essa sorte, coração ferido,
Abra essa porta para o meu amor!...
João Lins Caldas [n. Goianinha/RN,1888, m. Assu/RN, 1967.
Poema escrito em Natal, 1909.
Poema escrito em Natal, 1909.
Nenhum comentário:
Postar um comentário