sábado, 24 de novembro de 2018

Árvores urbanas diminuem as despesas com o aquecimento e abrandam o vento nos bairros

Bairro arborizado
Uma única árvore urbana pode ajudar a moderar as velocidades do vento e a manter as pessoas confortáveis enquanto caminham na rua, diz um novo estudo da Universidade da Colúmbia Britânica, segundo o qual a perda de uma só árvore pode aumentar a pressão do vento nos edifícios vizinhos e as despesas com o aquecimento.

Os investigadores criaram um modelo informático extremamente detalhado de um bairro de Vancouver, incluindo todas as árvores, plantas e edifícios. Em seguida, analisaram, com recurso a simulações em computador, a forma como diferentes cenários – sem árvores, com árvores de folha caduca ou persistente – afetariam a circulação do ar e os padrões de calor nas imediações de algumas ruas e casas. 

“Descobrimos que remover todas as árvores pode aumentar para o dobro a velocidade do vento, o que faria uma diferença percetível para quem estivesse a andar na rua. Por exemplo, uma velocidade de 15 km/h é agradável, ao passo que andar com um vento de 30 km/h é mais difícil”, disse Marco Giometto, autor do estudo. 


Este vídeo mostra a forma como o vento se move através de um bairro em Vancouver, no Canadá. 

As árvores também moderam o impacto da pressão do vento sobre os edifícios, particularmente quando este passa pelos intervalos entre os prédios. 

“A pressão do vento pode ser responsável por até um terço do consumo de energia de um edifício. Utilizando o nosso modelo, descobrimos que remover todas as árvores à volta dos edifícios faz subir o consumo de energia dos mesmos em até 10% no Inverno e 15% no Verão”, afirmou o investigador. 

A equipa de investigação descobriu ainda que mesmo as árvores sem folhas nos meses de Inverno podem moderar o fluxo de ar e a pressão do vento, contribuindo para um ambiente mais confortável

“Até mesmo os ramos nus desempenham um papel. As árvores de folha caduca, que perdem as suas folhas todos os anos, reduzem a pressão do vento nos edifícios ao longo do ano – não são só as espécies perenes que são importantes para a cidade”, disse Marc Parlange, que supervisionou o trabalho. 

Segundo Andreas Christen, coautor do estudo e professor de geografia, o modelo usado no trabalho é o primeiro a simular um bairro urbano real em extremo detalhe. 

“As informações obtidas com estes modelos podem melhorar as previsões meteorológicas de forma a predizer os efeitos de uma tempestade num edifício e ao nível pedonal”, disse o professor. “Também poderiam ajudar os planificadores urbanos a projetar edifícios, ruas e quarteirões para maximizar o conforto das pessoas e limitar a velocidade do vento de forma a reduzir a perda de energia.”


Foto: Universidade da Colúmbia Britânica

https://www.theuniplanet.com

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