quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
terça-feira, 26 de fevereiro de 2019
CARNAVAL
Gritos se agitam fora... E' a mascarada
- Uma sombra, outra sombra se insinua
Momo de guiso e os arlequins na rua...
E tudo rola pela desfilada...
Dizer tudo é não dizer de nada...
E' a verdade mais negra, esta mão crua
E' tudo ver por uma só calçada,
Tudo nos raios de uma mesma lua...
Ouço fora e lá dentro... Que se olha
Há, gigantesco, no perfil que avulta
Um portentoso vulto que encandeia...
Traço por traço, o coração retalha...
... E enquanto o gênio como um sol trabalha
A multidão lá fora cambaleia...
João Lins Caldas
(Do jornal O Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, 1924):
Gritos se agitam fora... E' a mascarada
- Uma sombra, outra sombra se insinua
Momo de guiso e os arlequins na rua...
E tudo rola pela desfilada...
Dizer tudo é não dizer de nada...
E' a verdade mais negra, esta mão crua
E' tudo ver por uma só calçada,
Tudo nos raios de uma mesma lua...
Ouço fora e lá dentro... Que se olha
Há, gigantesco, no perfil que avulta
Um portentoso vulto que encandeia...
Traço por traço, o coração retalha...
... E enquanto o gênio como um sol trabalha
A multidão lá fora cambaleia...
João Lins Caldas
(Do jornal O Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, 1924):
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
Mote
*Eu criei um baú no meu passado*
*Pra trazer as lembranças pro presente.*
*Glosas*
As vezes eu recorro à memória
Rebuscando as coisas que eu vivi
E hoje nessa busca eu sorri
Deparei-com uma bela história
Eu nela recordei a bela Glória
Um amor quando eu era adolescente
Essa lembrança me deixou contente
E fiquei a sonhar meio acordado
*Eu criei um baú no meu passado*
*Pra trazer as lembranças pro presente.*
2.
Nesse mesmo passado eu encontrei
As sombrinhas* do parque da “infânça”
Onde Glória e eu, quase criança
Embalados no alto a beijei
Desse amor, muito pouco aproveitei
Ela era uma moça descente
E eu um garoto inexperiente
Tive medo de ser muito ousado
*Eu criei um baú no meu passado*
*Pra trazer as lembranças pro presente.*
3.
Pauferrenses que são de minha idade
Lembram bem do parque de diversão
Das canoas, sombrinha, onde o povão
Na maior praça da nossa cidade
Disputavam com grande vaidade
Pra mostrar que era mais competente
Empurrando a cadeira da frente
Daquele a quem estava agarrado
*Eu criei um baú no meu passado*
*Pra trazer as lembranças pro presente.
Rebuscando as coisas que eu vivi
E hoje nessa busca eu sorri
Deparei-com uma bela história
Eu nela recordei a bela Glória
Um amor quando eu era adolescente
Essa lembrança me deixou contente
E fiquei a sonhar meio acordado
*Eu criei um baú no meu passado*
*Pra trazer as lembranças pro presente.*
2.
Nesse mesmo passado eu encontrei
As sombrinhas* do parque da “infânça”
Onde Glória e eu, quase criança
Embalados no alto a beijei
Desse amor, muito pouco aproveitei
Ela era uma moça descente
E eu um garoto inexperiente
Tive medo de ser muito ousado
*Eu criei um baú no meu passado*
*Pra trazer as lembranças pro presente.*
3.
Pauferrenses que são de minha idade
Lembram bem do parque de diversão
Das canoas, sombrinha, onde o povão
Na maior praça da nossa cidade
Disputavam com grande vaidade
Pra mostrar que era mais competente
Empurrando a cadeira da frente
Daquele a quem estava agarrado
*Eu criei um baú no meu passado*
*Pra trazer as lembranças pro presente.
Natal (RN), 18 de fevereiro de 2019.
Dedé de Dedeca.
Nada vale mais que a vida
E a felicidade não tem preço
E nem procure uma saída
Nem invente outro endereço.
E a felicidade não tem preço
E nem procure uma saída
Nem invente outro endereço.
Não tente enganar o coração
Tentar criar outros valores
Querer viver uma outra razão
Negar na vida seus amores.
Tentar criar outros valores
Querer viver uma outra razão
Negar na vida seus amores.
Não ser todo por inteiro
Acreditar no derradeiro
E se troca tudo em vão.
Acreditar no derradeiro
E se troca tudo em vão.
Quando se ama por dinheiro
Se renuncia amor verdadeiro
E não faz feliz o coração.
Se renuncia amor verdadeiro
E não faz feliz o coração.
(Wíliame Caldas, poeta de Ipanguaçu-RN
25/10/2018)
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
As expressões do Carnaval e suas origens em exposição
Roupas e máscaras de símbolos do Carnaval estão na mostra "Aptidão para a Alegria: Vem de Berço", em cartaz na Fundação Joaquim Nabuco, no Derby
Por: Paulo Trigueiro em 10/02/19
Caboclo de lançaFoto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
O Mateus é um personagem que surgiu com o fim da escravidão no Brasil. “Ele aparece zombando de quem os escravizava. Na prática, ele é como um produtor cultural de hoje em dia, porque sua função era ir na frente dos maracatus aos locais de apresentação. Ele via se aquela cidade receberia bem o maracatu. Dependendo do que percebesse, o maracatu seguiria por outro caminho”, explica o historiador Severino Vicente. Mateus aparece sempre com sua companheira, Catirina, e a burrinha. Também é muito importante na brincadeira do Cavalo Marinho, outra festa originária da Zona da Mata Norte.
CALUNGA
A professora de História da UFPE Bartira Ferraz explica que as bonecas que aparecem no Carnaval carregadas por mãos dançantes de mulheres em apresentações de maracatu são as calungas. “É um termo usado em quimbundo para ‘pessoa ilustre’ e, na língua quioco, para dizer ‘mar’, como nos cânticos de macumba e candomblés cariocas e baianos. No dicionário de Luís da Câmara Cascudo, Calunga significa boneca, figura humana ou animal feita de pano, de madeira, de osso ou de metal. A Calunga pode ser considerada como um elemento totêmico no dizer de Mário de Andrade e é usada em rituais e cortejos representando entidades.”
O Mateus é um personagem que surgiu com o fim da escravidão no Brasil. “Ele aparece zombando de quem os escravizava. Na prática, ele é como um produtor cultural de hoje em dia, porque sua função era ir na frente dos maracatus aos locais de apresentação. Ele via se aquela cidade receberia bem o maracatu. Dependendo do que percebesse, o maracatu seguiria por outro caminho”, explica o historiador Severino Vicente. Mateus aparece sempre com sua companheira, Catirina, e a burrinha. Também é muito importante na brincadeira do Cavalo Marinho, outra festa originária da Zona da Mata Norte.
CALUNGA
A professora de História da UFPE Bartira Ferraz explica que as bonecas que aparecem no Carnaval carregadas por mãos dançantes de mulheres em apresentações de maracatu são as calungas. “É um termo usado em quimbundo para ‘pessoa ilustre’ e, na língua quioco, para dizer ‘mar’, como nos cânticos de macumba e candomblés cariocas e baianos. No dicionário de Luís da Câmara Cascudo, Calunga significa boneca, figura humana ou animal feita de pano, de madeira, de osso ou de metal. A Calunga pode ser considerada como um elemento totêmico no dizer de Mário de Andrade e é usada em rituais e cortejos representando entidades.”
Caretas - Crédito: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
CARETAS
Os caretas surgiram de uma única pessoa. Um homem que, com um chicote, abria o
espaço para as procissões em Triunfo. “Inicialmente, o careta era próprio dos tempos de
Páscoa”, contou Severino Vicente, que foi até o local conhecer e estudar o brinquedo.
Segundo ele, grupos anônimos utilizando as máscaras passaram a repetir o
omportamento desse brincante originário. “Até hoje permanecem anônimos. São
pessoas da comunidade, dos bairros próximos, mas não mostram os rostos nem falam
quem são. O que mais impressiona é a habilidade de manuseio que eles têm com os
chicotes pelas ladeiras de Triunfo.”
LA URSA
La Ursa é pernambucana. Mas não totalmente. “Não haver ursos de verdade em
Pernambuco já é uma dica de que a brincadeira é um resquício de folguedos europeus”,
conta o doutor em História pela UFPE Severino Vicente. Mais precisamente das
brincadeiras de ursos e caçadores, que, inclusive ainda hoje existe no Brasil.
“A La Ursa é uma forma de pedir dinheiro durante o período carnavalesco, ao mesmo
tempo em que diverte as pessoas. E essa brincadeira, tendo origem a partir daquela,
europeia, é daqui do estado. Tenho visto com muita frequência acontecer na praia, mas
não acontece só lá.” Qualquer rua pode ser palco para uma La Ursa.
FANTASIAS
As fantasias, incluindo as máscaras, têm origem no Carnaval de Veneza, na Itália. “A
ideia foi trazida ao Brasil e, aqui, como tudo que chega, foi reorganizada à maneira da
população local. As pessoas expunham suas fantasias nas ruas, como uma exibição.
Mas também há a ideia de viver uma personalidade diferente quando a gente se fantasia”,
conta Vicente.
Tela do pintor Bajado
Tela do pintor Bajado - Crédito: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
Os caretas surgiram de uma única pessoa. Um homem que, com um chicote, abria o
espaço para as procissões em Triunfo. “Inicialmente, o careta era próprio dos tempos de
Páscoa”, contou Severino Vicente, que foi até o local conhecer e estudar o brinquedo.
Segundo ele, grupos anônimos utilizando as máscaras passaram a repetir o
omportamento desse brincante originário. “Até hoje permanecem anônimos. São
pessoas da comunidade, dos bairros próximos, mas não mostram os rostos nem falam
quem são. O que mais impressiona é a habilidade de manuseio que eles têm com os
chicotes pelas ladeiras de Triunfo.”
LA URSA
La Ursa é pernambucana. Mas não totalmente. “Não haver ursos de verdade em
Pernambuco já é uma dica de que a brincadeira é um resquício de folguedos europeus”,
conta o doutor em História pela UFPE Severino Vicente. Mais precisamente das
brincadeiras de ursos e caçadores, que, inclusive ainda hoje existe no Brasil.
“A La Ursa é uma forma de pedir dinheiro durante o período carnavalesco, ao mesmo
tempo em que diverte as pessoas. E essa brincadeira, tendo origem a partir daquela,
europeia, é daqui do estado. Tenho visto com muita frequência acontecer na praia, mas
não acontece só lá.” Qualquer rua pode ser palco para uma La Ursa.
FANTASIAS
As fantasias, incluindo as máscaras, têm origem no Carnaval de Veneza, na Itália. “A
ideia foi trazida ao Brasil e, aqui, como tudo que chega, foi reorganizada à maneira da
população local. As pessoas expunham suas fantasias nas ruas, como uma exibição.
Mas também há a ideia de viver uma personalidade diferente quando a gente se fantasia”,
conta Vicente.
Tela do pintor Bajado
Tela do pintor Bajado - Crédito: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
Tela do pintor Bajado - Crédito: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
BAJADO
Quatro quadros de Bajados estão expostos. Todos voltados ao carnaval, um dos temas
mais recorrentes da obra do pintor maraialense. Bajado tem relação estreita com a folia.
De acordo com pesquisa de Regina Coeli Vieira, da Fundaj, ele retratou os clubes
carnavalescos de Olinda, Pernambuco, Pitombeira dos Quatro Cantos, Elefante,
O Homem da Meia-Noite, Cariri, Vassourinhas, assim como o frevo rasgado na
Ribeira, Largo do Amparo, Varadouro, Praça do Carmo. “Sua tendência artística era
a liberdade de estética, comum na arte moderna, e suas obras retratavam tanto os
folguedos carnavalescos, como também reverenciavam personalidades ilustres da
sociedade pernambucana.”
Quatro quadros de Bajados estão expostos. Todos voltados ao carnaval, um dos temas
mais recorrentes da obra do pintor maraialense. Bajado tem relação estreita com a folia.
De acordo com pesquisa de Regina Coeli Vieira, da Fundaj, ele retratou os clubes
carnavalescos de Olinda, Pernambuco, Pitombeira dos Quatro Cantos, Elefante,
O Homem da Meia-Noite, Cariri, Vassourinhas, assim como o frevo rasgado na
Ribeira, Largo do Amparo, Varadouro, Praça do Carmo. “Sua tendência artística era
a liberdade de estética, comum na arte moderna, e suas obras retratavam tanto os
folguedos carnavalescos, como também reverenciavam personalidades ilustres da
sociedade pernambucana.”
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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019
AQUELA NOITE
Por Renato Caldas
Era o finá da cuiêta...
Disso, inda tô bem lembrado.
As salina parecia,
Arguns pedaços de dia,
Qui a noite tinha rôbado.
Aquela noite bonita,
Qui se tornô tão mardita,
Qui me faz tão desgraçado.
Naquela noite de lua:
- Deus num me castigue não -
Mais ante, eu ficasse mudo,
Ficasse cêgo de tudo,
Pra num sê tão bestaião,
De cantá praquela ingrata,
Naquela noite de prata
"O Luá do meu Sertão".
Naquela noite, Seu môço...
Seu Môço, naquela noite;
Mais ante eu bebesse o fé,
Sofresse dores crué,
Levasse os quarenta açoite,
Fosse pregado na cruz,
Sofresse mais que Jesus,
Morresse naquela noite.
Postado por Fernando Caldas
Por Renato Caldas
Era o finá da cuiêta...
Disso, inda tô bem lembrado.
As salina parecia,
Arguns pedaços de dia,
Qui a noite tinha rôbado.
Aquela noite bonita,
Qui se tornô tão mardita,
Qui me faz tão desgraçado.
Naquela noite de lua:
- Deus num me castigue não -
Mais ante, eu ficasse mudo,
Ficasse cêgo de tudo,
Pra num sê tão bestaião,
De cantá praquela ingrata,
Naquela noite de prata
"O Luá do meu Sertão".
Naquela noite, Seu môço...
Seu Môço, naquela noite;
Mais ante eu bebesse o fé,
Sofresse dores crué,
Levasse os quarenta açoite,
Fosse pregado na cruz,
Sofresse mais que Jesus,
Morresse naquela noite.
Postado por Fernando Caldas
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
MACACO SEBOSO
Zé de Lídia (apelido) era um antigo comerciante em Assu ni ramo de mercearia. Certa feita, um rapaz chega no seu estabelecimento comercial e faz umas compras. Ao recebrf o dinheiro, ze perguntou ao freguês se o troco poderia ser em dinheiro. No que aceitou e receber os confeitos, o freguez ofereceu um confeito ao macaco de estimação do dono da bodega. Aquele animal tirou o papel e passou o confeito no ânus. "Bicho Seboso". Dissr o fregues. Ze então sai em defesa do macaco: "Ę porque ele agora está muito experto! Porque, alguns dias atras, outro freguez nosso deu a ele uma manga que comeu com caroço e tudo. Passou um mez pra defecar, coitado. Agora, ele primeiro faz o teste pra vê se passa".
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
Natal: tratamento de câncer de próstata é garantido pela via judicial
Natal: tratamento de câncer de próstata é garantido pela via judicial
- Publicado em Terça, 12 Fevereiro 2019 07:22
A 12ª Vara Cível de Natal condenou o plano de saúde Unimed a fornecer medicamento para um paciente portador de câncer de próstata. O autor alegou que tal remédio, chamado Enzalutamida, “foi prescrito pela médica que o acompanha, no entanto, a ré se negou a fornecê-lo, causando sérios prejuízos à sua saúde”. Na sentença, o juiz Fábio Filgueira também condenou o plano de saúde ao pagamento de R$ 5 mil por danos morais causados, enfatizando a natureza pedagógica dessa indenização como forma de evitar a repetição de condutas semelhantes a apontada nesse processo.
O magistrado considerou aplicável o Código de Defesa do Consumidor ao caso, de modo que cabe ao médico que acompanha o paciente diariamente “e não ao plano de saúde, avaliar as condições do enfermo para escolher o tratamento mais adequado”. E frisou que, caso fosse admitida a intervenção por parte do plano de saúde para decidir sobre o tratamento do paciente, haveria “cerceamento da autonomia do ato médico”.
Nesse sentido, o magistrado avaliou que não é cabível a negativa da prestação do serviço por parte da empresa demandada alegando ausência de cobertura contratual, “por tratar-se de medicamento excluído do rol de cobertura previsto pela ANS”. E acrescentou, com base em jurisprudência do STJ que o fato do procedimento médico não constar no rol da Agência Nacional de Saúde, “não afasta o dever de cobertura do plano de saúde, haja vista se tratar de rol meramente exemplificativo”.
Além disso, o juiz destacou que essa “recusa injustificada do plano prolongou o sofrimento do autor e pôs em risco de agravamento o já complicado quadro de saúde”. E sendo por se tratar de pessoa com mais de 60 anos de idade, portanto com maior vulnerabilidade em relação à sua saúde, houve “com isso, constrangimento indevido, configurador da ofensa moral” para o demandante.
Assim, na parte final da sentença o magistrado julgou procedente o pedido da parte autora, confirmando a decisão liminar que garantia o fornecimento da medicação pela Unimed.
(Processo nº 0831918-67.2015.8.20.5001)
Fonte: http://www.tjrn.jus.br
Virgínia Victorino, poeta sonetista e dramaturga portuguesa de Alcabaça. Nasceu no dia 13 de agosto de 1898 e faleceu em 1967. Por sinal, o amargurado e apaixonado poeta potiguar, também sonetista chamado João Lins Caldas, era um dos seus admiradores e, no dia em que veio a falecer também em 1967, conta-se que estava a ler o livro sobre o título "Apaixonadamente" daquela poetisa lusitana autora do livro "Namorados, já em quatorze edições. A primeira é de 1918. De Virgínia conta-se que ela "foi amada e odiada ao extremo". Vamos nos deleitar com um dos seus belos versos recheado de melancolia e paixão, transcritos adiante sob o título "Renúncia", que diz assim:
Fui nova, mais fui triste... Só eu sei
Como passou por mim a mocidade...
Cantar era o dever da minha idade!
Devia ter amado e não cantei...
Fui bela... Fui amada e desprezei
Não quis beber o filtro da ansiedade.
Amar era o destino, a claridade...
Devia ter amado e não amei...
Si de mim!... Nem saudade, nem desejos...
Nem cinzas mortas... Nem calor de beijos...
Eu nada soube, eu nada quis perder...
E o que me resta?! Uma amargura infinda...
Ver que é, para morrer, tão cedo ainda...
E que é tão tarde já, para viver!...
Fui nova, mais fui triste... Só eu sei
Como passou por mim a mocidade...
Cantar era o dever da minha idade!
Devia ter amado e não cantei...
Fui bela... Fui amada e desprezei
Não quis beber o filtro da ansiedade.
Amar era o destino, a claridade...
Devia ter amado e não amei...
Si de mim!... Nem saudade, nem desejos...
Nem cinzas mortas... Nem calor de beijos...
Eu nada soube, eu nada quis perder...
E o que me resta?! Uma amargura infinda...
Ver que é, para morrer, tão cedo ainda...
E que é tão tarde já, para viver!...
DESPEITO
Digo o que noutro tempo não diria:
Foi tudo um grande sonho enganador...
Nego o passado, e juro que este amor
Só existiu na tua fantasia...
Sinto a volúpia da mentira! A dor
Não transparece. Nego... Que alegria!
Fiz crer ao mundo inteiro, por magia!
Que és de todos os homens o pior...
Nunca me entristeceu esse sorriso...
E vê-la tu, se tanto for preciso,
Nego também as cartas que escrevi!
Quero humilhar-te, enfim... Mas não entendo
Porque me exalto e choro e ti defendo,
Se alguém, a não ser eu, diz mal de ti...
Virginia Victorino
Digo o que noutro tempo não diria:
Foi tudo um grande sonho enganador...
Nego o passado, e juro que este amor
Só existiu na tua fantasia...
Sinto a volúpia da mentira! A dor
Não transparece. Nego... Que alegria!
Fiz crer ao mundo inteiro, por magia!
Que és de todos os homens o pior...
Nunca me entristeceu esse sorriso...
E vê-la tu, se tanto for preciso,
Nego também as cartas que escrevi!
Quero humilhar-te, enfim... Mas não entendo
Porque me exalto e choro e ti defendo,
Se alguém, a não ser eu, diz mal de ti...
Virginia Victorino
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019
UM POETA BOÊMIO E IRREVERENTE
Ascenso Ferreira nasceu na cidade de Palmares, interior do Estado do Pernambuco no ano de 1895 e faleceu no Recife em 1965. Poeta boêmio, irreverente. Ascenso era amigo de Juscelino Kubistchek e chegou a participar ativamente da sua campanha a presidência da república, em 1955. Estreou nas letras brasileiras publicando o livro intitulado "Catimbó". Um dos seus versos mais notórios, diz assim:
Hora de comer - comer!
Hora de dormir - dormir!
Hora de vadiar - vadiar!
Hora de trabalhar?
- Perna pro ar que ninguém é de ferro!
Hora de comer - comer!
Hora de dormir - dormir!
Hora de vadiar - vadiar!
Hora de trabalhar?
- Perna pro ar que ninguém é de ferro!
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019
GETÚLIO VARGAS NO ASSU
Em 1933, o presidente Getúlio Vargas, de passagem para Mossoró/Rn esteve na cidade de Assu. Ezequiel Fonseca Filho era intendente/prefeito daquele município. Ezequiel mandou embandeirar a Rua Frei Miguelinho até a sua residência (Sobrado da Baronesa, onde atualmente funciona a Casa de Cultura e a Academia Assuense de Letras). Getúlio colocou o chapéu na chapeleira, bebeu champanhe e prosseguiu viagem para Mossoró,importante cidade do oeste potiguar. Na fotografia acima, podemos conferir aquele estadista (com uma taça na mão) ao lado de Dix-sept Rosado. entre outros. Naquela ocasião fora reivindicado por Ezequiel Fonseca, a construção da Ponte Felipe Guerra sob o Rio Piranhas/Açu. Vargas foi o primeiro presidente da República a visitar a cidade de Assu, Fica o registro.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019
Intelectuais potiguares. Da esquerda: Veríssimo de Melo, Rômulo Wanderley Esmeraldo Siqueira. João Lins Caldas, Djalma Maranhão (?) e Manoel Rodrigues de Melo. Foto tirada tirada nos Jardins do Teatro Alberto Maranhão, 1958, uma homenagem prestada pelo prefeito de Natal, Djalma aranhão, ao poeta assuense João Lins Caldas. (Crédito da fotografia: Poética, antologia póstuma publicada pela Fundação José Augusto, 1975, organizado por Celso da Silveira).
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019
POESIA SOBRE O ASSU
HOMENAGEM
Cheia de encanto e beleza
Do grande Vale é a princesa
A nossa cidade Assu,
E que entre outras façanhas
É receber o Piranhas
E também o Paraú.
Bela e privilegiada
Por seus rios abraçada
ama os filhos com ardor,
Não nos tira da lembrança
e nos faz séria cobrança:
Quer um pouco mais de amor.
Diz que abriu seu coração
Quer que pisemos seu chão
Que preparou o arraial,
Quer ouvir nossa zoada
Na praça, na vaquejada
Dar o abraço maternal.
Quer também ser mais lembrada,
Um pouco mais visitada
Nesta sua faixa etária,
Quer que encham de calor,
Quer dar, receber amor
Po ser sesquicentenária.
(Assim o poeta Andière "Majó" Abreu homenageou o Assu, sua terra natal no dia do seu sesquicentenário, 1995).
Cheia de encanto e beleza
Do grande Vale é a princesa
A nossa cidade Assu,
E que entre outras façanhas
É receber o Piranhas
E também o Paraú.
Bela e privilegiada
Por seus rios abraçada
ama os filhos com ardor,
Não nos tira da lembrança
e nos faz séria cobrança:
Quer um pouco mais de amor.
Diz que abriu seu coração
Quer que pisemos seu chão
Que preparou o arraial,
Quer ouvir nossa zoada
Na praça, na vaquejada
Dar o abraço maternal.
Quer também ser mais lembrada,
Um pouco mais visitada
Nesta sua faixa etária,
Quer que encham de calor,
Quer dar, receber amor
Po ser sesquicentenária.
(Assim o poeta Andière "Majó" Abreu homenageou o Assu, sua terra natal no dia do seu sesquicentenário, 1995).
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