domingo, 19 de janeiro de 2020

Empresa da Austrália descobre minério raro em cidade do Piauí



Publicado por: Odaliana Carvalho Veloso | Data: 18/01/20
 

A empresa australiana Riverbank Resources Mineração descobriu um novo minério no Piauí, o vanádio. A secretária estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Sádia Castro, informou que a mineradora Riverbank Resources  Mineração, solicitou autorização para fazer pesquisa de minérios na região dos municípios de Anísio de Abreu e Caracol (607 km de Teresina).

O Mapa dos Minérios do Piauí do Departamento Nacional de Pesquisas Minerais (DNPM) e o Mapa de Potencialidades do Piauí, do Governo do Estado, destacam existência de minas de ferro e fosfato em Anísio de Abreu, mas não vanádio. Anísio de Abreu e Caracol ficam próximos da Bahia, onde desde 2014, é explorado o minério.

Desde maio de 2014, o Brasil se inseriu no seleto grupo de países com expressiva produção de vanádio com a abertura da mina Menchen Maracás, da mineradora Largo Resources. Sua capacidade de produção anual é da ordem de 9,6 mil toneladas de pentóxido de vanádio (equivalente a 5,5 mil toneladas de vanádio por ano), estimando que entre 80 e 90% serão exportadas.

 


Antes, o  Brasil era anteriormente importador líquido de vanádio, tendo importado 929 toneladas da liga ferro-vanádio em 2014.

A mina de vanádio de Maracás, na na Bahia,  tem uma característica especial: o alto teor de vanádio contido – 1,34%, contra 0,5% em algumas das principais minas do mundo –, garantindo um baixo custo de produção e sendo um ativo de classe mundial, o que assegura alta competitividade à empresa.

A Largo Resources  tem na Bahia  o mais moderno forno do mundo presente em uma mineradora de vanádio, com 90 metros de comprimento e 4,2 metros de diâmetro interno e capacidade de processar 1.060 toneladas de minério concentrado por dia.

Os benefícios do grau e qualidade do minério (altos teores) e do concentrado (baixos custos operacionais) são tão significativos que garantem a essa empresa, significativas vantagens de custo sobre os demais produtores em todo o mundo (estimado na ordem de US$ 2,10 por libra-peso, enquanto o preço no mercado está em torno de US$ 5 por libra-peso.

Os investimentos iniciais foram  de R$ 550 milhões,  gerando cerca de 700 empregos diretos e 2.100 indiretos e uma expectativa de receita superior a R$ 300 milhões por ano.

A vida média útil da mina do Projeto Maracás está estimada em 29 anos. Na região de mineração Capivara, a de Anísio de Abreu e Caracol, tem um enorme potencial para a expansão das reservas e das futuras taxas de produção.

Além do potencial de produção de vanádio, foram descobertas zonas que contêm camadas de cromita com sulfetos. A Largo Resources possui outros dois projetos no país, em Currais Novos (RN), de tungstênio, e em Campo Alegre de Lourdes (BA), com reservas de minério de ferro, titânio e vanádio.

Em 2013, a produção mundial do vanádio foi de 136 mil toneladas (China: 70 mil toneladas; África do Sul: 35 mil toneladas  e Rússia: 14 mil toneladas.

O mercado mundial de vanádio movimenta cerca de US$ 2,3 bilhões por ano. A mina de  Maracás é de 8% desta produção. O município de Maracás concentra a principal reserva de vanádio no Brasil.  A BMIX, da   Brazil Minerals, anunciou  a aquisição de áreas com ferro, titânio e vanádio no Piauí e em outras unidades da federação para avaliar a viabilidade dos projetos.

Em 2013, as reservas mundiais, em termos de metal contido, corresponderam a 14 milhões de toneladas, sendo que as reservas brasileiras representaram 1,27% deste total. As maiores reservas no mundo, que estão sendo lavradas, localizam-se na China (5,1 milhões de toneladas), Rússia (5 toneladas) e África do Sul (3,5 toneladas ). Em 2013, a produção mundial de minério, em termos de vanádio contido que ocorre como coproduto ou subproduto, atingiu 75.600 toneladas.

Resistente a choques e à corrosão, o vanádio é utilizado para dar aumentar a resistência das ligas de aço, reduzindo a quantidade final de aço necessário ao seu uso. A elevação do consumo específico de vanádio nos aços produzidos para construção na China poderá elevar a demanda desse insumo a ponto de alterar a dinâmica do mercado e impactar fortemente na elevação das cotações.

O maior aproveitamento do vanádio, associado ao petróleo ou a outras fontes, pode reduzir as cotações, elevando a oferta. O aproveitamento do vanádio no processo de produção da alumina é uma outra fonte que tem um potencial ainda desconhecido. A China, em 2006, consumia 20% do vanádio mundial. Em 2012, atingiu 34%, com tendência de elevação por causa da regulação dos aços utilizados na construção civil.

O vanádio também  é usado como aditivo, importante para fabricação de instrumentos cirúrgicos. Misturado com alumínio em ligas de titânio para motores de jato e células de alta velocidade. Serve ainda para fabricação de baterias recarregáveis e ímãs supercondutores.

Fonte: Efrém Ribeiro\Meio Norte
De:  http://cidadesnanet.com/news

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