sexta-feira, 12 de junho de 2020

Na morada dos astros luminosos
Fui astro. Namorado das estrelas,
Desci, cheguei a terra. Entre as donzelas
Estava o meu amor ébrio de gozos,
Olhei-te, amei-te então. Os teus formosos
Olhos meigos, lembrando estrelas belas,
Eram graça, eram luz. Pelas procelas.
Cantava o nome teu. Os amorosos
Que a terra moram, invejosos, graves,
Me invejaram também. Quantos felizes.
Que o mundo guarda nos seus longos lastros...
Mas, ó! Deixando a terra e seus entraves,
Diferente de mim, que já maldizes,
Me deixaste buscando o céu dos astros...

(Soneto publicado em O Malho, do Rio de Janeiro, 1924, de autoria do poeta Potiguar João Lins Caldas)

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