segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Assu de Outrora

“Orgulho de ser Walter de Sá Leitão”

João de Sá Leitão e Rosenda (Rosa) Wanderley de Sá Leitão são os pais de Walter de Sá Leitão, nascido aos 27 de dezembro de 1918. Dois dias após a festa do Natal de Jesus Cristo – o Salvador, nascia o primeiro filho homem do jovem casal; antecedido por sua irmã Clarice. No nascimento, moravam à rua Casa Grande, no centro de Assu. A prole do casal expandiu-se e nasceram mais sete filhos: José, João Batista, Zuleide, Paulo, Maria Enilda, Teresinha e Adilson Wanderley de Sá Leitão.

Seu pai João de Sá Leitão, seu Giovani, era um daqueles senhores de antigo e seleto naipe, que se multiplicava em diversas facetas e atividades: cooperativista, de grandes ações, dedicado à causa agropecuária; Dona Rosinha, sua mãe, tinha o destino fissurado por uma moléstia que a acometeria e, em face desta, a levaria do seio familiar em 18 de agosto de 1938. Cristã fervorosa, mãe amantíssima, extremosa esposa, cuja morte aniquilou um leque de esperanças.


Walter frequentou os bancos escolares do antigo Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia, em Assu, iniciando no dia 20 de fevereiro de 1925 e concluindo a 18 de dezembro de 1932. Estudou, também, na escola particular de Josefina Fontan, ex-religiosa das Filhas do Amor Divino, concluindo o Curso Comercial. Não optou, porém, em dar con
tinuidade ao curso superior, uma vez que havia prestado o Artigo 100, no Colégio Santo Antônio (Marista), em Natal.

Casou-se com a jovem Laura da Silveira (e Sá Leitão) e constituiu uma prole de três filhos: Mara Betúlia, Max Breno (que faleceu em tenra infância) e Pedro Silveira e Sá Leitão, de cujo matrimônio ficou viúvo em 1948. Veio a casar-se com Maria Evangelina Tavares (de Sá Leitão), de cujo casamento nasceram cinco filhos: Carlos Alberto, Carlos Augusto, Carlos Antônio, Aída Celeste e Luís Antônio Tavares de Sá Leitão.

Walter detinha dentro de sua máquina humana um coração feito de desprendimento, caridade e bondade, que o fazia esquecer seus próprios interesses. Polarizando uma influência social, com destaque para a agropecuária e empreendimento, candidatou-se em 1962 a prefeito municipal, disputando o cargo com Maria Olímpia Neves de Oliveira, que saiu eleita, travando a campanha “Onça versus Golinha”. Já em 1972, candidatou-se novamente, com José André de Souza como seu vice, vencendo as eleições no dia 15 de novembro de 1972. Empossado no dia 31 de janeiro de 1973, propunha à população assuense avanços nos diversos setores sociais, e governando até 31 de janeiro de 1977.


Em 1973, unindo-se às reinvindicações revolucionárias de estudantes assuenses por uma instituição de ensino superior na cidade, decidiu liderar a causa, buscando junto ao governo estadual a Fundação Universitária Regional do Rio Grande do Norte – FURRN. Contando com José Cortez Pereira de Araújo como governador e Vingt Rosado, deputado federal, o ideal foi alcançado em 1974 por meio do Ato Executivo 0007/74/CP/FURRN na gestão do presidente Professor Francisco Canindé Queiroz e Silva. A Instituição foi inaugurada em 16 de outubro de 1974, dia de emancipação política e administrativa do Assu. O prefeito municipal, Walter de Sá Leitão, foi o propositor de tão meritória instituição que, atualmente, é patrono. O Campus Avançado Prefeito Walter de Sá Leitão – UERN possibilita a graduação de estudantes das cidades circunvizinhas.
O “golinha”, como era conhecido, tinha um jeito peculiar, espirituoso e irreverente bem retratado por Celso da Silveira no livro “O Homem Ri de Graça”, 1982, do qual ele é a figura de inspiração e personagem principal. Apesar das vicissitudes da vida, Walter estava sempre proporcionando o bom humor aos amigos, bom nos causos, anedotas e tiradas. Como reconhecimento e gratidão pelos seus salutares feitos à terra natal, sua família recebeu, em 2001, o título de “Assuense do Século”, com 4.342 votos.


Cumprindo de forma honrosa a sua missão enquanto pai, esposo, avô, irmão e distinto amigo, Deus o chamou para a felicidade eterna em 01 de dezembro de 1983, aos 64 anos. Seu amigo João Marcolino de Vasconcelos, na ‘Crônica que escrevi para você’, afirma que “o limite de sua bondade somente poderia encontrar um comparativo de igualdade em você mesmo”. Walter não foi um homem comum, mas, sobretudo, um idealista, sempre irrequieto e empreendedor. Fez tudo o que a vida lhe acenou e construiu um inesgotável patrimônio, dimensionado pelo carinho dos amigos que ele soube ter. Hoje, 27 de dezembro, merecidamente, sua figura é lembrada de forma especial.
Pedro Otávio Oliveira, 2018.

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