sexta-feira, 16 de outubro de 2020

ASSU 175 ANOS DE CIDADE

Assu de antigas glórias aniversaria hoje. Nascida banhada pelo Piranhas, rodeada de carnaubais. A cidade é bela, a sua história é vasta.

Freguesia de São João Batista, em 1726, segunda Comarca, em 1835, primeira cidade do interior do Rio Grande do Norte, em 1845. Naquela cidade fora instalado uma das primeiras Câmaras de Vereadores do Brasil (primeira organização de governo local e que tinha o pude deliberativo e executivo), em 1788, 175 anos que ganhou foros de Cidade do Assu, então Vila Nova da Princesa ou Vila do Assu, em 1788 elevou-se a município. Foram, portanto, 57 anos de vila.

Assu de tantos filhos virtuosos teve participação na Guerra do Paraguai (o maior conflito armado na América do Sul que o Brasil se envolveu), mandando um grupo de Voluntários da Pátria para lutarem na Guerra do Paraguai (1864-1870), entre tantos, o jovem Ulisses Olegário Lins Caldas ou simplesmente Ulisses Caldas. Sobre Ulisses, Câmara Cascudo em O Livro das Velhas Figuras, vol. IV, escreve que certo “veterano da Guerra do Paraguai, contou-lhe que, num combate, carregando a baioneta, rebentou no meio da tropa, uma mina. Areia, fogo, estilhaços, voaram semeando a morte, escurecendo o ambiente que se tornou trágico, na irreprimível onda de pavor. De espada em punho, negro de pólvora, desvairado, Ulisses Caldas passou, como um relâmpago, para a vanguarda do seu pelotão gritando: - Avante, camaradas! Ainda é vivo Ulisses! E todo batalhão em acelerado, faiscando de entusiasmo seguiu o jovem alferes de vinte anos, vivando o Brasil.”

Ulisses Caldas tombou morto na tomada do forte de Curuzu que ficava à margem esquerda do rio Paraguai, depois que tomara dois canhões, colocando ali, o pavilhão nacional. Foi o primeiro soldado a penetrar as trincheiras inimigas. Por seus atos de heroísmo e patriotismo foi promovido ao posto de tenente e condecorado com a Imperial Ordem do Cruzeiro, a mando de Dom Pedro.

Assu teve ainda participação marcante aderindo a Revolução Pernambucana, em 1817, na Guerra dos Mascate, em 1710, na Abolição, em 1885 (três anos antes da Lei Aurea que pôs fim a escravatura no Brasil), além de ter reagido ao movimento conhecido como Revolta de Pinto Madeira que ameaçava invadir o Assu, em 1832.

Seus filhos ainda são importantes na política, no jornalismo, nas letras, nas artes com destaque na poesia com Renato Caldas e João Lins Caldas, esse último considerado o pai da poesia moderna brasileira. Foi importante com Brito Guerra, primeiro senador Rio Grande do Norte, durante o período Imperial, bem como com Luiz Carlos Lins Wanderlei que foi deputado federal constituinte ainda no tempo do Brasil Império presidente ainda no tempo do Imperio da Província do Rio Grande do Norte, em 1886. Dentre outros. 

Vale a pena lembrar os poetas ‘novos, seus pintores, artistas plásticos que vem fazendo um trabalho contribuindo para que o Assu continue se destacando como a Terra dos Poetas ou melhor dizendo como a Terra das Artes.

Por fim, seu povo, outrora afeito quase que exclusivamente as coisas do espírito e ao labor intelectual que elevou o nome da cidade, caracteriza-se hoje como uma população heterogênea adepta dos mais renhidos embates político-partidários. O que, aliás, também contribuiu e ainda contribui para destacar a significação do seu topônimo, provando que sob qualquer aspecto, “Assu” é sempre “Grande”.

Fernando Caldas



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