ASSU VISTO POR HENRY KOSTER EM 1810
Deste livro, intitulado Travels im Brazil (Viagem ao Nordeste do Brasil, na tradução), publicado em Londres transcrevo parte do importante depoimento do viajante inglês Henry Koster quando de passagem pelo Assu com destino ao Ceará, em 1810. O referenciado livro “publicado originalmente em Londres em 1816, tem tradução de Câmara Cascudo, editado em primeira edição pela Companhia Editora Nacional, 1942, e em segunda edição pela Fundação Joaquim Nabuco, do Recife. Vejamos parte do longo depoimento de Koster sobre o Assu quando Vila, adiante transcrito:
"... Dormimos esta noite numa fazenda, onde várias casas reunidas formavam uma povoação, depois de ter atravessado grandes trechos de terras cobertos de árvores. Pela manhã subsequente ainda passamos arvoredos e, perto do meio dia, chegamos a Vila do Assu. Oh! Que alegria tive vendo uma igreja!... e a perspectiva regular de uma Vila, com pessoas civilizadas, se assim as posso chamar de "civilizadas", de acordo com as idéias europeias Nesses lugares crescem plantas rapantes, iguais as que se vêem ao longo do mar da Inglaterra. As árvores são esparsas. O fruto do caju ou cajueiro (casou-tree) e o de mangaba são deliciosos e duplamente aceitáveis. Cheguei ao Assu a 1º de dezembro após ter feito cerca de 340 milhas em 19 dias... Do Assu ao Aracati registrei as denominações dos lugares que passava. A região é mais habitada e fomos mais próximo do litoral... A Vila do Assu é edificada em quadrado e consta de cerca de trezentos habitantes, tendo duas igrejas, a Câmara Municipal e a Prisão que então se construía O Governador fora o promotor da obra. Está situada à margem do grande Rio Assu, no ponto em que este se divide em dois braços, a curta distância. Há uma ilha de areia entre os dois braços, e o chão estava em seu estado bruto... perguntei pela morada, a um negro de profissão, que meu guia conhecia. Estava como os outros, à porta, para ver os viajantes, e logo reconheceu o amigo e avançou para falar-lhe. Foi então procurar uma casa para nosso abrigo durante a estada. Logo que terminei a instalação e me arranjei, saí para visitar o vigário que residia na melhor, ou menos feia, habitação da Vila... Disse ao Vigário que ele era a primeira pessoa na Vila que tinha o prazer de visitar... A palestra pouco demorou e a não pude alongar por estar fatigadíssimo.. Soube existir nas embocaduras do Assu muitas salinas importantes e que várias barcas pequenas, vinham, de diversos pontos das costas, carregar produção... Na manhã seguinte Júlio regressou com cavalos e, entre três e quatro horas da tarde, deixamos o Assu.”
De: https://blogdofernandocaldas.blogspot.com/
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