POUCAS E BOAS
Valério Mesquita
Mesquita.valerio@gmail.com
01) O abastado João Salustino, pecuarista famoso no município de Augusto Severo, tinha por hábito recepcionar o vigário Militino. A coisa ficou tão trivial que o sacerdote já tomava café e almoçava na fazenda em horas certas e incertas todos os dias. O tempo passou e, um dia, o fazendeiro faleceu. Padre Militino, no entanto, não mudou os hábitos e os costumes. Uma manhã, Salustino Neto, garoto de 12 anos de idade, perguntou: “Padre, daqui até ao céu, é muito longe?”. “É, Netinho”, sintetizou o religioso. “Você tá vendo aquela rocha alta?”, apontou para uma pedra enorme. “Tou”, disse o menino. “Pois bem, se fosse possível jogar essa pedra rumo ao céu, ela passaria milhões de anos para chegar lá...”. O jovem, de repente, cortou a “via Láctea” da pedra, e corrigiu: “Mas se rebolasse o padre de lá pra cá, o senhor ainda chegava antes do almoço, num era?”. Militino emudeceu.
02) Muito antes da “era cibernética”, quando até emissora de rádio “era luxo”, vários municípios montavam suas “divulgadoras”, a “Voz do Município”, etc. Com Parnamirim não foi diferente. O locutor oficial Douglas Silva – nome artístico – deitava falação. No quadro “Mensagens musicais”, o moço mandou o verbo: “Atenção Maria Lúcia, assim como as flores se abrem para receber o orvalho matinal, “também se abra” para receber “Cabeça Inchada”. O vinil rodava “Estou doente morena, doente tô morena, cabeça inchada morena, tô, tô e tô”. O disco parou de rodar e, Douglas parou na delegacia par explicar o real com o subentendido.
03) O cabaré da 15 de Novembro na Ribeira, foi palco de muitas badernas, principalmente entre soldados do Exército e marinheiros. Numa dessas brigas, um marujo, bom de rasteiras, deu um trabalho imenso à patrulha. Dominado, foi levado à presença do coronel chefe da antiga “ordem social”. O marujo se dizia graduado e queria ser levado para a base naval. Chegando na sala do comando, o moço explanou ao coronel que lia um jornal: “Ô bicho, manda teus “bichanos” tirar as mãos de mim. Eu quero ir pra minha base. Sou carioca e tô a passeio. Vê lá. Borraram minha farda. Vamos lá, ô meu!”. E haja xingamentos. O coronel levantou da cadeira e, do alto das botas disse: “Eu sou herói de guerra. Voltei da Itália com duas medalhas. Sou coronel do Exército, advogado, chefe deste departamento e acho que ainda não sou merda nenhuma”. E arregalando os grandes olhos: “O que você pensa que é seu, imbecil?”. O marujo baixou a vista e o facho: “Desculpe coronel. O bosta daqui sou eu mesmo”.
04) Nos anos 1950, a pederastia ainda não corria à solta. Mas, o sargento Ferreirinha se viu às voltas com um problema até certo ponto constrangedor. Dois pederastas e mais um mecânico foram pegos praticando atos libidinosos no escurinho de uma praça. Dormiram no xadrez e, pela manhã, o sargento Ferreirinha foi ter uma conversa com os três. “Você aí”, interroga o delegado, “faz o que na vida?”. O rapaz respondeu: “Eu sou mecânico”. “E vocês dois?”, indaga o sargento. “Bem, seu delegado”, disse um, falando pelos dois: “Nois num trabalha. Nois só é boneca”. O delegado fitando a dupla corrigiu: “Vagabundos analfabetos! ‘Nois é’, não! Nós somos”. A segunda “bichinha” remendou: “Desculpe, sargento. Nois numsabia que o senhor também era...”.
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