domingo, 15 de janeiro de 2023

 João Felipe da Trindade

Coisas que precisamos conhecer
No livro de Dioclécio D. Duarte - "A indústria extrativa do sal e a sua importância na economia do Brasil" - ele escreveu: As salinas do Assú e Mossoró (Revista do Instituto Histórico e Geográfico e Etnográfico do Brasil – Tomo XLVI – pag. 174) que se estendem em um espaço de costa, desde Água Maré até a barra de Assú, por 36 léguas, eram uma costa realenga, habitada por pescadores, que secavam o seu pescado e vendia para o Recife de Pernambuco e tiravam sal, que traziam para o pontal da barra do Assú e barra dos Cavalos, onde fundiam as sumacas, e eles vendiam o sal cada um alqueire a 60 e 80 réis.

Frei Manoel (de Jesus Maria), religioso carmelita do convento da Cidade de Olinda, no ano de 1792, tirou esse terreno por sesmaria em nome do seu pai (Francisco Carvalho Valcácer) e aposentou-se lá de morada, dando 200$000 ao convento, e com a procuração do pai desapossou desta costa todos os moradores, deixando somente àqueles que estiveram pela dura condição de lhe darem metade de sua pescaria, depois de beneficiada e não tirarem o sal.

Compra a fazenda de criar gado junto ao Rio das Conchas, chamada Cacimbas do Vianna, por 1:000$000 e a fazenda chamada Amargoso, por 1:200$000, e por este modo fica só com o exclusivo do sal, que vendia às sumacas a 160 e 200 réis.

Sabe ganhar amizade dos carregadores da comarca de Paraíba e com violência despeja um grande número de povos que ali habitavam, tão úteis a Pernambuco pelo fornecimento do seu pescado seco; não obstante do maior número desses povos terem sido mais antigos em habitar este terreno e por isso tinha a preferência na conformidade da carta régia sobre as sesmarias e Ord. Do livro 4 tits. 57 e 58, que mandam preferir a posse a donativos das terras que contestam sobre aquele que tiram por sesmaria.

Finalmente cresce a indignação nestes povos sobre este padre e houve uns assassínios, em que ele saiu culpado, indo esse processo crime a Lisboa, foi sentenciado para Angola, não chegando a cumprir este extermínio, porque morreu no ano de 1806.

Suas terras foram repassadas para sua irmã, D. Francisca Rosa da Fonseca, sendo ambos filhos de Francisco Carvalho de Valcácer e Joana Maria da Fonseca.


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