sexta-feira, 10 de março de 2023

 SER POETA

Poeta é um vagalume
Num constante acende e apaga
É peixe sem ter cardume
Fruta que não se estraga
Essência sem ser perfume
Lendário, astro, é saga
Apaga o mal vivido
Acende o que lhe traduz
Nada em seu gemido
Não estraga sua luz
Aromatiza o sentido
Carrega a própria cruz
Vive num vai e vem
Zomba nos versos a dor
Escala de zero a cem
A métrica de um trovador
Transita no mal e no bem
É tempo navegador
Poeta é o consciente
Um soneto afinado
Filosofia pertinente
De um ser não estudado
Derepente um repente
Um martelo agalopado
Ele é um sobe e desce
Folclore sem tirania
É um rosário em prece
Se ajoelhando a poesia
Ele é o sol que aquece
A cultura noite e dia
É arte viva aclamada
Saber brotante do chão
Baluarte da estrada
Do saber constelação
Poeta é obra abençoada
Livro aberto em evolução
Versejando se faz gênio
Raiz extraída do bom solo
Do ar retira o oxigênio
Rimas caem no seu colo
Atravessa mais de um milênio
Violando lei e protocolo
Acrobata de sonhos e saudades
Flamejante vate em seu papel
Invisível a muitas faculdades
Diplomata cursado desde o céu
Perito a mil utilidades
Declamado em folhas de cordel
As vezes é um faz de conta
Outras vezes tanto faz
Se o verso lhe desaponta
Improvisa e segue em paz
Rimando tudo desmonta
É soberano, é um AZ
Ser Poeta é dom Divino
É Deus em si envolvendo
O que vem em desatino
Em prosa vai escrevendo
Mesmo sem ter ensino
Escreve e todos vão lendo

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