quinta-feira, 9 de março de 2023

 João Felipe da Trindade

Do navio Actif
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João Felipe da Trindade
Transcrição do jornal.
A Deusa do Assú
O presidente da Fundação José Augusto, prof. Hélio Galvão, disse que a Deusa encontrada na Várzea do Assú não poderá solucionar nenhum mistério relacionado a pré-história do Brasil, pôs tem origem conhecida: “A estátua da deusa é o resto da proa do brigue holandês Ativo, naufragado na embocadura do Rio Assú, em agosto de 1828.
O Professor Hélio Galvão mostrou-se bastante bem-informado à respeito da estátua que chegada a Natal há menos de uma semana tornou-se conhecida de todos e está provocando controvérsias entre os entendidos de arte e história.
Protetora dos Colonos
O etnólogo natalense afirmou que o “Ativo” era embarcação – à vela e não à vela e remo. Seu carregamento - conhecido – era de 140 colonos alemães, que se destinavam ao Sul do país, mas que depois do naufrágio foram situados na Colônia Santa Amélia, Estado de Pernambuco.
Sobre esse fato – afirmou - não existe apenas a tradição oral, mas os seguintes documentos que hoje conhecemos: Ofício do Cônsul dos Países Baixos de 13 de setembro de1928; ofícios do Presidente da Província Tomaz Xavier de Almeida, de 14 de dezembro de 1829, e 21 de janeiro de 1830, enviada ao Marquês de Resende, além do Aviso Imperial de 28 de setembro de 1829.
A Deusa do Ativo
Falando sobre a malfadada viagem do barco holandês, afirmou: “ O Ativo procedia de Amsterdã e conduzia entre os colonos, mulheres e crianças. Fez péssima viagem até soçobrar em nosso litoral.
Explicando ainda a viagem do “Ativo” disse que o local exato do naufrágio não foi a localidade de Lamarão, e sim Barra do Ship que recebeu esse nome devido a palavra da língua inglesa que significa barco.
Quem a Deusa
O presidente da Fundação José Augusto ao falar da estátua propriamente dita não se expressou com os mesmos conhecimentos de pesquisador, por dizer que ela pode ser uma reprodução de figura mitológica romana ou fenícia nórdica, mas a sua contemporaneidade é incontestável, pois o mesmo fato se observa com as Carrancas do médio São Francisco, atualmente.
Sobre o seu conhecimento da estátua, disse que o velho Amaro Campiello Maresco, que faleceu com mais de 70 anos, muita vezes reportou a esta para os que visitavam sua fazenda Logradouro. Dizia que viria de um barco naufragado na foz do rio e fora arrematado em hasta pública por um seu ascendente.
Valor atual da Deusa
A estatua da “Deusa do Assú” atualmente encontra-se no Living da residência do Senhor Ezequiel Ferreira. Os “experts” em arte da cidade continuam visitando-a para determinar o seu valor artístico. Apesar do naufrágio ter ocorrido há pouco mais de cem anos, é possível que a estátua seja mais antiga, tendo pertencido anteriormente a outros barcos.
Se não pode determinar a presença de outros navegadores que exploraram a Várzea do Assú antes dos portugueses, pelo menos é um achado artístico de valor incontestável que tem lugar certo em qualquer museu que se pretenda criar neste Estado.
Disposto a não vender a estátua a que procurou adquiri-la desde sua infância – o sr. Ezequiel Fonseca continua recebendo propostas para vende-la bem superior aos 500 mil cruzeiros que pagou por ela.

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