quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Ai! Quando um dia eu te cingir, cativa
De meus afetos, desmaiada e nua,
Tu rolarás como uma chama viva
Quando eu morder-te a fina carne crua...

Tu’alma branca, que em ilusões flutua,
Que à amargura e ao desprazer se priva
- Gás dessa chama que o meu peito atua
Irá rolando loucamente, esquiva...


E sobre a nave desse leito branco,
Bem enlaçados, num aperto franco,
Os nossos corpos rolarão, querida.

Então verei do teu olhar fogoso:
A viva chama que alimenta o gozo,
A viva chama que alimenta a vida.

(João Lins Caldas, Natal, 1909)

Nenhum comentário:

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...